PENSAMENTO DO DIA:

“Talvez em algum instante eu sofra uma terrível queda. Mas não ficarei por muito tempo olhando para o chão.” 

 

Aristóteles Onassis

QUAL SERÁ O FUTURO DOS VEREADORES DA BASE DE CINTHIA RIBEIRO?

Há cinco meses do início do ano das eleições municipais, a prefeita de Palmas, Cínthia Ribeiro, não pode mais ser candidata ao cargo e não tem em sua gestão nenhum líder com potencial de disputar sua sucessão. Os vereadores da base política de Cínthia estão sem uma bússula para guiá-los, pois a prefeita não tem um articulador político e ela não fala nem dá sinais de estar pronta para participar da escolha de um candidato à sua sucessão. Existem atualmente várias pré-candidaturas a um primeiro mandato, que não aceitam compor chapa com os atuais vereadores. Nesse contexto, qual será o futuro político dos vereadores da base da prefeita? Quais deles serão candidatos à reeleição?

 

A CONTAGEM REGRESSIVA ESTÁ EM CURSO E ACELERADA ...

ILHA DAS FANTASIAS

Tem muito político vislumbrado por estar fazendo parte do poder, a ponto de julgar imbatível. Felizmente a política não é uma ciência exata e costuma cegar os pseudos super heróis, que costumam ser nocauteados nas urnas por candidatos mais humildes. Olhando pelo retrovisor da política tocantinense vemos muitos exemplos. Portanto, 2024 pode mostrar isso a muitos “imbatíveis”, principalmente para aqueles que não calçam as sandálias da humildade.

 

UMA REFREXÃO PODE SER O CAMINHO PARA SE ENCONTRAR COM A REALIDADE

O DINHEIRO TRANSFERIDO PARA O PIX DO BORSOLNARO É PARTICULAR

Os xiitas do PT estão fazendo o maior estardalhaço na mídia nacional com os 17 milhões de reais arrecadados por Jair Bolsonaro via PIX. O dinheiro foi arrecadado através de doações particulares. Mas os xiitas dizem que o dinheiro foi aplicado no mercado financeiro. Ora, isso é um problema pessoal do ex-presidente da República. A verdade é que se não conseguirem prender Bolsonaro até as eleições municipais de 2024, em cada cidade em que ele subir no palanque e pedir doações via PIX para seu candidato pode transformar o PL no partido da oposição que mais elegerá prefeitos em todos os estados.

 

FATO...

O PL TOCANTINENSE E AS NOVAS COMISSÕES PROVISORIAS

Segundo um grão-mestre de quatro estrelas, a direção do PL tocantinense só discutirá a formação de novas comissões e a renovação das atuais no próximo ano, em momento oportuno, e decisão colegiada. A precaução é para evitar que o partido se torne barriga de aluguel em vários municípios. O partido tem um ótimo horário eleitoral gratuito em rádio e televisão, o maior fundo eleitoral e, em nível federal o PL tocantinense tem um senador e dois deputados federais. O partido também tem quatro deputados estaduais, vários prefeitos e vereadores

 

DECISÃO MAIS QUE CORRETA, SÁBIA ...

MDB, PT, E PSDB E AS ELEIÇÕES MUNICIPAIS

 

Os três maiores partidos do estado em número de filiados têm nas próximas eleições municipais a chance de ressuscitar politicamente. Para renascer como partidos fortes, precisam eleger o máximo de prefeitos e vereadores. Caso contrário, perderão definitivamente o direito de sentar à mesa para discutir a sucessão estadual em 2026 e os atuais dirigentes correrão o risco de serem depostos de seus cargos.

 

PERCA DO COMANDO PARTIDÁRIO E DO FUNTO ELEITORAL

 

Nos bastidores da política há fortes articulações em Brasília para mudança no comando de quatro grandes partidos, via absorção, ou, melhor dizendo, via intervenção na cúpula dessas siglas. As articulações estão aceleradas na Câmara dos Deputados, com o aval do presidente da Casa, deputado Arthur Lira. Já em agosto o Centrão mostra sua cara e se articula para eleger o maior número de prefeitos e vereadores nos estados, de olho nas eleições e reeleições de governadores em 2026.

 

MUDANÇAS À VISTA NA CÂMARA MUNICIPAL DE PORTO NACIONAL

Diante da perspectiva de, no mínimo três importantíssimas candidaturas a prefeito de Porto Nacional nas próximas eleições, cresce também a expectativa de mudanças profundas na composição da Câmara Municipal. Com o surgimento de ótimas pré-candidaturas e o péssimo desempenho dos atuais vereadores, considerados pela população portuense como omissos e despreparados, são grandes as chances de renovação na Câmara Municipal de Porto Nacional. Segundo dados de pesquisa de intenção de votos à qual O PARALELO13 teve aceso, é grande a tendência de renovação e Luzimangues pode, sim, aumentar o número de representantes no legislativo portuense.

 

ABUSO DO PODER ECONÔMICO E CAMPANHA ANTECIPADA

 

O Ministério Público Eleitoral está de olhos abertos e monitorando de perto os indícios de abuso de poder econômico de pré-candidaturas a prefeito ou prefeita às eleições do próximo ano. Há indícios de que o poder econômico começou a ser abusivo em importantes municípios tocantinenses e isso pode inviabilizar a disputa para fortes postulantes ao poder executivo municipal. Os adversários já colecionam provas para embasarem, no momento certo, ações na justiça eleitoral, até mesmo em Brasília, se necessário. Todo cuidado será pouco, inclusive no que diz respeito a possível quebra de sigilo telefônico.

 

MUITAS SURPRESAS ESTÃO POR VIR NAS ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 2024...

KATIA ABREU PRESTIGIA SHOW DE FAFÁ DE BELÉM EM TAQUARUÇU

Atualmente conselheira do grupo empresarial JBS, a ex-senadora Kátia Abreu prestigiou na semana passada o show de Fafá de Belém em Taquaruçu, dentro da programação do projeto Palmas Férias. A conselheira aproveitou a oportunidade para cumprimentar os amigos presentes ao evento. Derrotada nas últimas eleições ao tentar a reeleição, Kátia Abreu, enquanto conselheira da JBS não pode se envolver publicamente em política partidária. Porém nada a impede de abrir as portas da gestão do presidente Lula para os amigos prefeitos candidatos à reeleição.

 

É A VIDA QUE SEGUE ...

SENADOR EDUARDO GOMES DESTINOU R$ 2 MILHÕES PARA TEMPORADA DE PRAIA EM PORTO NACIONAL

Na foto entregando Maquinas

O senador Eduardo Gomes contemplou o município de Porto Nacional para temporada deste ano com R$ 2 milhões. O dinheiro entrou em caixa antes do início da temporada. O Portal da Transparência de Porto Nacional e o Sistema de Convênios do Governo Federal confirmam a transação.

 

 

Posted On Terça, 01 Agosto 2023 03:57 Escrito por

Porto Nacional é conhecida como a Capital da Cultura do Estado do Tocantins, é a cidade onde está sediado o jornal O Paralelo 13, desde a sua fundação, no mesmo endereço, desenvolvendo a mesma linha editorial, destemida, porém ética e respeitosa, sempre de propriedade da Família O Paralelo 13, presidido por nós e, agora, com o retorno do editor Edvaldo Rodrigues, que estava afastado há quatro anos, por outros compromissos profissionais.

 

Por Edson Rodrigues

 

Somos testemunhas vivas e participantes do modo de ser dos portuenses, em cujas veias corre o mais puro sangue político, cidadãos que não gostam de bater palmas para políticos e, quando o fazem, em raríssimas vezes, é o maior sinal de reconhecimento para qualquer um que tenha apostado na vida pública.

 

Em Porto Nacional, cidade do santo Padre Luso, já forneceu para Goiás e, há 34 anos, para o Tocantins, senadores, deputados federais, estaduais, escritores, cientistas, médicos, pessoas que ocuparam cargos de relevância em todos os Poderes, a disputa pela vaga de futuro prefeito sempre foi e será, a mais acirrada dentre todos os municípios tocantinenses. Aqui não há favoritos, não há imbatíveis e não há derrotados de véspera. Quando o resultado das urnas é divulgado, os adversários voltam a ser vizinhos, amigos e conhecidos, de convivência cordial e harmônica, em seus papéis originais de cidadãos portuenses. Exceto os puxa-sacos, baba ovos e “cheiradores de sovaco”.

 

Essa é Porto Nacional.

 

O CERNE DA QUESTÃO

 

Dentro de todo esse contexto, o Observatório Político de O Paralelo 13 inicia esta análise afirmando com tranquilidade que a maioria esmagadora dos eleitores portuenses não sabe em quem votará para prefeito em outubro de 2024, independente das pré-candidaturas serem governistas ou oposicionistas ou as da terceira via.

 

Dos pré-candidatos a prefeito de Porto nacional, o atual prefeito, Ronivon Maciel (foto), um gestor morno, sem ações políticas e que vem patinando no mesmo lugar desde que assumiu a prefeitura, não tem comando sobre seus auxiliares que são fracos, para não dizer incompetentes, com algumas ressalvas no primeiro escalão, mas são pessoas cujas pastas não têm orçamento, logo, sem condições de dar outra cara ao governo.

 

Apesar do desgaste da maioria dos seus auxiliares de primeiro escalão, considerados por muitos como “parasitas”, com a exceção de três deles, o prefeito Ronivon Maciel, com o apoio do senador Irajá Abreu, relator setorial do Orçamento e aliado de primeira hora do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, vem recebendo alguns milhões em recursos federais, oriundos de emendas impositivas, para investimento em infraestrutura.  Nos próximos 17 meses, com obras de pavimentação asfáltica nos bairros e recapeamento da malha viária no centro e em outros setores de Porto Nacional, tem condições de reagir administrativamente, podendo transformar sua gestão, de forma a se tornar um candidato com chances de competitividade.

 

O seu crescimento político, no entanto, ainda é uma dúvida, mas, não, impossível.

 

Porém, Ronivon, assim como qualquer um dos demais pré-candidatos, não pode ser subestimado, pois conseguiu manter sua gestão sem nenhum escândalo de corrupção, longe das operações da Polícia Federal e das investigações do Ministério Público.

 

TOINHO ANDRADE

O deputado federal Toinho Andrade é outro pré-candidato a prefeito. Com a política correndo nas veias da sua família, Toinho é filho do saudoso ex-prefeito de Porto Nacional por três mandatos e ex-prefeito de Nova Fátima, Antônio Poincaré Andrade, e prefeito de Nova Fátima, sua mãe, Dinorá Costa Andrade, ex-prefeita de Ipueiras, seu irmão, Otoniel Andrade, três vezes prefeito de Porto Nacional e da ex-prefeita de Ipueiras, Terezinha Andrade.

 

Começou sua vida pública como vereador, seguiu como deputado estadual, presidente da Assembleia Legislativa e, hoje, é o deputado federal mais votado nas últimas eleições.

 

Na disputa pela prefeitura de Porto Nacional, Toinho Andrade conta com o apoio político do amigo de infância, o também portuense, governador Wanderlei Barbosa e do grupo político palaciano, composto por vários deputados estaduais, deputados federais, vereadores, prefeitos e muitas outras lideranças, compondo o maior conglomerado político da atualidade, no Tocantins.

 

Porém, a disputa, em Porto Nacional, como já falamos, deve ser uma das mais acirradas do Tocantins, e será decidida voto a voto, por isso, nunca é bom contar vantagens nem apostar nos apoios. Sem trabalho duro, ninguém chegará a vitória, e é muito importante ter cuidado com as vaidades que estarão em jogo.

 

TERCEIRAS VIAS

Possíveis pre candidatos a prefeitura

 

As peças do tabuleiro sucessório de Porto Nacional ainda não estão definidas e as candidaturas que se apresentam como terceira via, principalmente a nascida no seio da classe empresarial e do agronegócio, podem surpreender.

 

Há ainda os trabalhos discretos da candidatura do ex-prefeito, Paulo Sardinha Mourão, deputado federal por três mandatos, um político de conceito, que já foi prefeito de Porto Nacional e que, até outubro deste ano, irá confirmar, com um simples movimento, se será ou não candidato a prefeito em seu município natal, com apoio do presidente Lula.

 

Ex-prefeito Paulo Mourão

 

Com domicílio eleitoral transferido para Palmas, onde sua candidatura a prefeito foi deletada por conta do racha dentro do PT, Paulo Mourão tem até outubro para voltar a ter domicílio eleitoral em Porto, o que lhe possibilitará ser candidato a prefeito, em um acordo com o atual prefeito, Ronivon Maciel, em que um apoiará aquele que estiver melhor nas pesquisas, no caso da transferência de domicílio eleitoral de Mourão para Porto.

 

Por esse e outros motivos, a sucessão municipal em Porto Nacional ainda está muito longe de sequer ser diagnosticada. São muitas candidaturas, muitas possibilidades e muitas dúvidas, tudo isso cercado da aura pitoresca dos eleitores portuenses, que não gostam de bater palmas para político e de reeleger prefeitos.

 

As respostas só virão com o tempo, mas a movimentação você pode conferir aqui.

 

Estamos de olho!

 

 

Posted On Terça, 01 Agosto 2023 03:45 Escrito por

Essa é a segunda vez que a área é ocupada. A última ocorreu durante as mobilizações do Abril Vermelho, quando uma ordem judicial determinou a saída do grupo. Durante a tarde, grupo deixou o local após conseguir agendar reunião com o Governo Federal.

Com g1 

 
Integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) ocuparam, na manhã desta segunda-feira (31), pela segunda vez neste ano, a Embrapa em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. O MST alega que o Governo Federal não cumpriu acordo de assentar 900 famílias.

 

Durante a tarde, de forma pacífica, o grupo desocupou o local. De acordo com integrantes do movimento, a decisão ocorreu por conta doo agendamento de reunião com o Governo Federal, nesta terça-feira (1º), em Santa Maria da Boa Vista.

 

Cerca de 100 famílias de Pernambuco e da Bahia ficaram instaladas na área às vésperas do "Semiárido Show", evento que prevê reunir no local cerca de 20 mil pessoas, entre elas, pesquisadores e estudantes.

Uma ordem judicial determinou a saída de um grupo do MST que se instalou no local durante as mobilizações do Abril Vermelho há cerca de quatro meses, e as famílias tiveram de ser deslocadas na época para uma área próxima cedida por um membro do movimento.

 

Integrantes do MST desocupam área de pesquisa da Embrapa em Petrolina (PE) — Foto: JN

De acordo com um integrante do MST, Reginaldo Martins, a nova ocupação ocorreu devido ao descumprimento de um acordo firmado pelo governo e movimento em 19 de abril deste ano.

 

“Até agora só se cumpriu um ponto que foi o cadastramento, que conseguiu identificar 859 famílias. Outro ponto, que é aquisição de cinco propriedades, não avançou. Outro que falta, e que é muito fundamental para os assentamentos, é a criação do Incra de Petrolina”, destacou.

A área ocupada pelo MST é conhecida como “Embrapa Semente Básica” e funcionava como uma área mercadológica de sementes e mudas básicas até 2019. De acordo com a chefe-geral da Embrapa, Maria Auxiliadora Coelho de Lima, a área ainda segue produtiva e serve à realização de pesquisas sobre as espécies forrageiras e nativas da caatinga e o evento "Semiárido Show".

 

O evento Semiáriado Show 2023 deste ano está previsto para começar nesta terça-feira (1º) e pretende reunir cerca de 20 mil pessoas, entre pesquisadores, representantes do governo federal, agricultores e estudantes. A Embrapa acionou uma equipe de segurança e continua com a montagem da estrutura do evento.

 

Em nota a Embrapa informou que "rapidamente adotou todas as medidas necessárias para a desocupação da área visando a realização do referido evento nas dependências da Embrapa Semiárido, conforme planejado, com apoio interno e de várias estruturas do governo, incluindo ministérios, Incra e outras instâncias competentes".

 

 

Posted On Terça, 01 Agosto 2023 03:39 Escrito por

São 503 unidades escolares do Estado preparadas para receber estudantes e professores no segundo semestre letivo

Por Alcione Luz

Mais de 142 mil estudantes da rede estadual de ensino voltam às aulas nesta quarta-feira, 2. As equipes gestoras das 503 unidades escolares estão preparadas para acolher estudantes e servidores na retomada das atividades pedagógicas referentes ao segundo semestre letivo.

 

A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) oferta ensino fundamental e médio, que incluem diversas modalidades de ensino em suas unidades, como Educação de Jovens e Adultos (EJA), Indígena, Quilombola, do Campo, Integral, Especializada, Militar, Profissional e Socioeducativa.

 

O segundo semestre letivo conta com avaliações importantes que subsidiam o cálculo do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), a exemplo da aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb). A avaliação reflete os níveis de aprendizagem demonstrados pelo conjunto de estudantes no contexto escolar e oferece subsídios para a elaboração, o monitoramento e o aprimoramento de políticas educacionais.

 

Outra avaliação importante para os estudantes que estão em fase de conclusão do ensino médio, realizada no semestre, é o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma das principais formas de acesso ao ensino superior no país.

 

O secretário de Estado da Educação, Fábio Vaz, destacou a importância desse momento de retomada das atividades escolares. “As equipes escolares passaram por formações e estão preparadas para receber os estudantes. É mais uma oportunidade para os jovens se envolverem em tudo aquilo que a escola oferece para ampliar o conhecimento, que vai muito além do ensino em sala de aula. As nossas escolas oferecem diversas oportunidades de aprendizagem, sejam elas por meio de atividades pedagógicas, esportivas, culturais. Que os nossos estudantes possam aproveitá-las e criar oportunidades para um futuro profissional. A educação é o meio mais eficaz de transformação da vida dos nossos jovens”, frisou.

 

Live de formação

 

Nesta terça-feira, 1º, às 8h30, será realizada a live com o tema “Plano Político Pedagógico (PPP): como estruturar a política de avaliação da aprendizagem” pelo canal da Seduc, no YouTube, e que tem como público-alvo professores e todas as equipes das unidades escolares da rede estadual de ensino.

 

A formação contará com a palestra de Celso Vasconcelos, doutor em educação pela Universidade de São Paulo (USP), que abordará o tema “PPP – Como Estruturar a Política de Avaliação da Aprendizagem?” e também a palestra “Desenvolvimento Sociemocional e Avaliação: o trabalho da equipe multiprofissional”, com Isolda Pacine, diretora de Desenvolvimento de Competências Socioemocionais da Seduc.

 

 

Posted On Terça, 01 Agosto 2023 03:37 Escrito por

O inquérito policial militar aberto para investigar os militares que deveriam ter protegido o Palácio do Planalto diante dos ataques golpistas de 8 de janeiro livrou as tropas de culpa e apontou "indícios de responsabilidade" da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial, que integra a pasta do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

 

POR THAÍSA OLIVEIRA

 

A apuração concluiu que, se houvesse tido planejamento "adequado" no início do governo do presidente Lula (PT), seria possível ter evitado a invasão do palácio ou minimizado os estragos.

 

O relatório sigiloso, obtido pela Folha de S.Paulo, foi finalizado em 2 de março e recebeu uma complementação no dia 14 daquele mês.

 

A investigação indica a responsabilidade da secretaria do GSI de forma genérica, sem mencionar o nome dos responsáveis. A conclusão cita ainda a sigla DSeg, do Departamento de Segurança Presidencial.

 

À época, a secretaria era chefiada pelo general Carlos Feitosa Rodrigues. Ele chegou ao cargo em 2021, na gestão do bolsonarista Augusto Heleno. Foi mantido no governo Lula pelo general Gonçalves Dias, ministro do GSI que pediu demissão em abril após a divulgação de imagens que colocaram em xeque a atuação do órgão durante o 8 de janeiro.

 

Como no caso de Feitosa, a situação se repetia no Departamento de Segurança Presidencial da secretaria. O diretor, coronel Wanderli Baptista da Silva Junior, também havia sido nomeado por Heleno e mantido por Gonçalves Dias. Ele ficava diretamente abaixo de Feitosa na estrutura interna do gabinete.

 

O inquérito militar afirma que, no âmbito do GSI, "resta evidente" que "o planejamento, o acionamento e o emprego" de militares "no tocante às ações ligadas à manutenção da integridade física do Palácio do Planalto e adjacências" cabe à secretaria.

 

O relatório destaca que, de acordo com o protocolo que define as ações do GSI e do Comando Militar do Planalto na defesa do palácio (chamado de Plano de Operações Escudo), competia ao DSeg "acionar o deslocamento" da tropa de choque do Exército.

 

Também era obrigação da secretaria "buscar informações indispensáveis ao planejamento de ações preventivas" junto à Abin (Agência Brasileira de Inteligência) e aos órgãos da Secretaria da Segurança Pública do Distrito Federal, o que não foi feito.

 

No dia 6 de janeiro, uma sexta-feira, o GSI previu situação de "normalidade" no final de semana. Como mostrou a Folha de S.Paulo em abril, a Abin diz que o ex-ministro do GSI recebeu 11 alertas em seu WhatsApp do dia 6 de janeiro até o início dos ataques.

 

A título de comparação, o inquérito policial militar constatou que o número de militares no dia 8 de janeiro era menor do que o de 31 de julho do ano passado, quando Jair Bolsonaro (PL) convocou manifestantes contra o STF.

 

Na ocasião, a segurança do Planalto havia sido reforçada por 110 militares —o equivalente a uma subunidade ou três pelotões. No dia 8 de janeiro, o Comando Militar do Planalto enviou apenas um pelotão (36 homens) por volta das 12h.

 

"Desta forma, é possível concluir que, sendo realizado um planejamento das ações de segurança adequado, com o acionamento de valor de tropa suficiente, a execução das ações de segurança por parte das tropas do CMP [Comando Militar do Planalto] teria melhores condições de êxito", diz.

 

"Nesse sentido, a invasão ao Palácio do Planalto poderia ter sido evitada ou minimizado os danos patrimoniais sofridos", completa.

 

O inquérito militar afirma que, devido à falta de planejamento, as tropas em campo não tinham condições de reagir à investida golpista. Por isso, diz que "não foram encontrados indícios de crime militar ou crime comum na atuação das tropas".

 

"Devido a uma previsão de ‘normalidade’ por parte daquele órgão [Secretaria Presidencial] —que não se verificou na realidade—, o efetivo solicitado ao CMP e empregado foi abaixo do necessário diante do grande número de invasores e do comportamento agressivo dos mesmos."

 

"Noutro vértice, conclui-se que há indícios de responsabilidade da Secretaria de Segurança e Coordenação Presidencial/Dseg quanto à invasão do Palácio do Planalto, considerando que houve falha no planejamento e na execução das ações", aponta o inquérito militar.

 

Imagens do circuito interno de câmeras do Palácio do Planalto durante a invasão mostraram não só o baixo número de homens no local, mas também falta de comando. A entrada principal do prédio ficou desguarnecida por cerca de 45 minutos.

 

O inquérito foi aberto em 11 de janeiro para averiguar a atuação da tropa. A investigação foi conduzida pelo coronel Roberto Jullian da Silva Graça, hoje chefe do Estado-Maior do Comando Militar do Planalto.

 

O inquérito policial militar é uma investigação pré-processual elaborada pelos próprios militares para avaliar se há indícios de crime militar e quais os possíveis responsáveis. Feitosa nem sequer foi ouvido durante a apuração.

 

O documento foi enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Em fevereiro, ele decidiu que os militares envolvidos no 8 de janeiro serão processados e julgados pelo próprio tribunal.

 

O ministro também determinou que a Polícia Federal abrisse um inquérito para investigar os militares das Forças Armadas e da Polícia Militar do Distrito Federal. A PF, portanto, pode chegar a conclusão diferente da apontada no inquérito militar.

 

EXÉRCITO NÃO SE MANIFESTA SOBRE INVESTIGAÇÃO

 

Questionado pela reportagem, o Exército não explicou por que o general Feitosa não foi ouvido no inquérito. A instituição afirmou que os esclarecimentos sobre o 8 de janeiro serão prestados "exclusivamente" aos órgãos competentes.

 

"O Exército não se manifesta no transcurso de processos de investigação. Cabe destacar que esse é o procedimento que tem pautado a relação de respeito do Exército Brasileiro com as demais instituições da República", disse.

 

O GSI afirmou em nota que "desconhece as conclusões da apuração do Inquérito Policial Militar instaurado no âmbito do Comando Militar do Planalto, ao qual não teve acesso".

 

A reportagem não conseguiu contato com o general Feitosa e o coronel Wanderli. A defesa do general Gonçalves Dias foi procurada, mas não se manifestou.

 

O inquérito policial militar também levanta as falhas da Secretaria de Segurança Pública do Governo do Distrito Federal —embora a pasta não tenha sido foco da investigação nem apareça nas conclusões.

 

O documento ressalta que o GSI e o Comando Militar não foram chamados para a reunião organizada pela secretaria em 6 de janeiro, dois dias antes do ataque, nem "comunicados de suas decisões ou relatórios de inteligência".

 

Diante do risco de invasão das sedes dos três Poderes, o Governo do DF elaborou um protocolo de ações integradas em que definia o que cada órgão responsável pela segurança da Esplanada dos Ministérios deveria fazer no dia.

 

O inquérito afirma ainda que a PM-DF —de acordo com o próprio protocolo de ações— deveria ter impedido a chegada dos manifestantes até a praça dos Três Poderes, o que não ocorreu.

 

Outro argumento usado na defesa dos militares é o de que "a única informação" enviada pela Polícia Militar foi a de que as manifestações teriam "animosidade baixa", com "até duas mil pessoas".

 

O relatório também minimiza a atuação do Exército no acampamento golpista montado em frente ao quartel-general, em Brasília.

 

O inquérito afirma que a área foi ocupada a partir de 30 de outubro "de forma intensa, porém pacífica" e que houve "redução gradual no número de manifestantes" a partir de 15 de novembro "em razão da postura restritiva" do Comando Militar do Planalto.

 

O documento também diz que, diferentemente da "postura restritiva" adotada pelo Comando Militar do Planalto, "o Governo do Distrito Federal autorizou que os manifestantes realizassem seu desembarque" no Setor Militar Urbano, onde fica o quartel.

 

Posted On Terça, 01 Agosto 2023 03:34 Escrito por
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