Dívidas em bancos e no comércio concentram maior parte dos débitos
Por: Camila Stucaluc
Um levantamento realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) apontou que, em outubro, quatro em cada dez brasileiros estavam com dívidas em atraso. A cifra equivale a 64,87 milhões de pessoas, um novo recorde da série histórica da pesquisa, realizada há oito anos.
Segundo os dados, que abrangem informações de capitais e interior de todas as unidades federativas, a variação anual observada em outubro deste ano ficou abaixo da observada no mês anterior. Na passagem de setembro para outubro, o número de devedores cresceu 1,06%, enquanto na comparação anual, o aumento foi de 19,11%.
"O brasileiro ainda sente no bolso os efeitos dos últimos aumentos das taxas de juros e dos preços dos alimentos. Apesar da inflação ter diminuído, no dia a dia isso ainda não é sentido nos produtos de consumo básico, que seguem aumentando. Esse cenário impacta diretamente no orçamento familiar", destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.
Em termos de participação, o setor credor que concentra a maior parte das dívidas é o de Bancos, com 61,34% do total. Na sequência, aparecem os segmentos de Comércio (12,67%), Comunicação (12,67) e contas básicas, como água e luz, (10,89%). A dívida média do brasileiro no mês ficou em R$ 3.694,06.
"Até agora o consumo foi garantido pelo ímpeto do pós-pandemia e por estímulos fiscais, mas esse ritmo deve enfraquecer. A expectativa é de que esse cenário de inadimplência se mantenha nos próximos meses. Por isso, o consumidor deve se manter atento aos gastos e utilizar o 13º salário com muita responsabilidade, priorizando o pagamento de dívidas" alerta o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior.
Objetivo do documento é assegurar a continuidade de políticas públicas sem prejuízo à sociedade durante as fases de transição dos governos
Por Wanderson Gonçalves
Representando o Governo do Tocantins, o secretário de Estado da Administração, Paulo César Benfica, participou nesta segunda-feira, 21, do lançamento do Book de Transição, na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. O documento foi elaborado pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração (Consad), em parceria com o Centro de Liderança Pública (CLP), a Fundação Dom Cabral e o Movimento Vamos. O Book de Transição é resultado de um amplo trabalho desenvolvido pela presidência e os Grupos de Trabalho do Consad, que atuam em diversas áreas como transformação digital, saúde e segurança do servidor, concessões e PPPs, gestão de pessoas, ativos e patrimônio, compras públicas, entre outras.
Diante de um cenário pós-período eleitoral e sem vínculo político, o Book de Transição funcionará como uma espécie de guia para gestores e servidores públicos, com intuito de assegurar a continuidade de políticas públicas sem prejuízo à sociedade durante as fases de transição entre os governos.
O secretário da Administração, Paulo César Benfica, ressalta que o encontro oportuniza aos gestores a capacidade de lidar com a transição entre governos sem muitos impactos negativos. “O documento reúne um conjunto de diretrizes e boas práticas para a gestão pública, o que de certa forma permite ao gestor uma visão sistêmica de todo o funcionamento das políticas públicas”, frisou.
Além da participação da presidência do Consad, o evento conta com a presença de Secretários de Estado da Administração das 27 unidades federativas do Brasil; Secretários de Planejamento, Fazenda e Economia; governadores eleitos ou reeleitos; ministros e executivos de grandes instituições da administração pública.
Programação
- Solenidade de Abertura - Presidência CONSAD, autoridades e convidados.
- Fala Ministra Cármen Lúcia.
- Painel: “Book de Transição”.
- Keynote Speaker Internacional; Mr. Daniel Gerson (OCDE).
- Keynote Speaker Internacional - Mr. Patrick Borbey, ex-Presidente da comissão do serviço civil canadense (virtualmente).
- Palestra Professor Clóvis de Barros.
- Encerramento.
Da Assessoria
Representando a Deputada Federal e Senadora Eleita Professora Dorinha (UB/TO), o eleito 2º suplente e produtor rural Maurício Buffon e o assessor da parlamentar Felipe Rocha se reuniram com a diretoria executiva da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado do Tocantins (Aprosoja/TO), nesta segunda-feira, 21 de novembro.
Também estiveram presentes representantes da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST) para debater os gargalos que embaraçam a industrialização do setor produtivo do Estado do Tocantins. "Assumi esse compromisso com a nossa Senadora Professora Dorinha em atuar de forma orgânica no fortalecimento do agronegócio do Estado. Agradeço a receptividade do presidente da Aprosoja Tocantins, Dari Fronza, e do representante da APROEST, o advogado Wagno Milhomen", pontou Buffon.
Já o assessor Felipe Rocha destacou que, "a Senadora Eleita Professora Dorinha determinou que a sua equipe pudesse dar suporte técnico e político na transversalidade da cadeia produtiva do Agronegócio do Tocantins. Aqui pudemos identificar quais foram os gargalos e como iremos atuar no intuito de fomentar o desenvolvimento econômico do nosso Estado com sustentabilidade e justiça social."
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE) e o ministro Ricardo Lewandowski, do STF (Supremo Tribunal Federal), protagonizaram um debate sobre a atuação da Corte nesta 2ª feira.
Por Nicholas Shores
O congressista disse haver “invasão de competência” do Poder Judiciário sobre o Legislativo e o Executivo. Lewandowski respondeu que o STF tem se pautado “rigorosamente” pelas competências assinaladas pela Constituição.
Girão pediu a palavra na comissão do Senado responsável por atualizar a Lei do Impeachment, presidida por Lewandowski, e afirmou que o Supremo tem parcela de responsabilidade no “caos” e na “censura” sob os quais, segundo o senador, a sociedade brasileira vive atualmente.
“Começou lá atrás no processo de impeachment da Dilma Rousseff, que o senhor estava coordenando no plenário do Senado Federal. No meu modo de entender houve uma violação à Constituição [na decisão de cassar o mandato, mas manter os direitos políticos da ex-presidente]”, disse Girão.
Desde o 2º turno das eleições, milhares de apoiadores do atual presidente, Jair Bolsonaro (PL), reúnem-se em frente a quartéis militares e, de forma intermitente, bloqueiam rodovias como forma de contestar a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Pedem “intervenção federal” –inclusive sobre o STF.
“Acredito que o diálogo como o senhor está fazendo, vindo a esta Casa, dando exemplo, é muito importante para que a gente possa construir um canal para buscar uma harmonia, uma verdadeira independência entre os poderes”, disse Girão.
Ele integra uma ala do Senado que critica publicamente os inquéritos das fake news e dos chamados atos antidemocráticos no Supremo e as decisões de ministros dentro desses processos, que atingiram empresários e congressistas que apoiam Bolsonaro, como o deputado Daniel Silveira (PTB-RJ).
Além de afirmar que a atuação do STF está dentro do que estabelece a Constituição, Lewandowski também disse que a decisão, em 2016, de aprovar o impeachment de Dilma e manter seus direitos políticos foi “soberanamente” tomada pelo Senado. O ministro presidiu o processo.
“Sei que a sociedade brasileira está dividida sobre esse assunto, mas penso que a história julgará a decisão da Casa Alta do Congresso Nacional”, declarou.
Lei do Impeachment
A comissão do Senado que reúne advogados, juízes e professores de Direito para atualizar a Lei do Impeachment fez nesta 2ª feira a última reunião. O relatório final foi aprovado, mas está pendente de ajustes discutidos oralmente.
Instituída pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem a tarefa de entregar um anteprojeto reformulando a lei.
O presidente do colegiado é Lewandowski. A relatora é Fabiane Pereira de Oliveira, assessora do gabinete do ministro no Supremo.
Segundo Lewandowski, o objetivo da comissão é atualizar a Lei 1.079 de 1950 em relação à Constituição de 1988.
Ele disse que há autoridades que não estão contempladas no texto, mas, segundo a interpretação da comissão, podem ser enquadradas em eventual cometimento de crime de responsabilidade.
Citou, como exemplos, os integrantes do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), do CNMP (Conselho Nacional do Ministério Público), o advogado geral da União, magistrados de um modo geral, e integrantes dos tribunais de contas, tanto da União quanto de Estados e municípios.
“Mais do que isso, nós incorporamos ao texto toda a evolução processual e procedimental dos 2 últimos julgamentos do impeachment que houve, do [ex-presidente Fernando] Collor e da presidente Dilma”, afirmou Lewandowski ao Poder360.
Presidente da comissão de juristas, o ministro do STF Ricardo Lewandowski conduziu a reunião
Da Agência Senado
A comissão de juristas criada pelo Senado para revisar a Lei do Impeachment (Lei 1.079, de 1950) aprovou nesta segunda-feira (21) o anteprojeto com a proposta para a atualização da norma. O presidente do colegiado, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, afirmou que o texto final só será divulgado publicamente após entrega formal ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em data ainda não definida.
Na reunião desta manhã, os membros do colegiado apresentaram, discutiram e deliberaram sobre diversos ajustes de inserção, exclusão e redação do texto, relatado pela jurista Fabiane Pereira de Oliveira.
A Lei do Impeachment estabelece os chamados crimes de responsabilidade e regula o processo de destituição dos cargos de presidente da República e outras autoridades.
O colegiado, instalado em março de 2022, é composto por 12 juristas, entre eles o ex-senador Antonio Anastasia, agora ministro do Tribunal de Contas da União (veja a composição completa do colegiado). Em setembro, foi concedido à comissão prazo de mais 60 dias para a conclusão dos trabalhos.
— Estou extremamente honrado de ter presidido esta comissão de notáveis juristas que permitiu que chegássemos a bom termo na tarefa que nos foi delegada pelo Exmo. presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco. (...) Vamos apresentar à constelação dos eminentes membros do Congresso Nacional um texto denso, robusto, atualizado, que faz com que a Lei do Impeachment incorpore todas as previsões que a Constituição de 1988 faz com respeito aos sujeitos dos crimes de responsabilidade. Foi uma tarefa árdua que demandou muito tempo de todos nós — afirmou o ministro Lewandowski.
Para os trabalhos, foram estabelecidas uma subcomissão de Tipologia, para definir os tipos penais, e uma subcomissão de Processo e Procedimento, que se debruçou sobre o processo e o julgamento dos crimes de responsabilidade. Posteriormente, formou-se uma comissão de Redação.
O texto como um todo foi muito cuidadoso em restringir denúncias frívolas, segundo o presidente Lewandowski.
— Esse projeto vai fazer com que o processo de impeachment seja mais efetivo, garanta o direito de defesa e não seja vulgarizado — disse o ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e membro da comissão, Marcus Vinicius Furtado Coelho.
Invasão de competências
Em aparte na reunião, o senador Eduardo Girão (Podemos-CE) disse ser muito propício o debate acerca da Lei do Impeachment, mas salientou sentir a falta de nomes de alguns importantes juristas no colegiado, como Ives Gandra Martins e Modesto Carvalhosa.
O senador também se manifestou sobre o processo de impeachment da ex-presidente da República Dilma Rousseff, presidido no Senado pelo ministro do STF.
— Eu acredito que esse caos, ministro, com todo o respeito, que a gente está vivendo hoje na sociedade brasileira começou lá atrás, no processo de impeachment da Dilma Rousseff, que o senhor estava coordenando aqui, no Plenário do Senado Federal. No meu modo de entender, houve ali uma violação à Constituição — afirmou Girão, questionando a decisão de manter os direitos políticos da então presidente, apesar de seu mandato ter sido cassado.
Para o senador, é muito importante que se possa “construir um canal para buscar uma harmonia, uma verdadeira independência entre os Poderes”.
— Porque o que a gente vê hoje é uma invasão de competência do Judiciário, da Corte Suprema a esta Casa, ao Poder Executivo também, e isso não é saudável para a nossa democracia — expôs o parlamentar.
Em resposta, o ministro Lewandowski esclareceu que os juristas integrantes da comissão foram nomeados pelo presidente do Senado e que são “do mais alto gabarito”.
— Nós colhemos, durante todo esse tempo, as sugestões não apenas dos integrantes da comissão, mas também abrimos um espaço para a sociedade civil, que pôde se manifestar por meio da internet, que estava aberta durante esse tempo todo.
Com relação ao impeachment, o ministro lembrou que o caso foi soberanamente decidido pelo Senado Federal, que como resultado final acabou concluindo pela manutenção dos direitos políticos da ex-presidente Dilma Rousseff. Segundo Lewandowski, foram levados em conta os princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, além do princípio da individualização da pena.
Da mesma forma, Lewandowski enfatizou que “o Supremo Tribunal Federal tem se pautado rigorosamente dentro das competências que lhe são assinaladas pela Constituição federal". Os juristas membros da comissão manifestaram apoio ao ministro e aplauso por sua vida profissional e também pela atuação no processo de impeachment de Dilma Rousseff.