CEO do laboratório disse a jornal local que prioridade é garantir a vacinação da população indiana. Brasil comprou 2 milhões de doses
POR FLÁVIA SAID
O CEO do Instituto Serum, Adar Poonawalla, disse na sexta-feira (15/1) que o envio das doses da vacina contra a Covid-19 ao Brasil só deve acontecer daqui a duas semanas. O Brasil importou 2 milhões de doses da vacina da AstraZeneca/Oxford produzidas pelo laboratório Serum na Índia.
Em entrevista ao jornal Times of India, Poonawalla frisou que a exportação do estoque ao Brasil não vai atrapalhar o programa de vacinação da Índia. Com mais de 1,3 bilhão de habitantes, o país iniciou própria campanha de vacinação na mesma semana em que o governo brasileiro decidiu enviar o avião a Mumbai.
“Será a primeira exportação de Covishield. Vai ocorrer daqui a duas semanas. Temos um grande estoque. A exportação não vai prejudicar o programa de vacinação da Índia de maneira alguma”, disse ele.
A Covishield é a versão local do imunizante da Universidade de Oxford e da AstraZeneca. As 2 milhões de doses compradas pelo Brasil fazem parte de um lote de importação solicitada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ao laboratório Serum.
“Nossa primeira prioridade sempre foi nosso próprio país. Assim que cuidarmos disso, podemos começar a exportar as doses da vacina para outros governos a todo vapor”, disse o CEO do Serum.
O voo da Azul para buscar as 2 milhões de doses da vacina de Oxford contra o coronavírus iria decolar para Mumbai, na Índia, na quinta-feira (14), mas foi adiado para sexta-feira (15). O carregamento chegaria ao Brasil na tarde de domingo (17/1), mas o voo acabou cancelado.
O governo indiano vetou a liberação imediata das doses e não se comprometeu com um prazo, frustrando os planos brasileiros de começar a distribuir o imunizante pelos estados na próxima semana, caso a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) libere no dia anterior seu uso emergencial.
Na sexta-feira (15/1), o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou que “pressões políticas” na Índia retardaram a decolagem do avião brasileiro. Segundo ele, o avião partirá do Brasil em direção à Índia em, no máximo, dois ou três dias.
“Foi tudo acertado para disponibilizar duas milhões de doses. Só que hoje, neste exato momento, está começando a vacinação na Índia, um país de um bilhão e trezentos milhões de habitantes. Então resolveu-se aí, não foi decisão nossa, atrasar um ou dois dias até que o povo comece a ser vacinado lá, porque lá também tem pressões políticas de um lado e de outro. Isso dai, no meu entender, daqui dois, três dias, no máximo, nosso avião vai partir e vai trazer essas duas milhões de vacina para cá”, disse Bolsonaro em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Band.
Requisição da Coronavac
Diante do cenário, o Ministério da Saúde pediu ao Instituto Butantan, nesta sexta, a entrega imediata das seis milhões de doses da Coronavac que já foram importadas da China ao Brasil. Em ofício enviado a Dimas Covas, diretor do instituto ligado ao governo de São Paulo, a pasta destaca que o imunizante está sob análise para concessão de autorização para uso emergencial.
O imunizante pode ser o primeiro disponível para distribuição no Brasil. O governo prevê que a vacinação comece em 20 de janeiro.
Instituto vai fornecer a totalidade das doses requeridas, diz ofício. Mais cedo, Bolsonaro havia afirmado que a vacina de Oxford que vem da Índia vai atrasar
Por Agência Brasil
O Ministério da Saúde solicitou hoje (15) seis milhões de doses da Coronavac ao Instituto Butantan. A vacina está sendo desenvolvida pela instituição em parceria com o laboratório chinês Sinovac e foi solicitada por meio de ofício.
O ministério informou, no documento, que aguarda a liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar a distribuição para todos os estados ao mesmo tempo.
“Ressaltamos a urgência na imediata entrega do quantitativo contratado e acima mencionado, tendo em vista que este ministério precisa fazer o loteamento para iniciar a logística de distribuição para todos os estados da federação de maneira simultânea e equitativa, conforme cronograma previsto no Plano Nacional de Operacionalização da vacinação contra a covid-19, tão logo seja concedido autorização pela agência reguladora, cuja decisão está prevista para domingo, dia 17 de janeiro de 2021”, diz o ofício.
O Instituto Butantan informou que enviou resposta ao ministério informando que entregará a totalidade das doses requeridas e solicita informações sobre o quantitativo que será destinado a São Paulo.
Segundo o instituto, é comum que para todas as vacinas destinadas pelo instituto ao Programa Nacional de Imunizações (PNI), parte das doses permaneça em São Paulo. Isso ocorre, por exemplo, com a vacina contra o vírus influenza, causador da gripe. O instituto informou ainda que aguarda confirmação de data e horário sobre o início da campanha de vacinação que ocorrerá simultaneamente em todo o país.
Vacina de Oxford que vem da Índia vai atrasar
Bolsonaro deu as declarações em entrevista ao Brasil Urgente. Afirmou: “Resolveu-se, não foi decisão nossa, atrasar 1 ou 2 dias [a viagem] até que o povo comece a vacinar lá, porque lá também tem as pressões políticas de um lado e de outro. Isso aí, no meu entender, daqui a 2 ou 3 dias no máximo, nosso avião vai partir e vai trazer esses 2 milhões de vacinas pra cá”.
O presidente Jair Bolsonaro alertou que as 2 milhões de doses contemplam “mais ou menos só 1% da população” e se queixou da falta de oferta no mercado internacional. “ Vamos procurar fazer a nossa vacina aqui”, acrescentou.
A expectativa é que a imunização seja iniciada tão logo sejam enviados os primeiros lotes do medicamento para o Tocantins
Por Jarbas Coutinho
O governador Mauro Carlesse visitou nesta sexta-feira, 15, o Centro de Distribuição da Secretaria de Estado da Saúde (SES) para conferir o estoque de seringas com agulhas para o início da vacinação. A expectativa é que a imunização seja iniciada tão logo sejam enviados os primeiros lotes do medicamento ao Tocantins. Para isso, o Governo conta com 850 mil seringas em estoque, sendo 350 mil de 3 ml, que é o padrão ideal para a Covid-19.
“Eu vim conferir de perto o estoque de seringas que estão prontas para atender a nossa população, assim que chegar a vacina no Estado. Estamos com a estrutura do Governo preparada para iniciar a vacinação da população o mais rápido possível”, frisou o governador Mauro Carlesse, explicando que a vacina vai iniciar por aqueles segmentos da população priorizados pelo Ministério da Saúde, por meio do Programa Nacional de Imunização.
O titular da pasta da Saúde, doutor Edgar Tollini, explicou que as seringas foram adquiridas pelo Governo com os próprios fabricantes, o que proporciona muito mais economia. “Isso evidencia a credibilidade do Governo do Estado”, frisou o secretário, lembrando que o Tocantins foi um dos primeiros estados a apresentar um plano de imunização e já está com toda a estrutura de armazenamento e distribuição de doses, e com a frota preparada para a distribuição em todo o Estado. Além dessas seringas em estoque, o Governo do Tocantins já licitou mais 1.666.957 unidades.
Edgar Tollini afirmou ainda que está prevista para a próxima terça-feira, 19, uma reunião entre o ministro da Saúde e os secretários estaduais de Saúde, para tratar sobre a vacinação da Covid-19. “Acreditamos que a partir desta data, já teremos um posicionamento sobre o início do processo de imunização em todo o Brasil”, explicou.
Kits de alimentos
Ainda na tarde desta sexta-feira, 15, o governador Mauro Carlesse visitou o galpão da Secretaria de Estado do Trabalho e Assistência Social (Setas), onde estão depositados os kits de alimentos que serão distribuídos às famílias tocantinenses a partir desta segunda-feira, 18. Nesta operação, serão beneficiadas inicialmente famílias de 42 municípios. O objetivo é garantir a segurança alimentar e nutricional de famílias vulneráveis e trabalhadores afetados pela pandemia da Covid-19, como afirmou o governador Mauro Carlesse.
“Vamos continuar fazendo esse trabalho de atendimento às pessoas que se encontram em situação difícil em nosso Estado, em virtude da pandemia do Coronavírus”, pontuou o Governador, informando ainda que, em um primeiro momento, serão distribuídos 20 mil kits de alimentos, beneficiando diretamente 20 mil famílias. Segundo a Setas, somente em 2020 foram entregues 1 milhão de kits de alimentos.
Pedido de urgência para 10 milhões de doses foi protocolado nesta sexta por equipes da União Química e o Fundo de Investimento Direto Russo
POR MANOELA ALCÂNTARA
A farmacêutica brasileira União Química e o Fundo de Investimento Direto Russo (RDIF, sigla em inglês) protocolam, nesta sexta-feira (15/1), pedido emergencial junto à Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) para utilização de 10 milhões de doses do imunizante Sputnik V no Brasil .
Os grupos fecharam um acordo, na quarta-feira (13/1), para fornecimento ao Brasil de 10 milhões de doses da vacina contra a Covid-19 no 1º trimestre de 2021. As entregas devem começar ainda em janeiro. Este é o objeto do pedido emergencial.
O CEO do fundo russo, Kirill Dmitriev, encontrou-se com uma comitiva da União Química, na quarta-feira, em Moscou. O presidente da farmacêutica brasileira, Fernando Marques, e o diretor de negócios internacionais da empresa, Rogério Rosso, participaram da reunião.
De acordo com nota da União Química e do RDIF, “a Sputnik V é amplamente utilizada e aprovada por vários países no mundo, será produzida nas fábricas de Brasília e de Guarulhos, através de acordo de transferência de tecnologia firmado entre a companhia e o Fundo Soberano de Investimentos da Rússia – RDIF”.
Por isso, eles entendem que “todos os esforços, seja do setor público ou do setor privado, deverão ser empenhados de forma a combater a pandemia da Covid -19 , inclusive com ações extraordinárias e excepcionais em razão da urgência e relevância que o momento exige”, diz nota.
Tecnologia
A tecnologia da vacina será transferida para o Brasil, por meio da União Química. A farmacêutica iniciou a produção do imunizante nesta sexta-feira (15/1), em Brasília. A solicitação para estudos clínicos da Sputnik V no Brasil foi realizada em 29 de dezembro de 2020.
Brasileiros que trabalham na Embaixada do Brasil na Rússia estão sendo vacinados, segundo o RDIF. O imunizante foi aprovado para aplicação de forma emergencial em países como a Argentina, Bolívia, Argélia, Sérvia e Palestina.
“Nossos parceiros da União Química estiveram entre os primeiros do mundo que demonstraram interesse na vacina russa Sputnik V. Estamos prontos para uma cooperação em larga escala, em suprimentos e produção, para iniciar a vacinação da população no Brasil o mais rápido possível”, disse Dmitriev.
Segundo o CEO do RDIF, a Sputnik V “é uma vacina segura e eficaz, criada em uma plataforma comprovada e bem pesquisada de vetores adenovirais humanos”. “Vários países da América Latina estão vacinando pessoas com o Sputnik V, e esperamos que o Brasil se junte a eles nas próximas semanas”, pontuou.
Dmitriev e o empresário brasileiro pretendem propor a todos os países integrantes do Brics – grupo de nações com economias emergentes – a criação de uma força-tarefa para combater a Covid-19 e cooperar para o acesso e a distribuição das vacinas.
No Brasil, a Anvisa analisa pedido de autorização para uso emergencial da vacina de Oxford/AstraZeneca, que será importada da Índia, e da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac.
Eficácia
O RDIF anunciou que a eficácia da Sputnik V é superior a 90%, com proteção total contra casos graves da Covid-19. Mais de 1,5 milhão de pessoas receberam o imunizante.
De acordo com o fundo de investimento russo, a temperatura para o armazenamento da vacina é compatível com um refrigerador convencional, ou seja, não haveria necessidade de se investir em infraestrutura adicional para a conservação.
Devido ao aumento do número de casos de infecção pela Covid-19, a prefeitura de Porto Nacional publicou o Decreto nº 093 que dispõe sobre as novas medidas restritivas como forma de amenizar o aumento da propagação do vírus no município. O decreto entra em vigor a partir dessa sexta-feira (15)
Com Assessoria
De acordo com o prefeito Ronivon Maciel, foi avaliada a realidade atual do município e a prefeitura procurou deliberar em conjunto não só com os órgãos, mas também com vários segmentos da sociedade. “Sabemos que o grau de responsabilidade dos gestores é muito grande e, por isso, já estamos tomando todas as medidas cabíveis, principalmente as preventivas”.
Segundo consta no decreto, ficam suspensas as atividades presenciais na rede pública e privada de ensino fundamental e médio. E somente as atividades práticas/laboratoriais presenciais em instituições de ensino superior da área da saúde estão autorizadas.
Determinou-se o funcionamento parcial das feiras livres, igrejas e templos, comércio em geral, funerárias e academias que deverão seguir os protocolos de uso de máscara,higienização das mãos e distanciamento constantes no Decreto, e o monitoramento de sinais e sintomas dos colaboradores.
A venda de bebida alcóolica está autorizada em bares, restaurantes, conveniências, distribuidoras, balneários e clubes até às 23h desde que obedeçam aos requisitos dispostos no art. 16 do decreto.
O uso de máscara permanece sendo obrigatório em todo e qualquer órgão público e demais estabelecimentos. Assim como disponibilidade, na entrada e saída, de material de higienização das mãos.
Está proibida a realização de eventos públicos e privados de qualquer natureza, em ambientes abertos ou fechados, assim como atividades relacionadas ao Carnaval 2021. Reuniões particulares em residências devem respeitar o limite de até 15 pessoas e devem obedecer aos protocolos de distanciamento, uso de máscara e higienização das mãos.
Também consta multa para os estabelecimentos em caso de descumprimento das normas estabelecidas observadas as medidas específicas para cada atividade ou categoria do estabelecimento.
De acordo com a Secretária de Saúde, Lorena Martins, esse aumento de casos é reflexo do comportamento da população que reduziu os cuidados exigidos. “As pessoas precisam seguir as medidas de proteção recomendadas e preconizadas pelo ministério da saúde,evitando aglomerações, utilizando a máscara de forma correta, higienização das mãos e, quem for do grupo de risco, ficar em casa”, reforçou a secretária.
As medidas foram tomadas em conjunto com o Comitê de Operações de Emergência em Saúde Pública da Covid-19 (COE), poder executivo,representantes do comércio, empresários, entidades religiosas e outros segmentos da sociedade.
As determinações do decreto foram pensadas levando em consideração a conciliação entre a continuidade das medidas restritivas de prevenção ao novo Coronavírus e a manutenção das atividades do comércio para não comprometer o emprego e a renda dos cidadãos portuenses.