Texto será finalizado nesta quinta e votado semana que vem
POR ANDRÉ RICHTER
O Supremo Tribunal Federal (STF) informou nesta quarta-feira (23) que o governo federal e o Congresso Nacional estão na fase de conclusão de acordo para regularizar a liberação das emendas parlamentares que foram suspensas pela Corte.
Em nota conjunta à imprensa, os representantes dos Três Poderes informaram que o texto final do acordo deve ser finalizado até amanhã e ser votado na semana que vem pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.
A fase final do acordo foi decidida após reunião entre os presidentes do Supremo, Luís Roberto Barroso, da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Também participaram do encontro o advogado-geral da União, Jorge Messias, e o ministro do STF Flávio Dino, relator do caso.
Após o fechamento do acordo, Dino vai avaliar as cláusulas e submetê-las ao plenário do STF para votação. Ainda não há prazo para deliberação.
Entenda
Em dezembro de 2022, o STF entendeu que as emendas chamadas de RP 8 e RP 9 são inconstitucionais. Após a decisão, o Congresso Nacional aprovou uma resolução que mudou as regras de distribuição de recursos por emendas de relator para cumprir a determinação da Corte.
No entanto, o Psol, partido que entrou com a ação contra as emendas, apontou que a decisão continua em descumprimento.
Após a aposentadoria da ministra Rosa Weber, relatora original do caso, Flávio Dino assumiu a condução do caso.
Em agosto deste ano, Dino determinou a suspensão das emendas e decidiu que os repasses devem seguir critérios de rastreabilidade. O ministro também determinou que a Controladoria-Geral da União auditasse os repasses realizados pelos parlamentares por meio das emendas do orçamento secreto.
Ação foi protocolada por seis estados e o Distrito Federal
POR ANDRÉ RICHTER
O ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu nesta quarta-feira (23) a regra que impede um grupo econômico de explorar serviços de loteria em mais de um estado do país. A decisão também suspendeu a restrição de publicidade dos jogos aos moradores que moram no estado.
A decisão do ministro foi motivada por um pedido de liminar feito pelo governo de São Paulo. A procuradoria estadual alegou que a manutenção das regras previstas na Lei 14.790/2023, conhecida como Lei das Apostas Esportivas poderia prejudicar o leilão para concessão de serviços lotéricos, que será realizado no dia 28 de outubro.
No entendimento de Fux, a norma federal não pode impor obstáculos arrecadatórios aos estados sem justificativa razoável.
"À luz da ideia de federalismo fiscal, não pode a União impor obstáculos ao pleno exercício de competências arrecadatórias dos estados, sobretudo à míngua de qualquer justificativa razoável, como no caso concreto", afirmou.
A ação tramita no Supremo desde maio deste ano e foi protocolada por governadores de seis estados e o Distrito Federal.
O caso seria julgado em sessão virtual no dia 18 deste mês, mas um pedido de vista do ministro Gilmar Mendes suspendeu o julgamento. Contudo, diante da liminar solicitada pelo governo de São Paulo, Luiz Fux decidiu a questão.
Bets
O caso não está relacionado com a legalidade do mercado de apostas online no Brasil (bets).
A regulamentação do mercado de bets no Brasil é discutido no Supremo por meio de uma ação direta de inconstitucionalidade protocolada no dia 24 de setembro pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A entidade questiona a Lei 14.790/2023, norma que também regulamentou as apostas online de quota fixa.
Na ação, a CNC diz que a legislação, ao promover a prática de jogos de azar, causa impactos negativos nas classes sociais menos favorecidas. Além disso, a entidade cita que o crescimento do endividamento das famílias.
Cleilson Sousa está preso desde o dia 3 de dezembro de 2023 (324 dias) e, por esse motivo, a pena ficou definitivamente estabelecida em 14 anos, um mês e seis dias de reclusão. Ainda cabe recurso da decisão
Com Assessoria
Durante o julgamento, o Conselho de Sentença reconheceu a materialidade e a autoria do feminicídio, bem como as qualificadoras apresentadas pelo Ministério Público. O crime foi qualificado por motivo fútil, uso de meio cruel e de recurso que dificultou a defesa da vítima. O réu estava preso preventivamente desde o dia do crime.
O crime
Na noite do dia 3 de dezembro de 2023, em Silvanópolis, motivado por ciúmes e inconformado com o término do relacionamento, Cleilson Martins de Sousa foi à casa da sua ex-companheira e a agrediu com uma cadeira, aplicando-lhe diversos golpes na cabeça. As agressões foram presenciadas pela filha da vítima, de 10 anos, que tentou impedir a morte da mãe.
Com uma cadeira como arma, Cleilson deu diversos golpes na cabeça da vítima, que tentou fugir, mas foi alcançada pelo assassino, derrubando-a no chão e imobilizando-a. Em seguida, com uma faca, desferiu diversos golpes contra a ex-companheira. A filha da vítima foi retirada do local por sua madrinha. O depoimento da criança, gravado, relatando a cena brutal que viveu, foi exibido na sessão do Tribunal do Júri.
Na ação são 620 mil atingidos, 46 municípios e 1.500 empresas, autarquias e instituições religiosas
Por Mateus Parreiras
As histórias de dor pela perda de filhos, a agonia dos doentes e a destruição da cultura, da tradição e do meio de vida. O parlamento inglês recebeu nesta terça-feira (22/10) uma comitiva de atingidos pelo rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais, para contar a tragédia do rompimento em um movimento que quer sensibilizar as autoridades sobre as responsabilidades globais das multinacionais.
Eles são parte da ação de indenização contra a BHP, neste que é o maior caso na história dos tribunais do Reino Unido e que começou na segunda-feira (21/10). O valor da indenização é estimado em R$ 248 bilhões (44 bilhões de dólares). Na ação são 620 mil atingidos, 46 municípios e 1.500 empresas, autarquias e instituições religiosas.
Câmara diz que texto busca 'processo mais democrático'
Por Cristiane Sampaio
Em manifestação oficial feita nesta terça-feira (22) junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), a Câmara dos Deputados disse que a medida que limita decisões monocráticas da Corte busca “reforçar o princípio da colegialidade, um dos pilares do sistema judiciário brasileiro”, para assegurar que “decisões de grande impacto político ou social sejam apreciadas pelo plenário da Corte, garantindo um processo decisório mais robusto e democrático”.
O pronunciamento da Casa atende a um pedido do ministro Kassio Nunes Marques, relator do processo que pede a suspensão da tramitação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 8/2021. A ação é um mandado de segurança apresentado pelo deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O parlamentar alegou junto ao STF que a PEC fere cláusulas pétreas [trechos imutáveis] da Constituição Federal, como a dinâmica da separação de Poderes, porque representaria uma interferência indevida do Legislativo sobre o papel do Judiciário. O deputado argumenta ainda que a proposta atenta contra o direito de acesso à Justiça, previsto no artigo 5º da Carta Magna.
O mandado de segurança simboliza uma queda de braço que ganhou corpo nas últimas semanas, quando a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a PEC 8/2021 e um conjunto de outras medidas que buscam reduzir as prerrogativas do Supremo.
O avanço da agenda é patrocinado especialmente pela bancada bolsonarista em associação com parlamentares de outros núcleos da direita liberal, mas a disputa tem como pano de fundo incômodos que também já repercutiram entre grupos de outras colorações ideológicas, como o da esquerda.
Um dos pontos altos das críticas ao STF se deu quando o ministro Luís Roberto Barroso suspendeu, em uma decisão monocrática de caráter liminar, o pagamento do piso nacional da enfermagem. A decisão, que mais tarde foi confirmada pelo plenário da Corte, ocorreu em setembro de 2022, logo após a lei do piso entrar em vigor.
Apesar de não ser majoritariamente alinhado à agenda trabalhista, o Congresso interpretou a iniciativa de Barroso como uma intervenção indevida nas decisões do Legislativo, que havia aprovado o piso da enfermagem em decisão quase unânime. O episódio acabou se somando a outros elementos que alimentaram o avanço de pautas anti-STF na Câmara e no Senado entre 2023 e 2024.
“A deliberação pelo Congresso [sobre a PEC 8] deve ser considerada legítima, sem que se precipite um controle prematuro de constitucionalidade, uma vez que não há manifesta ofensa às cláusulas pétreas. Importa salientar que o controle de constitucionalidade preventivo é uma medida excepcional, destinada apenas a situações nas quais ocorra clara e incontestável violação dos preceitos constitucionais. Ao permitir que o Congresso delibere sobre a PEC, assegura-se o regular exercício do processo legislativo, sem que se exclua a possibilidade de revisão judicial posterior, caso se verifique, de fato, alguma afronta à Constituição”, argumenta a Câmara no documento enviado ao STF.
A PEC 8/2021 foi aprovada pela CCJ no último dia 9. O texto está em sua primeira fase de tramitação na Câmara, por isso ainda necessita passar por uma avaliação de conteúdo por parte de uma comissão especial. O próximo passo, caso seja aprovada, é a análise da proposta pelo plenário. A criação do colegiado depende de despacho do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL).