Saldo negativo vale para 2017 e 2018. Texto vai a plenário na quarta-feira
Com Agências
A CMO (Comissão Mista de Orçamento) aprovou no fim da noite desta terça-feira (29) o parecer do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) ao projeto de lei do governo que altera as metas fiscais de 2017 e 2018.
O texto do projeto de lei autoriza o governo federal a encerrar os dois anos com um saldo negativo primário de R$ 159 bilhões. Neste montante, estão incluídas as contas do Tesouro Nacional, do Banco Central e do INSS.
Havia 17 destaques, mas todos foram rejeitados.
As metas fiscais são definidas anualmente nas LDOs (Leis de Diretrizes Orçamentárias). A de 2017 prevê um deficit primário de R$ 139 bilhões para este ano. Na LDO de 2018, o deficit previsto é de R$ 129 bilhões.
A proposta, portanto, amplia o deficit em R$ 20 bilhões neste ano e em R$ 30 bilhões no próximo.
O texto recebeu parecer favorável do deputado Marcus Pestana (PSDB-MG) e agora será votado no plenário do Congresso Nacional, última etapa de tramitação, nesta quarta-feira (30), em sessão marcada para as 13h.
Prioridade do governo
O governo tem pressa em aprovar o projeto porque quer enviar a proposta orçamentária já com a meta revisada de R$ 159 bilhões. Por determinação constitucional, o projeto do novo orçamento chega ao Congresso Nacional na quinta (31).
Acusados teriam recebido dinheiro desviado de contratos da Transpetro. Denúncia foi enviada ao Supremo Tribunal Federal no âmbito da Lava Jato
Com Agências
Romero Jucá, Renan Calheiros e José Sarney – três dos principais nomes do PMDB – foram denunciados nesta quinta-feira (24) ao Supremo Tribunal Federal (STF) por desvios em contratos com a Transpetro. Os senadores Valdir Raupp (PMDB-RO) e Garibaldi Alves (PMDB-RN) também figuram na denúncia oferecida pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
De acordo com a PGR, o grupo cometeu crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro em episódios envolvendo negócios da empresa estatal no período de 2008 a 2012. A denúncia entregue ao ministro do STF Edson Fachin é baseada em depoimentos prestados por três delatores (que também figuram no ról de denunciados). São eles o ex-presidente da subsidiária de gás natural da Petrobras Sérgio Machado, o ex-executivo da Odebrecht Fernando Reis e o administrador de empresas Luiz Maramaldo. Nelson Cortonesi Maramaldo fecha a relação de acusados por Rodrigo Janot .
Conforme a denúncia, os senadores e o ex-presidente do Senado solicitaram, em razão de seus cargos, vantagem indevida ao então presidente da Transpetro, Sérgio Machado. Para ocultar e dissimular a natureza do dinheiro, os senadores e Machado teriam ajustado o pagamento de propina por meio de doação a diretórios estaduais e municipais do PMDB, indicados pelos políticos.
Em contrapartida a esses pagamentos, Sérgio Machado teria praticado atos de ofício para promover, autorizar e direcionar as licitações e contratações da Transpetro em favor da NM Engenharia, empresa administrada por Luiz e Nelson Maramaldo.
A Procuradoria alega que parte dos valores foram repassados a aliados de José Sarney mediante a diversas operações fracionadas, uma estratégia para ocultar e dissimular a "natureza, origem, localização, disposição, movimentação e propriedade" da propina. Outra parte do pagamento das vantagens indevidas teria sido feito em espécie, por meio de intermediários.
Doações ao PMDB
A denúncia narra que o dinheiro foi repassado aos seguintes diretórios: Diretório Estadual do PMDB no Rio Grande do Norte em 2008; Diretório Estadual de Roraima do PMDB em 2008, Diretórios Estaduais do PMDB, o do Maranhão e o do Amapá em 2008; e Diretório Nacional do PMDB em 2012 (Gabriel Chalita); Diretório Municipal de Aracaju do PMDB em 2008; Diretório Estadual do Tocantins do PMDB em 2010; Comitê Financeiro Único do PSDB em Alagoas em 2010.
“Os dados mostram que os estados de alguns dos membros do PMDB que são alvo da Operação Lava Jato receberam em 2010 e em 2014 recursos em montante desproporcional ao tamanho do eleitorado. Por outras palavras, os estados de domicílio eleitoral desses investigados ou denunciados, e não os de maior eleitorado, receberam os maiores volumes de recursos”, explica Janot. Esses 12 estados, apesar de concentraram apenas um terço dos eleitores, receberam dois terços dos recursos das campanhas majoritárias do PMDB de 2010 e de 2014.
Sérgio Machado tinha o apoio político de senadores do PMDB, inclusive dos denunciados, e do ex-presidente José Sarney, para sua manutenção no cargo de presidente da Transpetro. Esse fato foi, inclusive, demonstrado em gravação feita pelo ex-presidente da subsidiária. Em troca do apoio, omitiram-se quanto ao cumprimento do dever parlamentar de fiscalização da administração pública federal, viabilizando assim, indevidamente, o funcionamento de organização criminosa voltada para a prática de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva e lavagem de dinheiro no âmbito da subsidiária da Petrobras. A sistemática de apoio político em troca de vantagens indevidas se repetiu exaustivamente na Petrobras, como revelado pelas investigações da Operação Lava Jato.
No caso da Transpetro, o ex-presidente da subsidiária participava de reuniões individuais, mensais ou bimensais, com os políticos e os presidentes e controladores das empresas pagadoras de vantagem indevida para acertar o montante que seria pago. Tais reuniões ocorriam na sede da Tranpetro ou, em se tratando de políticos, em Brasília. Isso era fato conhecido por outros parlamentares, a exemplo do ex-senador Delcidio do Amaral. Fernando Luiz, da Odebrecht Ambiental, em depoimento, disse que Sérgio Machado apresentou-se como arrecadador de vantagem indevida para o PMDB em 2008, especificamente para Renan Calheiros e Romero Jucá.
Machado disse que sua atividade na Transpetro era guiada por duas diretrizes: “extrair o máximo possível de eficiência das empresas contratadas pela estatal, tanto em qualidade quanto em preço, e o máximo possível de recursos ilícitos para repassar aos políticos que o garantiam no cargo”. As empresas que não aderissem ao pagamento de vantagem indevida ou cessassem unilateralmente o pagamento delas depois não conseguiam novos contratos. Na gestão de Sérgio Machado, a NM Engenharia foi a segunda empresa com maior montante de recursos recebidos, à frente de empreiteiras como a Queiroz Galvão, a Galvão Engenharia e a Camargo Corrêa.
Rodrigo Janot pede a condenação dos denunciados pelos crimes imputados (corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro), a reparação à Transpetro dos danos materiais causados por suas condutas, dos danos morais transindividuais, já que os prejuízos decorrentes da corrupção são difusos (lesões à ordem econômica, à administração da justiça e à administração pública, inclusive à respeitabilidade do parlamento perante a sociedade brasileira), sendo dificilmente quantificados; e pede a decretação da perda da função pública dos condenados detentores de cargo, emprego público ou mandato eletivo, principalmente por terem agido com violação de seus deveres para com o Estado e a sociedade.
Além da sala, a unidade recebeu melhorias em toda a área do pronto socorro, permitindo um atendimento mais adequado aos pacientes
Por Camilla Negre
A população de Miracema e cidades circunvizinhas contam agora com um hospital regional mais completo para assistência aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta sexta-feira, 25, o governador Marcelo Miranda esteve na cidade, quando entregou reformas no Hospital Regional de Miracema (HRM). A unidade recebeu melhorias em toda a área do pronto socorro e ganhou uma sala de estabilização. Neste novo espaço, pacientes graves receberão um atendimento mais adequado e, depois de estabilizados, serem encaminhados para tratamento em hospital de maior complexidade, caso seja necessário.
Entre as melhorias realizadas estão ainda um dispensário de medicamentos, uma de sala atendimento e uma sala de estabilização. Além disso, mais adequações e melhorias também foram feitas em outros ambientes do hospital, como na sala de repouso dos profissionais.
Na ocasião, o governador Marcelo Miranda destacou o avanço da Saúde no Tocantins. “Estamos dando condições para que os pacientes que procuram esse hospital confiem nos profissionais que atuam aqui. Estou satisfeito e acredito que a saúde está avançando bem, sob o comando do secretário Marcos Musafir. Saúde é tudo na vida de qualquer cidadão. Estamos no caminho certo, mostrando a realidade com muita transparência”, disse.
O secretário de Estado da Saúde, Marcos Musafir, comentou a importância da sala e o ganho para a unidade. “Essa sala aqui em Miracema traz segurança ao paciente e à população. Aqui é um lugar onde se ressuscita um paciente e se trata uma parada cardíaca, por exemplo. É um espaço onde um paciente grave fica estabilizado e oferece as condições mais seguras para ele ser operado ou transferido para outra unidade. Com esse novo espaço vamos conseguir evitar várias transferências para outros hospitais”, disse o secretário.
Dispensário de medicamentos
Com a implantação do dispensário de medicamentos, que é o setor onde é distribuída a medicação. Em consonância com várias determinações da Vigilância Sanitária, a unidade passou a fazer melhor controle da distribuição para uso em pacientes. O medicamento agora é liberado direto para a equipe de enfermagem, sem a necessidade de requisição.
A servidora que atua no dispensário, Poliana dos Santos, explicou que após a implantação do dispensário, o serviço melhorou. “Os medicamentos estão mais organizados, temos o dispensário no próprio pronto socorro para evitar o vai e vem da enfermagem. Melhorou muito e é um trabalho muito importante”.
Sala de estabilização
Com a implantação da sala de estabilização houve um melhoramento do fluxo de entrada de pacientes graves. No local, são atendidos pacientes com classificação de risco vermelha.
Para o diretor geral do Hospital Regional de Miracema, Sávio Cerqueira, o projeto é um sonho conquistado. “A sala de estabilização era um sonho que tínhamos há muito tempo. Agora, podemos resolver problemas de pacientes graves aqui mesmo”, explicou.
Os pacientes são os mais beneficiados com as melhorias na unidade. Quem conta isso é Fernanda Guimarães. A dona de casa procurou a unidade após a filha ter uma febre alta e entrar em convulsão. “O atendimento foi rápido e tinha médico pediatra disponível para atender. Não tenho o que reclamar”.
De Lajeado, a universitária Samara Sabrina Silva Batista também precisou levar ao hospital seu filho de 2 anos, após uma reação alérgica, e conta que teve todo o atendimento necessário. “Eu gostei do atendimento rápido. Teve um pediatra para avaliar e colocou meu filho em observação. Ele tomou medicamento, ficou internado e recebemos todo suporte”.
A sala de estabilização é a estrutura que funciona como local de assistência temporária e qualificada para estabilização de pacientes críticos/graves, para posterior encaminhamento a outros pontos da rede de atenção à saúde.
O ambiente contém duas macas, um respirador mecânico, um aspirador, um desfribilador, um carro de emergência, um equipamento para eletrocardiograma e dois monitores multiparâmetro.
A implantação atende a Portaria nº 2.338, de 3 de outubro de 2011, que estabelece diretrizes e cria mecanismos para a implantação do componente Sala de Estabilização (SE) da Rede de Atenção às Urgências.
Legendas:
Foto 8: Na sala de estabilização, pacientes graves receberão um atendimento mais adequado e, depois de estabilizados, serem encaminhados para tratamento em hospital de maior complexidade, caso seja necessário
Foto 204: O governador Marcelo Miranda destacou o avanço da Saúde no Tocantins, ressaltando que a saúde é tudo na vida de qualquer cidadão e que o Estado esta no caminho certo
Foto 87: Além da sala, a unidade recebeu melhorias em toda a área do pronto socorro, permitindo um atendimento mais adequado aos pacientes e melhores condições de trabalho aos profissionais de saúde
Foto 83: Com a implantação do dispensário de medicamentos, que é o setor onde é distribuída a medicação, a unidade passou a fazer melhor controle da distribuição para uso em pacientes
Foto 32: Para o diretor geral do Hospital Regional de Miracema, Sávio Cerqueira, a sala de estabilização é um sonho conquistado
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Empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista terá 25 anos para pagar o valor devido; Procuradoria decidiu retirar o sigilo sobre as informações do acordo
Com Agência Brasil
O Ministério Público Federal (MPF) homologou o acordo de leniência firmado com o Grupo J&F, controlador da JBS, para que a empresa pague R$ 10,3 bilhões de multa e ressarcimento mínimo pelo esquema de corrupção envolvendo o pagamento de propinas a agentes públicos. O acordo foi assinado no início de junho pela Procuradoria da República no Distrito Federal e prevê a destinação de R$ 8 bilhões a órgãos públicos prejudicados pelos atos criminosos e o restante (R$ 2,3 bilhões) para o financiamento de projetos sociais.
O valor deverá ser pago ao longo de 25 anos e será corrigida pelo Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA). Com isso, a previsão do Ministério Público é de que a multa, ao final, supere os R$ 20 bilhões.
A confirmação do acordo foi feita nesta quinta-feira (24) pela Câmara de Combate à Corrupção do Ministério Público Federal, que decidiu por unanimidade pela homologação. O argumento é de que os dados apresentados pela J&F são "esclarecedores" porque explicam como funcionava o esquema de corrupção.
Para a subprocuradora-geral da República, Mônica Nicida Garcia, relatora do caso, a empresa trouxe "fatos novos" com elementos concretos que "permitirão a produção de provas nas esferas de responsabilização criminal, civil, administrativa e eleitoral".
Atendendo a pedido dos procuradores responsáveis pelo acordo, a câmara do MPF decidiu também retirar o sigilo do acordo já que as próprias colaborações premiadas de executivos como Joesley Batista, Wesley Batista, Ricardo Saud e Francisco de Assis e Silva já se tornaram públicas.
Ainda de acordo com o MPF, a partir da homologação do acordo começam a contar os prazos estabelecidos para o cumprimento de obrigações assumidas pela holding perante os investigadores.
De acordo com matéria veiculada no Estadão, a partir de agora, as apelações da acusação e da defesa serão analisadas pelos desembargadores da 8.ª Turma do TRF4. Caberá a João Pedro Gebran Neto, Leandro Paulsen e Victor Luis dos Santos Laus, todos da 8.ª Turma, a missão de julgar os recursos contra a sentença.
Lula foi condenado em 1.ª instância pelo juiz federal Sérgio Moro em 12 de julho. Esta é a primeira do ex-presidente na Operação Lava Jato. O TRF4 mantém jurisdição no Paraná, base da Operação Lava Jato. Todos os atos do juiz Sérgio Moro são submetidos ao crivo da 8.ª Turma da Corte federal, composta por três desembargadores. Mesmo após o julgamento das apelações, os réus ainda podem recorrer na própria corte questionando a decisão da Turma.
O petista foi acusado pelo Ministério Público Federal pelo suposto recebimento de vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio do triplex no Guarujá, no Solaris, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016. O ex-presidente foi condenado no caso triplex e absolvido ‘das imputações de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo o armazenamento do acervo presidencial, por falta de prova suficiente da materialidade’.
O petista foi condenado por corrupção passiva pelo recebimento de vantagem indevida do Grupo OAS em decorrência do contrato do Consórcio CONEST/RNEST com a Petrobrás e por lavagem de dinheiro, ‘envolvendo a ocultação e dissimulação da titularidade do apartamento 164-A, triplex, e do beneficiário das reformas realizadas’.
Ele comparou a decisão de Sérgio Moro à sentença que o juiz Márcio Moraes proferiu no caso Vladimir Herzog – em outubro de 1978, quando condenou a União pela prisão, tortura e morte do jornalista. “Tal como aquela, não tem erudição e faz um exame irrepreensível da prova dos autos”, disse.
Comissão da Câmara aprova cláusula de barreira e fim de coligação
A comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 282/2016, que trata do fim das coligações partidárias e estabelece a cláusula de desempenho para as eleições, aprovou nesta quarta-feira, em votação simbólica, o parecer elaborado pela relatora do projeto, a deputada Shéridan (PSDB-RR).
O texto prevê o fim das coligações já a partir de 2018, enquanto a cláusula de barreira passará por uma transição, que também se iniciará nas próximas eleições e entrará definitivamente em vigor em 2030. Os deputados ainda analisarão os destaques ou sugestões de alteração no texto que foram apresentados.
Governo anuncia privatizações e inclui a Casa da Moeda
O governo decidiu privatizar a Casa da Moeda e o braço da Caixa Econômica Federal para loterias instantâneas (Lotex), além de colocar em leilão o aeroporto de Congonhas (SP) e uma série de outros projetos de infraestrutura que devem injetar nos cofres da União bilhões de reais entre este ano e o próximo.
Somente os leilões previstos para a área de logística, que incluem ainda terminais portuários e a desestatização da Companhia Docas do Espírito Santo (Codesa), devem gerar receitas com outorgas ao governo de 8,5 bilhões de reais, disse o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella, após a reunião do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), nesta quarta-feira.
Plenário da Câmara vai decidir sobre ordem de votação dos Itens da Reforma política
Segundo o Diário do Poder, por causa de vários requerimentos de votação parcelada da PEC 77/03 da reforma Política, será o plenário da Câmara dos Deputados que vai decidir qual dos textos vai prevalecer.
A PEC cria um fundo para financiar as campanhas eleitorais com recursos públicos, o "fundão bilionário". Muda a forma de escolha de representantes proporcionais, deputados e vereadores, estabelecendo o sistema majoritário, "distritão" para tais cargos em 2018 e em 2020. E o distrital misto, dali para frente, onde uma parte dos eleitos será pelo voto que receber no distrito em que disputa a vaga e outra parte segundo uma lista preordenada pelos partidos políticos.
Tanto o distritão, como o distrital misto preveem primeiramente a votação de um destaque para retirar a previsão de 0,5% da receita corrente líquida (RCL) para o fundo público eleitoral.
A ideia é votar uma inversão para que, ou seja votado primeiramente o sistema eleitoral (defendida pelo PP) e em seguida as demais regras do fundo, ou para que seja votado primeiramente o fundo público (defendido pelo PT) e depois as regras do sistema eleitoral.
Professor de letras confessa que recebeu dinheiro da Máfia dos Concursos
Entre as 19 pessoas conduzidas, na última segunda-feira, à Divisão Especial de Combate ao Crime Organizado da Polícia Civil (Deco) para prestar esclarecimentos sobre as fraudes em concursos públicos, investigadas na Operação Panoptes, pelo menos uma assumiu a participação no esquema. Formado em letras, Mateus (nome fictício), 40 anos, atuava como “piloto” no conchavo — a função dele era resolver as questões sobre a especialidade e repassar o gabarito a Bruno Ortiz, filho de Hélio Ortiz, (foto) apontado como líder.
Em depoimento, Mateus contou que, pela resolução da prova, receberia o valor equivalente a 5% do total acordado entre o concorrente e os responsáveis pela Máfia dos Concursos. A abordagem ao professor ocorreu por meio de Rafael Rodrigues da Silva Matias, detido preventivamente na deflagração da operação e braço direito de Bruno Ortiz. Segundo Mateus, Rafael mencionou o “esquema de concursos” por três vezes, sem êxito. Na quarta oportunidade, ele aceitou. “Principalmente pela questão financeira. A faculdade não estava pagando em dia”, contou a investigadores da Deco.
Assim, um dia antes da prova de um concurso não especificado pela Deco, Mateus contou ter se reunido com Bruno Ortiz e Rafael Rodrigues. Nessa encontro, os três acertaram o horário em que Mateus faria o exame e combinaram que Rafael o buscaria após o fim da aplicação. Ainda em depoimento, ele alegou que estava nervoso no dia do concurso. Assim, “fez as suas questões de português, anotou na mão com a caneta e saiu”. O professor acrescentou que, ao terminar a prova, passou o gabarito ao integrante da quadrilha que estava em um carro.
À Polícia Civil, Mateus garantiu que desejava esclarecer os fatos, porque “sempre foi trabalhador e nunca tinha se envolvido em situações desse tipo. Inclusive, por muitas vezes, sendo considerado o melhor professor da faculdade”. As informações constam no inquérito da Operação Panoptes.
Atuação
Segundo a Polícia Civil, os “pilotos” eram pagos para responder às questões dos certames e fornecer o gabarito aos concorrentes que pagaram por um cargo nos órgãos públicos. Eles realizavam as provas de forma rápida, completando apenas as questões relativas à própria especialização e repassavam as respostas corretas aos candidatos por pontos eletrônicos ou mensagens de celular. Por isso, podem ser enquadrados nos crimes de organização criminosa e fraude em certame de interesse público.