Período de estiagem agrava focos de incêndio e eleva riscos à saúde, energia e meio ambiente em cinco estados
Com SBT
O chamado “verão amazônico” — período de estiagem que afeta a região Norte do Brasil — tem elevado significativamente o risco de queimadas. Os estados do Tocantins, Amazonas, Rondônia, Roraima e Acre estão em estado de alerta devido aos impactos ambientais e à ameaça à saúde pública.
Em diversas áreas desses estados, as consequências já são visíveis: fumaça densa em zonas urbanas, falta de energia elétrica, destruição da fauna e flora, além de impactos diretos no funcionamento de escolas e unidades de saúde.
Na capital do Acre, Rio Branco, o cenário é preocupante. Mais de nove hectares de vegetação foram destruídos pelo fogo, e animais silvestres, como tamanduá-mirim e coruja, precisaram ser resgatados. Em julho, o número de focos de calor aumentou mais de 650% em comparação com o mês anterior.
Poluição
A cidade enfrenta também altos níveis de poluição do ar, agravados pelo tempo seco. Um quadro perigoso, especialmente para crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias. A Defesa Civil alerta para os riscos e reforça a necessidade de cuidados redobrados nesse período.
De acordo com o coronel Carlos Batista, da Defesa Civil, o momento exige atenção máxima da população.
Letícia Dantas e Pedro Nogueira, moradores da região, relataram o incômodo diário causado pela fumaça que invade as casas e prejudica a saúde de toda a família.
Enquanto isso, equipes do Corpo de Bombeiros seguem atuando no combate aos focos de incêndio. No entanto, o alerta permanece: a estiagem deve se intensificar nas próximas semanas, o que pode agravar ainda mais a situação em áreas já vulneráveis.
Sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e funciona como um sinal ao consumidor sobre os custos
Com Agência Brasil
A conta de luz terá aumento a partir de agosto. A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) anunciou que será acionada a bandeira vermelha patamar 2, o que representa a cobrança de R$ 7,87 extras a cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.
Em julho, estava em vigor a bandeira vermelha no patamar 1, que aplicava um acréscimo de R$ 4,46 por 100 kWh. A elevação da bandeira reflete o aumento nos custos de produção de energia elétrica, provocado principalmente pela redução no volume de chuvas e menor geração pelas hidrelétricas.
“O cenário de afluências abaixo da média em todo o país reduz a geração por meio de hidrelétricas. Esse quadro eleva os custos de geração de energia, devido à necessidade de acionamento de fontes mais caras, como as usinas termelétricas”, explicou a Aneel em nota.
O impacto já começa a ser sentido no bolso do consumidor. Segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), a energia elétrica foi a principal responsável pela alta de 0,33% no IPCA-15, prévia da inflação oficial de julho. Em junho, o indicador havia registrado aumento de 0,26%.
Entenda as bandeiras tarifárias:
Bandeira verde: condições favoráveis de geração. Sem acréscimo na tarifa.
Bandeira amarela: geração menos favorável. Acréscimo de R$ 1,88 a cada 100 kWh.
Bandeira vermelha – patamar 1: geração mais custosa. Acréscimo de R$ 4,46 a cada 100 kWh.
Bandeira vermelha – patamar 2: geração ainda mais custosa. Acréscimo de R$ 7,87 a cada 100 kWh.
O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 e funciona como um sinal ao consumidor sobre os custos reais da geração de energia no país, incentivando o uso consciente da eletricidade, especialmente em períodos de escassez hídrica.
Presidente norte-americano justificou tarifaço afirmando que "pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada"
Por Paulo Sabbadin
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está disposto a dialogar com o presidente Lula. "Ele pode falar comigo quando quiser", disse o norte-americano em entrevista coletiva nesta sexta-feira (1°).
Sobre os motivos que levaram ao tarifaço sobre produtos brasileiros, Trump afirmou que "as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada".
O presidente norte-americano ainda deixou em aberto a possibilidade de reverter sua decisão: "vamos ver o que acontece, mas eu amo o povo do Brasil".
O governo brasileiro recebeu as declarações com surpresa. A avaliação inicial é de que houve uma abertura inicial por parte de Trump.
Lula aberto ao diálogo
Em entrevistas recentes, o presidente Lula ressaltou a tradição do Brasil de ser um bom negociador "com o mundo inteiro", mas "sobretudo com quem quer conversar".
"Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer o que aquilo no mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Tem. Coloca a divergência de lado e vamos tentar resolver, e não de forma abrupta, individual, decidir que vai taxar o Brasil em 50%", disse Lula.
Com Estadão
O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe foi condenado nesta sexta-feira, 1.º, a uma pena de 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual. A decisão torna Uribe o primeiro ex-presidente da história da Colômbia a ser condenado e privado de liberdade.
O ex-chefe de Estado, de 73 anos, também está inabilitado de exercer cargos públicos por mais de oito anos, segundo a decisão judicial. Uribe é líder do partido conservador Centro Democrático, de direita, e governou a Colômbia entre 2002 e 2010.
No dia 28, ele foi considerado culpado de obstruir a justiça e subornar testemunhas para evitar que fosse vinculado a paramilitares, grupos criminosos que fazem parte do conflito armado do país, nascidos no combate a guerrilhas.
Além do processo em que foi condenado, Uribe também é alvo de outras investigações que o relacionam com os paramilitares, responsáveis por numerosos crimes contra civis na Colômbia. Os grupos são conhecidos por serem de ultradireita.
Horas antes de saber a pena, o colombiano assegurou na rede social X (antigo Twitter) que está com a família e “fundamentalmente na oração”.
A defesa de Uribe anunciou que apelará da decisão em um julgamento que consideram politizado e sob pressão dos setores esquerda no poder.
Após a apelação, o caso passará ao Tribunal Superior de Bogotá, que tem até 16 de outubro para ratificar a condenação ou revogá-la e absolvê-lo. Se exceder a data, o processo será arquivado.
“E tem que pensar muito mais na solução do que no problema. Por isso estou na preparação da argumentação para sustentar a apelação da minha defesa material”, escreveu o ex-presidente.
Demanda contra Petro
Em lados políticos opostos, Uribe e o atual presidente Gustavo Petro frequentemente entram em confronto em torno das investigações acerca do ex-presidente.
Nesta sexta, os advogados de Uribe apresentaram denúncia de assédio e calúnia contra Petro em uma comissão da Câmara baixa do Parlamento colombiano, que tem poder para investigar presidentes.
Os advogados afirmam que Petro fez acusações infundadas contra Uribe esta semana, atribuindo-lhe relação com o narcotráfico.
Entenda
O processo em que Uribe foi condenado decorre de uma ação iniciada pelo ex-presidente em 2012 na Suprema Corte de Justiça, contra o senador de esquerda Iván Cepeda. Uribe afirmou que paramilitares presos diziam ter laços com Cepeda.
Em 2018, a corte inverteu o alvo e começou a investigar o ex-presidente por manipular testemunhas para prejudicar Cepeda.
Dois anos depois, Uribe, então senador, renunciou ao Congresso em uma manobra que o fez perder o foro privilegiado, o que fez o caso parar na justiça comum.
O julgamento começou em 2024. A juíza determinou que Uribe estava por trás de uma estratégia para que as testemunhas mudassem suas versões sob pressão.
Impacto nas eleições de 2026
A condenação tem um impacto na eleição presidencial de 2026 na Colômbia, na qual o Centro Democrático busca recuperar o poder.
Segundo o professor de ciência política na Universidade do Rosário, Yann Basset, a direita mais radical e partidária de Uribe deve se mobilizar para defender a imagem do ex-presidente. “Faz com que haja uma espécie de reflexo legitimista de defender o legado de Uribe”, afirmou.
Para a esquerda, é a oportunidade de “tornar um pouco mais visível Iván Cepeda” diante da falta de um sucessor claro para Petro, acrescentou o professor.
Cepeda, de 62 anos, disse na semana ao canal do YouTube do jornalista Daniel Coronell que sempre foi “relutante” a ser candidato presidencial, mas os últimos acontecimentos o “obrigam a pensar nisso”.
Uribe assegurou que seu julgamento foi uma vingança da esquerda e das FARC, a guerrilha que combateu antes de sua desmobilização em 2017. /AFP
Por Fellipe Gualberto
A maior parte dos brasileiros é contra uma anistia para os condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo os participantes dos atos de 8 de Janeiro. Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira, 1º, 55% dos entrevistados se posicionaram contrários a um possível perdão e apenas 35% apoiaram a medida. Os que não sabem opinar são 8% e os indiferentes 3%.
Apesar de a maioria rejeitar a anistia, o estudo identificou que 47% dos brasileiros apoiam a cassação do visto americano de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Os que reprovaram a medida são 42%, enquanto outros 10% não souberam opinar e 1% não concordou nem discordou.
Tanto a anistia dos condenados na trama golpista quanto a cassação dos vistos de magistrados fazem parte dos crescentes atritos que ocorrem entre o governo dos Estados Unidos e o Brasil.
Autoexilado nos EUA, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem trabalhado pelas sanções a autoridades nacionais — como a cassação dos vistos — em busca da anistia para os condenados pela tentativa de golpe de Estado, dentre eles, seu pai, Jair Bolsonaro (PL).
EM meio aos debates, os EUA anunciaram a taxação de 50% dos produtos brasileiros vendidos nos Estados Unidos, a revogação do visto de oito ministros do STF, incluindo Moraes, e, recentemente, na aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
Apesar do temor gerado pelo tarifaço, compartilhado inclusive por políticos de direita, o apoio a uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, defendida por Eduardo, tem crescido ligeiramente, segundo o Datafolha.
O instituto aponta que em março do ano passado, 63% eram contrários ao perdão e 31% favoráveis, enquanto outros 4% não sabiam opinar e 2% eram indiferentes. Após as sanções, os apoiadores chegaram a 35%, como consta na pesquisa divulgada nesta sexta.
O estudo da Datafolha ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.