Análise da CNI mostra que Logística e Transporte é a área com maior demanda por qualificação – e que mais demandará profissionais de 2025 a 2027
Por Guilherme Resck
O Brasil precisará qualificar cerca de 14 milhões de trabalhadores entre 2025 e 2027 para atender a demanda da indústria brasileira por profissionais, segundo projeção trazida na nova edição do Mapa do Trabalho Industrial, lançado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (11).
Cerca de 2 milhões de pessoas precisarão ser preparadas para ingressar no mercado de trabalho, se formando no nível técnico ou superior. "São aquelas pessoas que vão iniciar uma carreira. Aqui também pode ter algumas que estão mudando completamente de profissão e precisam voltar para o ensino técnico, superior, para aprender uma nova ocupação", explica Anaely Machado, especialista em mercado de trabalho do Observatório Nacional da Indústria, da CNI.
Quase 12 milhões são trabalhadores que já estão empregados e precisarão de treinamento e desenvolvimento para atualizarem as competências para cumprir suas funções.
De acordo com o Mapa, ocupações em Logística e Transporte e Construção e Operação industrial serão as áreas com maior demanda por qualificação de profissionais entre 2025 e 2027. A primeira demandará a preparação de cerca de 3,3 milhões de trabalhadores. A segunda, 1,4 milhões. E a terceira, 1,3 milhões.
Na sequência aparecem Metalmecânica (1,1 milhão), Manutenção e Reparação (987,1 mil), Alimentos e Bebidas (914,6 mil), Tecnologia da Informação (636,3 mil), Tecnologia e e engenharia (561 mil), Serviços administrativos (509,2 mil) e Têxtil e Vestuário (421,9 mil).
"A área de logística e transporte tem uma relevância muito grande. Essa área cresceu bastante após a pandemia, por uma necessidade de encadeamento da cadeia produtiva que demanda cada vez mais esse tipo de profissional", ressalta Anaely.
"A partir do momento em que temos cadeias produtivas muito mais integradas tecnologicamente, muito mais complexas também e uma inserção internacional mais relevante, esse profissional passa a ser bastante demandado, tanto dentro quanto fora da indústria", diz.
No Sudeste, será demandada a qualificação de cerca de 7 milhões de trabalhadores. No Sul, 3 milhões. No Nordeste, 2 milhões. No Centro-Oeste, 1,1 milhão. E no Norte, 671 mil.
Demanda por formação industrial em cada região do país, entre 2025 e 2027 | Reprodução/CNI
Em relação às 2,2 milhões de pessoas que precisarão ser preparadas para ingressar no mercado de trabalho, as áreas com maior demanda por novos profissionais entre 2025 e 2027 serão:
- Logística e Transporte (474,6 mil), com oportunidades para técnicos de controle da produção, motoristas de veículos de carga, almoxarifes e armazenistas, entre outros;
- Construção (364 mil), para atuar como profissionais na operação de máquinas de terraplanagem, ajudante de obras civis, trabalhadores de estruturas de alvenaria, fundações, entre outros;
- Manutenção e Reparação (179,4 mil), para mecânicos de manutenção de veículos automotores, de máquinas industriais, eletricistas de manutenção eletroeletrônica e muitos mais;
- Operação industrial (181 mil), que são profissionais que atuam como alimentadores de linhas de produção, embalagem, etiquetagem, trabalhadores de cargas e descargas de mercadorias;
- Metalmecânica (175,4 mil), com oportunidades para trabalhadores de soldagem e corte de ligas metálicas, trabalhadores de caldeiraria e serralheria.
"Quando a gente fala que existe um problema de formação, o Mapa do Trabalho busca trazer uma solução ou pelo menos uma ferramenta que ajude a solucionar esse problema", fala Anaely.
"E a expectativa é que à medida que as instituições de formação profissional e as empresas consigam casar as suas necessidades, nós teremos um ambiente em que os trabalhadores que são formados estão mais aderentes às necessidades do mercado, e os trabalhadores também vão ter uma empregabilidade maior".
Havendo uma oferta de educação profissional aderente às necessidades do mercado, ressalta Anaely, existirá ainda um potencial de produtividade muito mais alto na indústria e uma possibilidade de mais inovação.
A CNI salienta que o Mapa do Trabalho Industrial pode e deve ser utilizado como apoio ao planejamento estratégico de oferta de cursos de formação profissional que atendam às necessidades do setor industrial brasileiro.
Metodologia
A estimativa da demanda por qualificação industrial é feita com base na estrutura do emprego formal projetado para o período e na necessidade de formação de profissionais.
Em 2027, é estimado que haverá 8,1 milhões de pessoas com emprego formal em Logística e Transporte, por exemplo. Segundo Anaely, as projeções consideram que o Brasil está num momento em que a pandemia já passou, a economia está se recuperando, mas o crescimento não é tão alto.
Ao mesmo tempo, reforça, a indústria tem expectativa de que reformas estruturantes, como a tributária, começarão a dar resultados "um pouco mais no longo prazo".
Anaely pontua também que o mercado de trabalho está em constante transformação e formatos de trabalho diferenciados estão cada vez mais comuns.
"Todas essas transformações, e considerando também os processos de inovação e de transformação do mercado de trabalho e do setor produtivo, cada vez mais vão demandar que o trabalhador se aperfeiçoe e se requalifique constantemente ao longo da sua carreira", afirma a especialista.
Número de pessoas infectadas pode chegar a 600; caso é inédito na história dos transplantes no Brasil
Por Emanuelle Menezes
Seis pacientes que foram transplantados no Rio de Janeiro testaram positivo para HIV após receberem órgãos contaminados com o vírus. O caso é inédito na história dos transplantes no Brasil.
A notícia foi divulgada pela BandNews FM nesta sexta-feira (11) e confirmada pelo SBT News com a Secretaria Estadual de Saúde do Rio de Janeiro.
"Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas", disse a SES-RJ.
O caso foi descoberto após um paciente, que recebeu um coração, começar a passar mal cerca de 9 meses após o transplante. Após uma série de exames, ele testou positivo para HIV. A notificação foi feita no dia 10 de setembro.
A Secretaria Estadual de Saúde descobriu, então, que pelo menos dois doadores eram soropositivos, mas o exame feito pelo PCS Lab – empresa privada que presta serviços para a SES-RJ – não detectou o vírus e liberou os órgãos para os transplantes.
Até o momento, seis pacientes transplantados foram diagnosticados com HIV. Segundo a BandNews, o número de pessoas infectadas pode chegar a 600. Outros 288 doadores estão sendo testados pelo Hemorio, o hemocentro do Rio de Janeiro.
O PCS Lab foi contratado pelo governo do estado em dezembro de 2023, em um processo de licitação de R$ 11 milhões. Segundo a SES, o serviço foi suspenso após a descoberta dos pacientes infectados e, com isso, os exames para transplantes passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A pasta informou, ainda, que está "realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório".
Leia nota da SES-RJ na íntegra:
A Secretaria de Estado de Saúde (SES) considera o caso inadmissível. Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados.
O laboratório privado, contratado por licitação pela Fundação Saúde para atender o programa de transplantes, teve o serviço suspenso logo após a ciência do caso e foi interditado cautelarmente. Com isso, os exames passaram a ser realizados pelo Hemorio.
A Secretaria está realizando um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro de 2023, data da contratação do laboratório.
Uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis. Por necessidade de preservação das identidades dos doadores e transplantados, bem como do encaminhamento da sindicância, não serão divulgados detalhes das circunstâncias.
Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas.
Alerta foi feito pela Febraban, nesta quinta, em meio ao avanço da nova fraude, chamada de golpe da falsa investigação de agência
Com Assessoria da frebraban
Um novo golpe, que simula uma falsa investigação policial sobre agências bancárias, é o novo mecanismo utilizado por criminosos para tentar tirar dinheiro da população. O alerta foi feito pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban), nesta quinta-feira (10). O modo de aplicação da fraude segue o mesmo de outras práticas.
Os golpistas entram em contato, via ligação, e realizam uma manipulação psicológica a quem atende ao telefonema para obter informações confidenciais e as transações financeiras desejadas. Neste caso, chamado de golpe da falsa investigação, os criminosos estão ligando para clientes e informam que a agência bancária e ou gerente da instituição em que a pessoa possui conta está sob investigação.
Durante a conversa, os bandidos chegam a enviar um boletim de ocorrência falso para tentar dar credibilidade ao golpe. A partir daí, dizem que para a proteção do cliente, ele deve transferir seus recursos para favorecidos indicados por eles enquanto durar a investigação criminal.
“Esta abordagem é golpe. Os bancos, entidades ou autoridades policiais nunca pedem que clientes façam transações bancárias. Se receber este tipo de contato, encerre-o na hora. Se tiver dúvidas sobre sua agência, esclareça qualquer informação fora do normal nos canais oficiais do banco”, alerta José Gomes, diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban.
O representante da Febraban também ressalta que os bancos podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, pagamentos ou estornos de transações nestes contatos.
“A Febraban também informa que os criminosos estão usando o nome da entidade neste golpe e esclarece que a Federação é uma associação civil sem fins lucrativos, que reúne instituições financeiras do país. No desempenho de suas atividades, a entidade não tem relacionamento direto com clientes e usuários do sistema bancário”, diz o órgão.
Número é liderado por atividades em imóveis rurais privados
Por Camila Stucaluc
Um levantamento do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), divulgado na quarta-feira (9), mostrou que a área com extração ilegal de madeira cresceu 19% na Amazônia em um ano. Ao todo, foram 126 mil hectares devastados entre agosto de 2022 e julho de 2023, ante 106 mil hectares entre agosto de 2021 e julho de 2022.
O total equivale à retirada de madeira em 350 campos de futebol por dia sem autorização dos órgãos ambientais. Segundo o levantamento, a maior parte da extração ilegal (71%) aconteceu em imóveis rurais privados. Nessa categoria, estão envolvidos 650 imóveis, sendo que apenas 20 deles responderam por quase um terço dos ilícitos.
O segundo tipo de território mais afetado pela extração ilegal foram as Terras Indígenas (TI), com 16%, categoria mais atingida entre as áreas protegidas. As TI Kaxarari e Tenharim Marmelos lideram o ranking, já que estão localizados na zona de influência da BR-319 – única estrada que conecta Manaus ao resto do país, com planos de pavimentação.
André Vianna, diretor-técnico do Idesam, destaca que a exploração predatória afeta a oferta legal de madeira. “O produto ilegal compete com a madeira licenciada, prejudicando todo o setor, tanto pelo achatamento do preço quanto em termos reputacionais, o que dificulta o acesso a mercados que valorizam o produto e pagam mais por ele”, disse.
O cenário se agrava quando associado à constatação de uma queda de 17% na área de exploração autorizada, que passou de 288 mil hectares entre agosto de 2021 e julho de 2022 para 239 mil hectares entre agosto de 2022 e julho de 2023. Para Leonardo Sobral, diretor Florestal do Imaflora, aumentar o manejo florestal responsável é o caminho para combater as ilegalidades na extração madeireira e gerar benefícios para o planeta.
“Com o acirramento das mudanças climáticas, o manejo florestal é fundamental para reduzir emissões e conservar a floresta em pé enquanto gera renda e desenvolvimento social. A extração ilegal leva à degradação, aumentando riscos de incêndios, perda de biodiversidade e conflitos fundiários”, explicou o especialista.
"O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno", disse o senador
Por Fábio Matos
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho de Jair Bolsonaro (PL), respondeu às críticas que o pastor Silas Malafaia fez ao ex-presidente da República pela suposta falta de apoio à candidatura do prefeito Ricardo Nunes (MDB) à prefeitura de São Paulo (SP) nas eleições municipais deste ano.
Para Flávio, Bolsonaro “foi decisivo” para a ida de Nunes ao segundo turno do pleito, contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL). Embora não tenha participado ativamente da campanha, o ex-presidente manifestou apoio ao emedebista.
“O presidente Bolsonaro fez o que tinha que ser feito, no momento certo, e foi decisivo para o cenário em São Paulo. Se não fosse Bolsonaro, Ricardo Nunes não estaria no segundo turno”, afirmou Flávio, em nota encaminhada ao jornal Folha de S.Paulo.
“Assim como foram decisivos Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo] e Malafaia, cada um na sua função, como um time de futebol que não ganha só com atacantes”, completou o senador.
Flávio Bolsonaro disse, ainda, que “roupa suja se lava em casa e não em público”.
“A fase agora é de distensionamento e, sem orgulho e vaidade, vamos juntos vencer a extrema-esquerda em São Paulo. 2026 já começou e precisamos ser mais racionais que emotivos”, concluiu Flávio.
“Omisso” e “covarde”
Também em entrevista à Folha, Malafaia acusou Bolsonaro de se omitir no pleito para a prefeitura de São Paulo por medo de ser derrotado pelo empresário e influenciador Pablo Marçal (PRTB).
Na conversa, Malafaia disse que Bolsonaro foi sua “maior decepção” nessas eleições e argumentou que um líder não pode se pautar exclusivamente pelas redes sociais.
“Ele [Bolsonaro] não é criança. Sabe o que ele fez? Jogou para os dois lados. Eu desafio: entra nas redes de Bolsonaro e dos filhos dele. Não tem uma palavra sobre a eleição de São Paulo. É como se ela não existisse. Que porcaria de líder é esse?”, indagou o pastor.
“Covarde, omisso, que se baseia em redes sociais e não quer se comprometer. Fica em cima do muro. Para ficar bem sabe com quem? Com seguidores“, disse.
Na entrevista, Malafaia disse que também se decepcionou com o senador Magno Malta (PL-ES) e os deputados Marco Feliciano (PL-SP) e Nikolas Ferreira (PL-MG). Os três, na sua avaliação, também não teriam feito a lição de casa de apoiar Ricardo Nunes.