Lula diz que presidentes da Ucrânia e Rússia deveriam se sentar à mesa
Por Daniella Almeida
O Brasil foi um dos países que não assinaram, neste domingo (16), o comunicado final da Cúpula para a Paz na Ucrânia, documento que pede o envolvimento de todas as partes nas negociações para alcançar a paz e "reafirma a integridade territorial" ucraniana.
Ontem (15), em entrevista coletiva na Itália, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva revelou que disse à presidente da Confederação Suíça, Viola Amherd, que tomou a decisão de não ir ao encontro internacional deste domingo porque o Brasil só participaria da discussão sobre a paz quando os dois lados em conflito, Ucrânia e Rússia, estiverem sentados à mesa. “Porque não é possível você ter uma briga entre dois e achar que se reunindo só com um, resolve o problema.”
Diante do impasse dos dois chefes de Estado, Lula afirmou que o Brasil já propôs, em parceria com a China, uma negociação efetiva para a solução do conflito. “Como ainda há muita resistência, tanto do Zelensky (Volodymyr Zelensky, presidente da Ucrânia), quanto do Putin (Vladimir Putin, presidente da Rússia), de conversar sobre paz, cada um tem a paz na sua cabeça, do jeito que quer, e nós estamos, depois de um documento assinado com a China, pelo Celso Amorim [assessor-Chefe da Assessoria Especial do Presidente da República do Brasil] e pelo representante do Xi Jinping [presidente da República Popular da China] , estamos propondo que haja uma negociação efetiva.”
“Que a gente coloque, definitivamente, a Rússia na mesa, o Zelensky na mesa, e vamos ver se é possível convencê-los de que a paz vai trazer melhor resultado do que a guerra. Na paz, ninguém precisa morrer, não precisa destruir nada. Não precisa vitimar soldados inocentes, sobretudo jovens, e pode haver um acordo. Quando os dois tiverem disposição, estamos prontos para discutir”, acrescentou o presidente.
Ao encontro internacional deste domingo, o Brasil enviou a embaixadora do Brasil na Suíça, a diplomata Claudia Fonseca Buzzi. O presidente ucraniano também esteve na cúpula para obter apoio internacional para o seu plano de acabar com a guerra desencadeada pela invasão russa.
Sem unanimidade
Ao fim da Cúpula para a Paz na Ucrânia, na Suíça, não houve unanimidade entre as 101 delegações participantes. O documento, que pede que "todas as partes" do conflito armado estejam envolvidas para alcançar a paz, foi assinado por 84 países, incluindo lideranças da União Europeia, dos Estados Unido, do Japão, da Argentina e os africanos Somália e Quênia.
De acordo com o comunicado final, os países signatários assumem que os princípios de soberania, independência e integridade territorial de todos os Estados devem ser salvaguardados.
Quanto à segurança nuclear, os países que ratificaram a declaração final estabeleceram que o uso de energia e instalações nucleares deve ser seguro, protegido e ambientalmente correto. As instalações nucleares ucranianas, incluindo Zaporizhia, devem operar com segurança, sob total controle do país. O documento reforça que qualquer ameaça ou uso de armas nucleares no contexto da guerra em curso contra a Ucrânia é inadmissível.
Segundo a agência de notícias espanhola Efe, entre os países que não assinaram o comunicado estão os membros do BRICS - bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, sendo que Rússia e China sequer enviaram representantes. Também não assinaram o documento Arménia, Bahrein, Indonésia, Líbia, Arábia Saudita, Tailândia, Emirados Árabes Unidos e México.
Cessar-fogo não aceito
Na sexta-feira (14), o presidente russo, Vladimir Putin, prometeu estabelecer imediatamente um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se o país começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscou, em 2022: Donetsk, Luhansk, Kherson e Zaporíjia. Putin ainda exigiu que a Ucrânia renunciasse aos planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Desde fevereiro de 2022, a Ucrânia resiste à invasão russa com o objetivo de manter sua integridade territorial e exige a saída de todas as tropas russas do território. Kiev (capital da Ucrânia) mantém a pretensão de aderir à aliança militar do Atlântico Norte.
As condições impostas pelo mandatário russo para um possível acordo de paz foram rejeitadas de imediato pela Ucrânia, pelos Estados Unidos e pela Otan, após dois anos e quatro meses do início do conflito, com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
*Com informações da Agência Lusa.
Trecho asfaltado beneficia a população e o agronegócio da cidade, que produz soja, milho e algodão
Por Guilherme Lima
Com uma nova capa asfáltica, drenagem e sinalização horizontal, o governador Wanderlei Barbosa, inaugurou mais de 30 km de pavimentação na rodovia TO-020, em Campos Lindos, na manhã deste sábado, 15. A cerimônia ocorreu durante a 17ª Feira da Soja, marcando um momento histórico no evento, que celebra o potencial agrícola da cidade.
A obra do Governo do Tocantins, foi executada pela Agência Tocantinense de Transportes e Obras (Ageto) e contemplou a pavimentação de 33,40 km de via com Concreto Betuminoso Usinado a Quente (CBUQ), considerado um dos asfaltos mais resistentes. Com um investimento de R$ 75 milhões, a pavimentação se estende da área urbana até o território tradicional da Serra do Centro, beneficiando diretamente a comunidade local.
Durante a inauguração, o governador Wanderlei Barbosa destacou a relevância da obra para a região, reforçando a parceria entre o Governo do Tocantins, a gestão municipal e a iniciativa privada. “ Tenho o dever de fazer o melhor pela população e estamos trabalhando pensando na nossa gente. Sabemos da importância do agronegócio para nossa economia e queremos assegurar que nossos produtores tenham as melhores condições para escoar sua produção com segurança e eficiência. Por isso, esta pavimentação não é apenas uma estrada, é um símbolo de progresso e desenvolvimento para Campos Lindos. O prefeito Romeu, assim como as empresas que aqui estão, são parceiros.”, afirmou o governador Wanderlei Barbosa.
O presidente da Ageto, Márcio Pinheiro, enfatizou os aspectos técnicos e os benefícios que a obra trará para a população e os produtores locais. “Temos um asfalto de qualidade, os produtores antes sofriam com estradas e gastavam muito tempo de locomoção, agora a realidade é outra. O Governo do Tocantins possibilita para a região uma melhor condição de ir e vir, de transportar o produto e os insumos para a produção”, pontua o presidente da Ageto.
Para o prefeito de Campos Lindos, Romel Kalugin, a obra vai transformar a realidade da cidade e da região, tanto para os produtores agrícolas, quanto para os moradores em geral. “É uma obra de extrema importância, não só para os produtores, mas para a população inteira. Campos Lindos é o maior produtor de soja do estado do Tocantins, e a TO-020 vai ser uma rodovia na qual nós teremos uma melhor qualidade para o escoamento, uma valorização do nosso produto, uma logística melhor”, destacou o prefeito.
Avanços na Produção Agrícola
O empresário Fausto Garcia destacou a importância da via para o crescimento da produção local
A obra é especialmente significativa para os moradores e produtores agrícolas da região. Campos Lindos é reconhecida pela robusta produção de soja, milho e algodão, se destacando ainda mais pelo processo que possibilita a extração da pluma do caroço do algodão. Grande parte dessa pluma é exportada diretamente para o Porto de Santos, no estado de São Paulo.
Fausto Garcia atua na plantação de várias culturas, representando a Unigel, ele pontua que com a pavimentação, a expectativa é que Campos Lindos veja um aumento na eficiência do transporte de cargas e uma melhoria significativa na produção local. “Eu estou nessa cidade há 30 anos e nós, produtores rurais, esperávamos muito por essa via. O asfalto já trouxe muitos benefícios para a nossa produção, agora nós vamos poder inovar, com a expectativa de aumentar o escoamento, o que gera muito benefício para o Tocantins”, afirmou Fausto.
Melhorias na Mobilidade Urbana e Rural
A obra de 33,40 km de pavimentação melhora a logística e a mobilidade na região
A rodovia reformada permitirá uma maior circulação de moradores, bem como o transporte de veículos pesados e de passeio. Antônio Alves, morador de Campos Lindos há mais de 20 anos, expressou sua gratidão e satisfação com mais uma obra, que vai transformar o cotidiano de quem vive na cidade. “Para mim é uma satisfação muito grande,pois antes era uma buraqueira que dificultava a locomoção das pessoas e hoje estamos muito satisfeitos com esse belo asfalto. Somos muito gratos ao governador Wanderlei Barbosa por essa iniciativa”, celebrou o morador.
Feira da Soja
A Feira da Soja chega em sua 17ª edição, destacando o grande potencial agrícola da região. Em Campos Lindos, entre 12 e 16 de junho, o evento reúne agricultores, empresários e palestrantes para explorar inovações, compartilhar conhecimentos e fortalecer parcerias.
Organizada pela Prefeitura de Campos Lindos, a Feira é fundamental para impulsionar a economia local e regional. Este ano, a programação inclui uma ampla variedade de expositores, palestras especializadas, shows e demonstrações de tecnologias agrícolas avançadas. O governador Wanderlei Barbosa, visitou os estandes da Feira, reforçando o apoio do Estado no desenvolvimento agrícola da região e com as iniciativas que promovem a inovação e a sustentabilidade no setor.
“Sabemos da importância da soja para o nosso Estado e, Campos Lindos é uma referência nesse segmento. A Feira da Soja está muito bem organizada e nosso governo faz questão de apoiar e prestigiar eventos como esse”, finalizou o governador Wanderlei Barbosa.
Para presidente, assunto precisa ser tratado como questão de saúde
Por Fabíola Sinimbú
No Continente Europeu desde quinta-feira (13), onde participou como convidado da Cúpula do G7, que reúne os países mais ricos do mundo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o Projeto de Lei 1.904/24, que propõe tornar homicídio aborto realizado acima de 22 semanas de gestação, em qualquer situação, inclusive em caso de estupro.
“Eu, Luiz Inácio, sou contra o aborto. Mas, como o aborto é uma realidade, precisamos tratar como uma questão de saúde pública. Eu acho que é insanidade alguém querer punir uma mulher em uma pena maior do que o criminoso que fez o estupro”, declarou em uma entrevista coletiva concedida a jornalistas em Puglia, na Itália.
O presidente afirmou que não acompanhou ativamente o debate sobre o projeto de lei no Brasil, mas que tomará ciência assim que retornar neste sábado (15). “Eu tenho certeza de que o que está previsto na lei já garante que a gente aja de forma civilizada para tratar com rigor o estuprador e para tratar com respeito a vítima” reforçou.
O tema também foi tratado pelos líderes das maiores economias na Itália. À frente da presidência do G7, a primeira-ministra Giorgia Meloni liderou uma mudança na declaração final de 2024, que removeu um trecho presente no documento do ano anterior anterior, que tratava do acesso e cuidados para o aborto legal seguro.
Desoneração
Na entrevista coletiva, Lula comentou ainda o impasse em relação à desoneração da folha de 17 setores, que têm pressionado o governo pela desvinculação dos gastos com a saúde e a educação, para manter a proposta. O presidente afirmou que o setor é que deverá apontar uma solução para que as contas fechem dentro do prazo estabelecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para que a liminar concedida pelo ministro Cristiano Zanin, que barrou a medida, não prevaleça.
“A gente não vai fazer ajuste em cima dos pobres, porque os que ficam criticando o déficit fiscal, os que ficam criticando os gastos do governo são os mesmos que foram para o Senado aprovar a desoneração de 17 grupos empresariais e que ficaram de fazer uma compensação para suprir o dinheiro da desoneração e não quiseram fazer”, afirmou.
O presidente afirmou que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem avançado na política econômica brasileira. “Nós já fizemos a regulação do marco fiscal, nos já aprovamos a reforma tributária, nós estamos demonstrando a nossa seriedade de garantir estabilidade jurídica, estabilidade política, estabilidade fiscal, estabilidade econômica e estabilidade social, isso está garantido.”
Lula disse que o ministro jamais ficará enfraquecido. Segundo o presidente, todo corte que Haddad julgar necessário será feito. “Nós vamos chegar à sexta economia do mundo. Chegamos em 2011, depois caímos para 12ª e eu já trouxe de volta para a oitava posição. Até o final do meu mandato, vamos voltar à sexta.”, afirmou.
Uma das obras mais importantes do estado do Tocantins, a nova ponte sobre o rio Tocantins em Porto Nacional Prefeito Antônio Poincaré de Andrade, foi entregue à população tocantinense na tarde desta sexta-feira, dia 14, com uma grande festa, pelo governador Wanderlei Barbosa acompanhado do vice-governador Laurez Moreira, do deputado Valdemar Júnior, do prefeito da cidade Ronivon Maciel e demais autoridades.
Da Assessoria
A solenidade, que contou com a participação de várias autoridades tocantinenses, municipais, estaduais, federais e da população em geral, iniciou com uma caminhada das autoridades pela ponte, da margem esquerda até a margem direita do rio Tocantins, percorrendo toda a extensão da ponte. Ao final da caminhada, ocorreu o descerramento da placa pelo governador. Em seguida, as autoridades se deslocaram para o palco, onde aconteceu o discurso do governador Wanderlei Barbosa e, posteriormente, as apresentações artísticas.
Em sua fala, o governador Wanderlei Barbosa destacou o momento histórico para o Tocantins e Porto Nacional. "A inauguração desta ponte representa um marco em nossa história e na infraestrutura do Estado. É a maior obra que entregamos no Estado, um sonho realizado para nossa população. A ponte é uma ligação vital que vai transformar a vida de milhares de pessoas, facilitando o transporte e a comunicação entre as regiões. Vai permitir o escoamento mais rápido e eficiente da produção agrícola e industrial do nosso Estado," disse.
"Além disso, hoje aposentamos oficialmente o uso das balsas. Agora, com esta estrutura moderna e segura, garantimos que Porto Nacional e toda a região possam crescer e prosperar, conectando-se de forma eficaz com a capital, Palmas, e outros municípios importantes. Esta obra é um símbolo do nosso compromisso com o progresso e o bem-estar da nossa gente. E, para finalizar, anuncio que a antiga ponte será palco de um cenário de lazer e cultura para todos os portuenses," completou Wanderlei Barbosa.
O Deputado Valdemar Júnior comemorou a inauguração do empreendimento. "Durante anos aguardamos ansiosos por este grande momento. Hoje, estamos realizando nossos sonhos em poder trafegar novamente com segurança e tranquilidade sobre a nova ponte de Porto Nacional. Esta conquista é de todo os tocantinenses e moradores desta região. E representa um marco no desenvolvimento do Tocantins," declarou.
O parlamentar ainda ressaltou a importância da nova ponte ao atrair investimentos, fomentar o comércio local e regional, e promover o crescimento econômico, com a melhoria da infraestrutura de transporte e logística da região.
"Uma obra que contribuirá significativamente para a vida de todos, promovendo a interligação entre os municípios, facilitando a circulação de pessoas e mercadorias, reduzindo o tempo de viagem e os custos de transporte e também permitindo o escoamento de grãos e outros produtos agrícolas de maneira mais eficiente para os mercados consumidores. Isso não só beneficiará os moradores locais, como também impulsionará o comércio, o turismo e a economia regional como um todo," afirmou.
"Sinto muito orgulho em poder ter contribuído para esta realização desta obra, que demonstra nosso trabalho e compromisso com Porto Nacional e a região," frisou.
O prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel, que chegou logo no início da tarde para a solenidade de inauguração da nova ponte, emocionou-se ao falar sobre a nova via de acesso. "Esta é uma conquista de todos. O Tocantins está em franco crescimento e a nossa cidade vem acompanhando tudo isso", destacou.
"A nova ponte trará ainda mais desenvolvimento para a nossa população. Fico muito emocionado por ver que, após 45 anos, uma nova ponte é construída aqui na nossa cidade, trazendo consigo a esperança de uma cidade cada vez mais desenvolvida e próspera," ressaltou.
Ponte de Porto Nacional
A nova ponte recebeu o nome do ex-prefeito de Porto Nacional, Antônio Andrade Poincaré, através do projeto de lei do Deputado Valdemar Júnior, apresentado em 1º de setembro de 2020. A obra, que levou quase cinco anos para ser concluída, foi construída com recursos no valor de R$ 149 milhões, financiados pelo Banco BRB, com a participação dos deputados estaduais na aprovação do financiamento na Assembleia Legislativa.
Com uma estrutura de 1.488 metros de extensão, sendo 1.088 metros de estrutura em concreto e 400 metros de aterro, além de 90 vigas que compõem a estrutura da construção, a nova ponte vai substituir a antiga ponte, que havia sido interditada para o transporte de veículos de grande porte por problemas estruturais.
Governo propôs alteração na carga horária dos docentes, além de grupo de trabalho para discutir reestruturação acadêmica
Com Agências
Após reunião entre o governo federal e representantes dos professores de universidades e institutos federais nesta sexta-feira (14), as partes não conseguiram chegar a um acordo e a paralisação, que já dura dois meses, vai continuar.
Greve continua após governo e professores não entrarem em acordo
O governo propôs alterar a carga horária do Magistério do Ensino Básico, Técnico e Tecnológico (EBTT), mediante revogação da Portaria nº 983/2020, que amplia a carga horária dos docentes. A norma é criticada por ampliar a carga horária mínima semanal dos professores de institutos federais. A categoria defende que a exigência imposta pela portaria prejudica a pesquisa e a extensão, pois os docentes ficariam restritos ao exercício em sala de aula.
Além disso, o governo prometeu a criação de um grupo permanente de trabalho para discutir a reestruturação acadêmica. Sem proposta de reajuste salarial em 2024, no entanto, não houve acordo para encerrar a paralisação.
O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes-SN) queria garantir um aumento ainda em 2024. A classe reivindica aumento de 3,69% para agosto deste ano, 9% em janeiro de 2025 e 5,16% em maio de 2026. O governo oferece 9% em janeiro de 2025 e 3,5% em maio de 2026.
No início da semana, o presidente da República anunciou um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para centros e hospitais universitários que contará com R$ 5,5 bilhões em investimentos.