O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio afirmou neste sábado (9) haver indícios de desvio de dinheiro público para bancar a confecção de material de campanha à reeleição do governador Luiz Fernando Pezão (PMDB) e candidatos de sua coligação.
De acordo com nota do tribunal, a empresa de comunicação visual High Level Signs produzia placas e panfletos indicando no material CNPJ de empresa de fachada e tiragem menor do que a real.
A suspeita é que apenas essa pequena parte era paga regularmente, e o restante custeado com verba pública. A gráfica tem, segundo o tribunal, contrato com os governos estadual e municipal, ambos comandados pelo PMDB.
Em operação na gráfica na sexta-feira (8), foram apreendidos materiais de Pezão e outros nove candidatos a deputado estadual e federal. A campanha do peemedebista afirmou, em nota, que “segue rigorosamente a lei”.
A fiscalização de propaganda do tribunal desconfiou que a tiragem indicada em placas dos deputados Pedro Paulo (PMDB) e Lucinha (PSDB) eram menores do que o realmente produzido.
LARANJA
De acordo com nota do TRE, no endereço do CNPJ indicado no material de campanha funcionava um salão de beleza, “levando à suspeita de que a empresa era usada como ‘laranja’”, diz a nota do órgão. Os fiscais então descobriram que próximo dali havia um galpão da High Level Signs.
Segundo o tribunal, os fiscais simularam ser assessores de candidatos interessados na produção do material. Na conversa, diz o TRE, os funcionários da empresa afirmaram ser comum a produção de panfletos e placas com indicação errada de tiragem.
A legislação eleitoral exige que todo material de campanha indique a tiragem e o CNPJ do fabricante. Os panfletos e placas que estavam no galpão indicavam até três números de CNPJs distintos, um deles do salão de beleza.
O TRE lacrou a gráfica, apreendeu material de campanha, oito computadores e R$ 28 mil em dinheiro.
Além de Pedro Paulo e Lucinha, o local tinha material de Leonardo Picciani (PMDB), Sávio Neves (PEN), Rodrigo Bethlem (PMDB), Osório (PMDB), Serginho da Pastelaria (PTdoB), André Lazaroni (PMDB) e Rafael Picciani (PMDB).
OUTRO LADO
Em nota, a campanha de Pezão afirmou que “segue rigorosamente a lei e defende que toda denúncia deva ser apurada pelos órgãos competentes”.
Procuradas, as assessorias de Pedro Paulo, Osório, Leonardo e Rafel Picciani não se pronunciaram até a publicação desta reportagem.
A Folha não conseguiu contato com Neves, Bethlem, Serginho, Lazaroni e Lucinha.
A Secretaria de Administração da Presidência da República informou, em nota, que irá apurar o uso da rede de internet do Palácio do Planalto para alteração de perfis de jornalistas. Reportagem do jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira (8) aponta que perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, ambos da Rede Globo, na Wikipédia, enciclopédia virtual, foram alterados, em maio do ano passado, a partir da rede de internet do Palácio do Planalto. Foram incluídas críticas às atuações dos profissionais como comentaristas econômicos.
"No caso da alteração dos perfis dos jornalistas Miriam Leitão e Carlos Alberto Sardenberg, foi realizada a notificação de incidente e, a partir dos elementos colhidos pela Diretoria de Tecnologia da Presidência da República, será instalado no âmbito da Secretaria de Administração o procedimento apuratório adequado. O procedimento tem prazo de 60 dias para sua conclusão", diz a nota.
De acordo com o órgão, o armazenamento dos registros de conexão foi regulamentado após a entrada em vigor da Lei 12.965, "tornando-se obrigatório 60 dias após a sanção do Marco Civil da Internet, momento a partir do qual todos os gestores de serviço de acesso à internet passaram a fazer o armazenamento dos registros de conexão".
No Rio de Janeiro, o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, classificou as alterações nos perfis dos profissionais de imprensa como um ato “abominável”. “Fui informado só hoje de manhã, não tive tempo de ver todos os detalhes. Da parte do governo federal, não há nenhum sentido de atribuir qualquer responsabilidade, não há nenhuma intenção nossa de fazer uma ação dessa que, no meu juízo, e abominável”.
“Da nossa parte, nós faremos todo o possível para procurar encontrar uma responsabilidade e punir duramente, porque isso não é aceitável na democracia, contra qualquer cidadão, e sobretudo contra profissionais de imprensa que são expostos. Apurar nos interessa, porque uma situação dessa só faz mal para nós”, acrescentou o ministro.
Mais cedo, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência havia dito, em nota, que era “tecnicamente impossível” identificar os responsáveis pelas modificações. “Os conteúdos da rede de internet de computadores do Palácio do Planalto, até julho deste ano, eram arquivados por no máximo seis meses. As alterações nos perfis dos jornalistas, citadas pela reportagem de O Globo, foram feitas em maio de 2013. Diante disso, não é possível identificar as máquinas utilizadas para estas alterações”, acrescentando que "qualquer pessoa, mesmo que estivesse em visita ao Palácio do Planalto, poderia, em tese, ter realizado as alterações”,
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) divulgou nota em que condenou “todo o ato de adulteração de dados ou informação falsa contra qualquer cidadão” e cobra a apuração do fato. De acordo com a nota, é inaceitável “quando um episódio objetiva atingir profissionais da imprensa”. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) também expressou preocupação com o episódio. "A ABI entende que este fato insólito, sem precedentes no regime democrático em voga no país, é inaceitável e compromete o direito à liberdade de expressão", diz a nota. A Associação Nacional de Jornais (ANJ) também condenou o episódio.
No Congresso Nacional, partidos da oposição disseram que pretendem pedir investigação do episódio e esclarecimentos do Palácio do Planalto.
Instituto ouviu 812 eleitores em todo e estado entre os dias 29 e 31 de julho.
Ronaldo Caiado lidera corrida para o Senado; margem de erro é de 3%.
Pesquisa Ibope encomendada pela TV Anhanguera e divulgada neste sábado (2) aponta o atual governador e candidato à reeleição, Marconi Perillo (PSBD), com 35% das intenções de votos do eleitorado goiano.
Na segunda posição aparece o ex-governador Iris Rezende (PMDB), com 26%, seguido pelo ex-prefeito de Senador Canedo e empresário Vanderlan Cardoso (PSB), com 8%, e pelo ex-prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), com 6%. A professora Marta Jane (PCB), tem 2%, a frente do advogado Alexandre Magalhães (PSDC) e do professor Weslei Garcia (PSOL), ambos com 1%.
Do total de eleitores entrevistados, 9% disseram que pretendem votar nulo ou em branco. Outros 12% ainda não sabem em quem votar ou não responderam.
Decisão cita condenação, no caso de superfaturamento das obras do Túnel Ayrton Senna, o que o tornou inelegível por cinco anos
A Procuradoria Regional Eleitoral de São Paulo (PRE-SP) impugnou nesta sexta-feira, com o registro da candidatura à reeleição do deputado federal Paulo Maluf (PP). O pedido foi apresentado junto com outras 824 impugnações recebidas pela corte eleitoral.
O que motivou o questionamento da Justiça foi a condenação do parlamentar em novembro de 2013 no caso de superfaturamento das obras do Túnel Ayrton Senna durante sua gestão na Prefeitura de São Paulo, entre 1993 e 1997.Entre as penas a que foi submetido, Maluf teve os direitos políticos cassados por cinco anos, o que o torna inelegível, segundo a Lei da Ficha Limpa.
Segundo o procurador Regional Eleitoral, André de Carvalho Ramos, Maluf não apenas não obteve a suspensão de sua condenação no Tribunal de Justiça de São Paulo como ainda deixou de apresentar à Justiça Eleitoral a documentação que atesta que ele está "em pleno exercício de seus direitos políticos"- uma das condições necessárias para se candidatar, segundo a lei.
Procurado, Maluf não retornou aos contatos da reportagem para comentar a impugnação. Ele tem sete dias, contados a partir deste sábado, para apresentar sua defesa, que será julgada junto com a impugnação pelo Tribunal Regional Eleitoral.
Questionamento - As impugnações, que são questionamentos à validade do registro do candidato, não significam indeferimento do registro. Elas serão apreciadas no momento do julgamento da candidatura e podem levar ao indeferimento do registro, se acolhidas, ou ao deferimento, se rejeitadas.
Com Estadão Conteúdo
Pior do que está, não fica.” Era assim que Tiririca pedia votos nas eleições para deputado federal por São Paulo, em 2010. A propaganda garantiu desempenho histórico nas urnas e colocou um palhaço de verdade no Congresso, eleito com 1,3 milhão de votos. Neste ano, o olho dos partidos cresce diante das possibilidades de colocar uma celebridade como puxador de votos e aumentar a bancada.
No Rio, o PV tentará eleger Diego Alemão, vencedor da sétima edição do programa de TV Big Brother Brasil, para a Câmara Federal. Já em São Paulo, o ator pornográfico Kid Bengala quer se tornar deputado estadual pelo PTB. Quando venceu o programa, Alemão ganhou R$ 1 milhão. À Justiça Eleitoral, porém, declarou patrimônio de R$ 883 mil. Ele nega ter perdido dinheiro.
“Continuo milionário. Pode ter certeza que não foi pela grana que entrei para política”, garante. O chamado para vida pública veio durante as manifestações de junho de 2013, onde ele constatou a falta de lideranças e partidos políticos nas ruas.
Da indignação também surgiu a vontade de “retribuir tudo o que o povo lhe deu”. Para isso, Alemão irá propor a criação de mecanismos de transparência nos gastos públicos. “Vamos colocar a corrupção do paredão”, defende, ao apostar em sua popularidade. “Fizemos uma caminhada em Campos, e acho que ofusquei Lindberg Farias. Foi um arrastão”, conta sobre o dia em que caminhou ao lado do candidato apoiado pelo PV ao governo.
A bancada dos campeões do Big Brother poderá ser o novo grupo do Congresso. Alemão poderá estar ao lado de Jean Wyllys, candidato à reeleição pelo Psol, e Cida Santos (PT do B), vencedores da quinta e quarta edições, respectivamente. “Não tenho a menor vergonha de dizer que participei do programa. Em Brasília, conversarei com quem quiser enfrentar a corrupção”, diz Cida. A passagem de Alemão pela ‘casa mais vigiada do Brasil’ foi marcada por brigas e confusões. Ele promete a mesma atitude na Câmara. “Não tenho papas na língua, não gosto de perder nem par ou ímpar e jamais fico em cima do muro.”
A fama será o cabo eleitoral de muitos candidatos nas eleições deste ano. Não faltam exemplos de quem esteve a vida toda sob os holofotes, ou aproveitou bem os quinze minutos de estrelato, e esteja disposto a lutar por um mandato legislativo.
No Rio, o cantor Elymar Santos tentará uma vaga na Alerj pelo PR e é apontado como um dos possíveis puxadores de votos da legenda. Um de seus adversários será o humorista Castrinho, do PRB.
Mas o Rio não é páreo para São Paulo quando o assunto são as candidaturas excêntricas. A disputa por uma vaga na Câmara dos Deputados promete ser intensa entre o apresentador e cirurgião plástico Dr. Rey (PSC), os cantores Sérgio Reis e Sula Miranda, do PRB, o ex-nadador Fernando Scherer e o astronauta Marcos Pontes, ambos do PSB.
No nível estadual, o ex-jogador Marcelinho Carioca (PT) disputará votos com o ex-Big Brother Kleber Bambam (PRB) e Marquito (PTB), ajudante de palco do ‘Programa do Ratinho,’ do ‘SBT’. No Distrito Federal, Denise Rocha (DEM) será candidata a deputada distrital. O “Furacão da CPI” virou notícia após um vídeo íntimo seu vazar em 2012, quando ela era assessora do senador Ciro Nogueira(PP/PI). Os gaúchos poderão contar com um parlamentar “místico” em Brasília: o Cigano Igor. Trata-se do ator Ricardo Macchi (PTB), que usará o nome de seu personagem mais famoso para tentar virar político.
Bengala: do obsceno para a política
Candidato a deputado estadual pelo PTB de São Paulo, Kid Bengala quer levar o “humor” implícito nos 96 filmes pornôs que estrelou para a política. “Não estou preocupado com eleição. Proposta, eu não tenho. Tenho que levar na brincadeira, sou autêntico.”
Ontem, ele conversou com o DIA enquanto dirigia, animadíssimo, seu próprio carro de campanha. “Estou em Osasco, rodando pelo interior com o meu boneco, que é um sucesso. Todo mundo para para tirar foto com o meu boneco”, enfatizou. “Minha candidatura é um carnaval fora de época.”
Será, também, um festival de trocadilhos sexuais. Como todo candidato, sabe que será confrontado: se perguntarem suas propostas o que dirá? “Faça sexo, sua vida vai melhorar. Educação? “Escreveu, não leu, o pau comeu!” Segurança? “O pau vai comer de quina!” Ele diz que sua votação será expressiva, muito por conta da popularidade de seu “boneco”. “O povo está descontente com esses políticos de hoje. E vão me colocar lá, para ficar atrás dos caras”, diverte-se.
Com informação de O Dia e Redação