Segundo projeção do Banco do Brasil, o Produto Interno Bruto (PIB) do Tocantins em 2024 é de 6%
Por Nayara Borges
Na mais recente projeção econômica realizada pelo Banco do Brasil, divulgada neste mês de outubro, o Tocantins foi destaque nacional, consolidando-se como o segundo maior Produto Interno Bruto (PIB) em crescimento do Brasil, alcançando uma taxa de 6,0% e ficando atrás apenas do Rio Grande do Norte, que lidera com um crescimento de 6,2%. O impulsionado principalmente ocorreu pela prestação de serviços, com uma taxa de crescimento em 7,7%, e pela expansão industrial, com aumento de 3,1%.
O governador Wanderlei Barbosa avaliou o trabalho de sua gestão com o Tocantins se destacando em diversos setores como de serviços e da indústria. "Os resultados que o Tocantins tem alcançado mostram o trabalho árduo que temos realizado em nosso Estado e o empenho de todos que trabalham para o desenvolvimento regional. Com o segundo maior crescimento do PIB no Brasil e um setor de serviços que já é destaque nacional, estamos avançando na geração de empregos, renda e oportunidades”, ressaltou.
Foto 2: O governador Wanderlei Barbosa destacou o trabalho de sua gestão com o Tocantins se destacando em diversos setores como de serviços e da indústria
Para o secretário de Estado do Planejamento e Orçamento, Sergilei Moura, essa é mais uma projeção que coloca o Tocantins em evidência. "É o maior PIB de serviço do país. Nosso estado tem uma logística excepcional e investe diariamente na geração de emprego e renda para a nossa população. Essa é uma prioridade do nosso governador Wanderlei Barbosa, fazer com que o Tocantins esteja em constante crescimento e alcançando resultados positivos em diversas áreas”, enfatizou.
Projeção do Banco do Brasil
A análise do Banco do Brasil, divulgada no dia 25 de outubro, revela o diferencial competitivo do Tocantins em serviços, com uma taxa de crescimento de 7,7%, a maior do país, o que reflete na geração de empregos e na renda da população local. Esse setor já é um dos principais motores econômicos do estado, demonstrando a relevância de investimentos em infraestrutura, comércio e serviços para a expansão da economia local.
O secretário de Estado do Planejamento e Orçamento, Sergilei Moura, afirma que essa projeção é mais um indicativo do crescimento do Tocantins
Outro destaque é o crescimento da indústria no Tocantins, projetado em 3,1%, superior ao de estados como o Pará, que registra 2,2% nesse setor. A solidez industrial tocantinense contribui diretamente para a diversificação econômica,o que auxilia na criação de uma economia mais resiliente. No agronegócio, o crescimento está projetado em 1,1%. Somando, o crescimento de todos os setores, é esperado, a Projeção de Crescimento do PIB 2024 de 6%.
Crescimento na projeção
Em maio deste ano, a projeção realizada pelo Banco do Brasil apontava o estado do Tocantins com o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil (4,1%) nos primeiros meses de 2024. Esse crescimento refletia, em especial, com o da prestação de serviços, área em que o Tocantins ocupava naquele momento também com o primeiro lugar no país, com 6% de crescimento.
Governo está fazendo contas para ajustar medidas
POR WELLTON MÁXIMO
As conversas entre a equipe econômica e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em torno do corte de gastos obrigatórios estão avançando, disse nesta terça-feira (29) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Ele, no entanto, afirmou que não há números nem previsão de data para o anúncio das medidas.
“Estamos fazendo as contas para ele [o presidente Lula] para fazer uma coisa ajustadinha”, revelou o ministro ao sair para reunião com o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin.
Haddad disse que voltará a se reunir com Lula mais vezes nesta semana. Nesta segunda-feira (28), o ministro conversou por cerca de 2 horas com Lula sobre as medidas de revisão e de corte de gastos.
Segundo Haddad, a reunião foi “realmente boa”, e o presidente não vetou nenhuma medida até agora. Apenas pediu esclarecimentos, cujas respostas os ministérios da Fazenda e do Planejamento e Orçamento estão preparando.
O ministro informou desconhecer uma estimativa publicada pelo jornal O Globo na semana passada, segundo a qual as medidas de corte de gastos resultariam em uma economia de R$ 30 bilhões a R$ 50 bilhões. “Não sei de onde saiu esse número. Nunca divulguei um número para vocês. Não divulgo número por que número você só divulga depois da decisão tomada”, ressaltou Haddad.
Embora tenha dito que a reunião com Lula ocorreria nesta quarta (30), o encontro foi antecipado para o início da noite de hoje no Palácio da Alvorada. O ministro está acompanhado do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo; do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan; e do secretário de Política Econômica da pasta, Guilherme Mello. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, também chegou ao Palácio.
Envolvidos em esquema de venda de sentença transformaram dívida que o banco nem sequer recebeu em honorários de R$ 178 milhões
Por Eduardo Miranda
O esquema de venda de decisões judiciais – popularmente conhecido como venda de sentenças – identificado pela Polícia Federal (PF) no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) envolve um processo suspeito que impõe um prejuízo de R$ 178 milhões ao Banco do Brasil (BB), referente ao pagamento de honorários advocatícios aos filhos do desembargador Vladimir Abreu da Silva e ao advogado Felix Jaime Nunes da Cunha, apontado como lobista do esquema.
O valor, caso fosse um prêmio da Mega-Sena, seria o oitavo maior da história.
Uma execução de dívida referente a um financiamento agrícola que foi contraído por um casal de Três Lagoas na década de 1990 – dívida essa que nunca foi paga – prescreveu em 2018, por falta de bens penhoráveis.
No entanto, em 2019, ao chegar ao TJMS, a dívida se transformou em um passivo significativo para o banco: um honorário sucumbencial de R$ 178 milhões, valor a ser pago aos advogados da ação.
A PF constatou que esses honorários sucumbenciais resultaram de uma decisão controversa sobre se o pagamento é ou não cabível.
Em primeira instância, entendeu-se que nenhuma das partes precisaria arcar com honorários, pois o caso foi prescrito e não houve vencedor: o banco não conseguiu recuperar sua dívida e o casal não obteve uma decisão favorável.
Os advogados do casal devedor, contudo, recorreram ao TJMS reivindicando o direito aos honorários e, após se associarem aos envolvidos no esquema de venda de sentenças, o direito ao pagamento pelo Banco do Brasil foi então estabelecido.
HONORÁRIO “MEGA-SENA”
Esse poderia ser um caso comum nos tribunais, não fosse o envolvimento de Felix Jaime Nunes da Cunha, apontado como um dos lobistas do esquema de venda de sentenças desbaratado recentemente pela PF.
Ele firmou um contrato de parceria com os advogados originários da causa, Patrícia Alves Gaspareto de Souza Machado e Geilson da Silva Lima. O contrato contou com o anuente Marcus Vinícius Machado Abreu da Silva, filho do desembargador Vladimir Abreu da Silva.
No contrato, os advogados cedentes do crédito dos honorários, Patrícia e Geilson, cedem a Cunha o valor da execução que exceder os R$ 60 milhões, permitindo ainda que ele possa receber o crédito diretamente do BB.
O contrato de parceria foi formalizado em papel timbrado pelo escritório de Marcus Vinícius e Ana Carolina Abreu, filhos do desembargador que, desde o dia 24, está afastado de suas funções em função do envolvimento no esquema. Abreu deveria estar usando tornozeleira eletrônica, mas até ontem ela ainda não instalada.
Desembargador Vladimir Abreu da Silva
Ao chegar ao TJMS, a apelação dos advogados foi julgada procedente. O Tribunal, sob relatoria de Divoncir Schreiner Maran, acolheu o pedido dos advogados – agora associados aos irmãos Abreu e a Cunha – e reverteu a decisão de primeira instância, obrigando o BB a pagar honorários de 10% a 20% sobre o benefício econômico obtido pelo devedor.
Assim, o Banco do Brasil – após ser lesado nos anos 1990 por um casal de Três Lagoas que não honrou o financiamento – viu a ação de cobrança, prescrita por falta de bens penhoráveis, se transformar em um passivo de R$ 178 milhões em honorários advocatícios.
Também houve decisões em segunda instância do desembargador Sideni Soncini Pimentel, presidente eleito do TJMS, também afastado do cargo durante a operação e que deveria estar usando tornozeleira eletrônica.
“O fato de Pimentel ter decidido em favor do cliente de Marcos Vinícius Abreu, o qual tem escritório no mesmo local que o filho de Pimentel, o advogado Rodrigo Pimentel, agrava os indícios de vendas de decisões com pagamento realizado por meio da cedência de parte do crédito”, argumenta a PF no relatório assinado pelo delegado Marcos Damato.
BANCO NÃO DESISTE
A batalha do BB para não ter que arcar com esse valor ainda se desenrola no TJMS. O banco tem perdido todas as disputas até o momento em Mato Grosso do Sul e deposita suas esperanças no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Em março, o Banco do Brasil ingressou com uma ação rescisória contra o acórdão que o obrigou a pagar honorários milionários aos advogados de Três Lagoas, a Cunha e aos irmãos Abreu. No entanto, perdeu a primeira batalha, com julgamento unânime em que o relator, desembargador Amaury da Silva Kuklinski, foi acompanhado por Vilson Bertelli, Geraldo de Almeida Santiago e Eduardo Machado Rocha.
Insatisfeito, o BB apresentou embargos de declaração, recurso no qual solicita que os julgadores esclareçam melhor a decisão, especialmente em pontos que possam ter ficado obscuros. Porém, o pedido foi novamente rejeitado, com o desembargador Kuklinski negando o recurso em 19 de agosto.
Restou ao banco ingressar com um recurso especial, com a intenção de levar o caso ao STJ e contestar a decisão que lhe impôs o pagamento de R$ 178 milhões em honorários em uma ação sem vitória da outra parte.
O vice-presidente do TJMS, Dorival Renato Pavan, por sua vez, recusou o recurso no dia 18 de outubro, por entender que ele não atendia aos critérios de admissibilidade. Ainda assim, o banco deve prosseguir na disputa, buscando a análise do caso no STJ, por meio de um agravo especial.
Torcedores organizados palmeirenses armaram uma emboscada para os cruzeirenses da Máfia Azul no último fim de semana
Por Fabio Diamante
A Polícia Civil de São Paulo solicitou a prisão temporária de Jorge Luis Sampaio, presidente da torcida organizada Mancha Verde, e de mais cinco torcedores do Palmeiras. Os envolvidos são suspeitos de participação em uma emboscada contra torcedores do Cruzeiro, ocorrida no último fim de semana, na Rodovia Fernão Dias, em Mairiporã, na Grande São Paulo. O SBT traz as informações com exclusividade.
O ataque resultou na morte do cruzeirense José Victor Miranda, de 30 anos, e deixou 17 pessoas feridas, incluindo um torcedor que está internado em estado grave.
O pedido de prisão e as investigações
As investigações levaram a polícia a identificar seis suspeitos de participação no ataque, incluindo Jorge Luis Sampaio, com base em vídeos gravados pelos próprios agressores e nas câmeras da Guarda Civil de Mairiporã.
O sinal do celular de Jorge indicava que ele estava na região no momento do ataque. De acordo com a Polícia Civil, a emboscada teria sido motivada por um conflito entre as torcidas em 2022, quando o presidente da Mancha Verde foi agredido e teve seu RG exibido nas redes sociais como "troféu".
As imagens mostram que os torcedores da Mancha Verde usaram carros e motos particulares, estacionados nas proximidades, o que facilitou a captura das placas pelos sistemas de monitoramento. Promotores do Gaeco, especializado em crimes organizados, estão colaborando com o inquérito. A decisão judicial sobre os pedidos de prisão deve ocorrer nesta quarta-feira (30).
O velório e a revolta
O corpo de José Victor Miranda foi velado em um ginásio de esportes em Sete Lagoas, Minas Gerais, reunindo familiares e membros da torcida organizada Máfia Azul. Durante o velório, a indignação com a violência foi evidente. Um torcedor expressou descrença na Justiça paulista, declarando: "esses caras fazem o que querem toda vez e nunca dá em nada".
Valdívia, ex-Palmeiras, é preso acusado de abuso sexual no Chile
Outro familiar, de costas para as câmeras, revelou a gravidade das lesões de seu filho, que também foi vítima da emboscada: "ele ainda está com a face quebrada, vai fazer cirurgia. Quebrou o pulso, escoriações por todo o corpo, todo roxo. Na cabeça ele tomou pontos porque levou muitas pancadas de ferro".
Ex-ministro foi flagrado pela reportagem do Estadão no saguão de embarque do aeroporto de Congonhas, na capital paulista; anulação das condenações foi dada pelo ministro Gilmar Mendes, do STF
Por Maiá Menezes
Um sorridente e discreto ex-ministro José Dirceu foi visto na manhã desta terça-feira no saguão do aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Ao ser interpelado pela reportagem do Estadão, Dirceu disse que não estava autorizado pelos advogados a dar entrevistas, mas mostrou por quem recebeu a notícia a respeito da anulação de suas condenações na operação Lava Jato: mensagem que recebeu do amigo João Paulo Cunha, ex-presidente da Câmara dos Deputados.
"Fui orientado pelos meus advogados a não dar entrevista, porque ainda haverá recursos. Irá a plenário. Mas ontem foi um dia muito feliz. Quem ganha com essa decisão é o Brasil", afirmou o ex-ministro.
Pouco antes de embarcar para o Rio, Dirceu tomava um café, sem ser reconhecido, em um restaurante no primeiro piso do aeroporto de Congonhas, na capital paulista. Assim que terminou a xícara, se dirigiu à fila de embarque, sem alarde dos demais passageiros.
Decisão foi tomada em habeas corpus do petista
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anulou nesta segunda-feira, 28, todos os atos processuais do ex-juiz Sérgio Moro contra o ex-ministro José Dirceu no âmbito da Operação Lava Jato.
A decisão do ministro em um habeas corpus da defesa do petista estende os efeitos da suspeição do ex-juiz, hoje senador pelo União Brasil do Paraná, aos processos que envolvem Dirceu.
Em maio, a Segunda Turma do STF extinguiu uma pena de 8 anos e 10 meses imposta pela Justiça Federal do Paraná a José Dirceu. O processo julgado pela Turma envolvia uma condenação por supostas propinas da empresa de tubulação Apolo Tubulars, entre os anos de 2009 e 2012, para ajudar a corporação a fechar contratos com a Petrobras. Segundo a condenação, José Dirceu teria usado sua influência para manter Renato Duque na Diretoria de Serviços da estatal e, com isso, direcionar licitações à empresa de tubulação.
Três dos cinco ministros da Segunda Turma consideraram a condenação inválida do ponto de vista processual, seguindo um entendimento de que o crime do réu teria sido consumado no momento do suposto pedido de propina. Com isso, o ano de prescrição foi marcado para 2009. Como José Dirceu só foi condenado em 2017, a sentença foi considerada irregular.
Na ocasião, formaram maioria para anular a pena de José Dirceu os ministros Kassio Nunes Marques, Ricardo Lewandowski (hoje, ministro da Justiça) e Gilmar Mendes, que decidiu anular os demais processos envolvendo o ex-ministro nesta segunda.
José Dirceu foi ministro-chefe da Casa Civil durante o primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), deixando o cargo na esteira do escândalo do mensalão. O ex-deputado federal planeja um retorno à vida pública nas eleições gerais de 2026.