PT nacional já deu o start internamente, mas um seminário está sendo organizado para ocorrer em dezembro, em meio à avaliação do desempenho nas eleições municipais

 

 

Por Magno Martins

 

 

Extremamente fragilizado com o resultado das eleições municipais, onde no primeiro turno não elegeu nenhum prefeito de capital, com risco de repetir o vexame no segundo turno, o PT começou a discutir o seu futuro, que passa pela renovação da sua executiva nacional, hoje sob o comando de Gleisi Hoffmann.

 

O start já foi dado internamente, mas um seminário está sendo organizado para ocorrer em dezembro. O tema do encontro serão novas formas de comunicação do PT que se mostraram urgentes, com as derrotas na eleição municipal deste ano. O debate sobre o processo sucessório deve começar a ocorrer neste encontro, mesmo que de maneira informal.

 

A presidente do PT defende que haja um consenso sobre o nome que vai sucedê-la. Na avaliação que Gleisi faz a aliados, seria interessante avaliar um nome do Nordeste para ocupar o posto. O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, no entanto, já sinalizou que seu nome está colocado na disputa e que ele não vai recuar.

 

Segundo o jornal O Globo, o impasse pode causar um racha na CNB, a corrente majoritária do PT que integra nomes como Gleisi, Edinho, Lula, Fernando Haddad, Humberto Costa e José Dirceu. Edinho continua tendo apoios de peso na legenda, incluindo ministros do governo Lula.

 

A ala que defende a eleição do prefeito para o comando do partido afirma que ele seria o “sinal de mudança” que o PT mostrou precisar, após o resultado das eleições municipais deste ano. A pressão sobre Edinho cresceu depois que ele não conseguiu eleger sua sucessora em Araraquara. Em paralelo, um grupo da legenda alinhado à atual presidente do PT, Gleisi Hoffmann, tem defendido que um nome do Nordeste seja o novo presidente. A própria Gleisi advoga para que seja encontrado um nome de consenso, evitando, assim, uma disputa interna no PT.

 

Se Edinho conseguir superar resistências do grupo, Gleisi pode virar ministra na reforma ministerial que está prevista para após o segundo turno das eleições municipais. Mas há quem defenda que essa reforma seja mais ampla, num momento mais à frente, em fevereiro, quando sair o resultado das eleições das mesas diretoras do Senado e Câmara, hoje ocupadas respectivamente pelo deputado alagoano Arthur Lira (PP) e o senador mineiro Rodrigo Pacheco (PSD).

 

O prefeito de Araraquara (SP), Edinho Silva, não vai ceder a nenhuma pressão para retirar sua candidatura para presidência do PT. Com ele decidido a não abrir mão da disputa, existe o risco de haver uma racha na CNB, corrente majoritária do PT da qual Edinho, Gleisi e Lula fazem parte. Pelo menos até o momento, Lula está em cima do muro, mas é provável que se manifeste pela indicação de Edinho, diante da derrota do aliado em Araraquara.

 

 

Posted On Quinta, 24 Outubro 2024 15:09 Escrito por

Texto é visto como uma ‘moeda de troca’ na disputa pela Presidência da Casa em 2024

 

 

Por Rute Moraes e Hellen Leite

 

 

O PL (Projeto de Lei) que anistia os presos do 8 de janeiro pode ser levado, ainda este ano, ao plenário da Câmara dos Deputados. Aliados do presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), consideram que se trata de um “problema” da gestão do deputado alagoano e que, portanto, ele resolveria antes da eleição da Mesa.

 

Conforme interlocutores, a ideia é que a proposta não seja repassada para o novo presidente da Câmara, a ser eleito em fevereiro de 2025.

 

Contudo, a possibilidade de Lira pautar pode vir acompanhada de ampla rejeição do plenário. A ideia seria “resolver” o assunto, independentemente de qual será o resultado da votação. Procurada, a equipe de Lira não retornou até a publicação desta reportagem. O espaço segue aberto.

 

Atualmente, o texto tramita na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara e deve ser votado na próxima semana após um pedido de vista.

 

Concorrem a sucessão de Lira os deputados Hugo Motta (Republicanos-PB), Elmar Nascimento (União Brasil-BA) e Antônio Britto (PSD-BA). O texto é visto como uma “moeda de troca” na disputa pela Presidência da Casa em 2025.

 

A anistia aos presos do 8 de Janeiro é uma pauta prioritária da oposição, e o bloco vai tentar colocar a apreciação do texto como condição para apoiar um candidato na disputa. Enquanto isso, os postulantes ao cargo se movimentam nos bastidores para atrair a ala oposicionista, ainda que isso signifique tentar segurar ou impulsionar a votação.

 

Apesar disso, a interlocutores, Motta tem sinalizado que o projeto não pode ser uma pauta de campanha e que dificilmente teria um consenso em torno do tema. Enquanto isso, o PT estaria colocando como prioridade, em troca de apoio na disputa, o compromisso de não dar celeridade na proposição.

 

Entenda a proposta

Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes e depredaram as instalações. Eles não concordavam com a eleição nem com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

 

O relator do PL da Anistia, deputado federal Rodrigo Valadares (União Brasil-SE), contudo, defende que os atos de vandalismo “foram inflamados principalmente pelo sentimento de injustiça aos quais muitos brasileiros sentiram após o resultado do segundo turno das eleições presidenciais de 2022″.

 

O texto, que teve sete projetos como base, anistia “todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 08 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor desta lei”.

 

Conforme o projeto, o perdão alcança os “crimes com motivação política e/ou eleitoral”. A anistia abrange “quaisquer medidas de restrições de direitos, inclusive impostas por liminares, medidas cautelares, sentenças transitadas ou não em julgado que limitem a liberdade de expressão e manifestação de caráter político e/ou eleitoral, nos meios de comunicação social, plataformas e mídias sociais”.

 

O projeto ainda inclui no perdão todos que participaram de “eventos subsequentes ou eventos anteriores” ao 8 de janeiro, “desde que mantenham correlação com os eventos acima citados”.

 

A anistia, contudo, não alcança os crimes de:

 

Prática da tortura;

 

Tráfico ilícito de entorpecentes, drogas e afins;

Terrorismo e os definidos como crimes hediondos;

Crimes contra a vida;

Crime contra patrimônio histórico; e

Crime contra coisa alheia

O relator ainda incluiu um trecho que anula as multas aplicadas pela Justiça Eleitoral ou comum às pessoas físicas e jurídicas em decorrência do 8 de Janeiro.

 

Isso poderia alcançar o Partido Liberal, multado em mais de R$ 22 milhões por litigância de má-fé após a legenda pedir a anulação de votos do segundo turno da disputa presidencial em 2022. Como a sigla pagou o montante, o valor teria de ser estornado, caso a redação final do texto seja promulgada dessa forma.

 

Mudança em tese do STF

 

O projeto ainda inclui um artigo que, se aprovado, derrubaria a principal tese do STF (Supremo Tribunal Federal) para condenar os presos do 8 de Janeiro: o crime multitudinário — cometido por uma multidão em tumulto, de forma espontânea e organizada. O STF aplicou essa tese para condenar os envolvidos no episódio por atentado ao Estado Democrático de Direito.

 

Com a proposta, só poderá haver condenação por tal crime se for individualizada, ou seja, não poderá ter condenação conjunta quando o crime for contra ou para depor a democracia.

 

O projeto altera ainda o decreto-lei nº 2.848 de 7 de dezembro de 1940, que trata sobre os crimes contra o Estado Democrático de Direito. A redação atual prevê que atentar contra a democracia é “tentar, com emprego de violência ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos poderes constitucionais”.

 

Mas com a alteração da proposta, o crime contra o Estado Democrático de Direito só será considerado se for contra a “pessoa”, com a seguinte redação: “Tentar, com emprego de violência contra a pessoa ou grave ameaça, abolir o Estado Democrático de Direito, impedindo ou restringindo o exercício dos Poderes constitucionais”.

 

Segundo o texto, a condenação pelos crimes contra a democracia “não admite a incidência da figura do crime multitudinário, tampouco de qualquer teoria similar fundada na desindividualização ou na generalidade das condutas, exigindo-se, como pressuposto para a condenação, a individualização concreta dos atos praticados por cada coautor ou partícipe”.

 

O PL da Anistia ainda altera trechos da lei sobre o foro privilegiado, estabelecendo que, nos casos que envolvam pessoas com prerrogativa de foro e pessoas comuns, as que têm foro deverão ser julgadas primeiro e, depois disso, os demais investigados serão deslocados para a instância da Justiça comum.

 

 

Posted On Quarta, 23 Outubro 2024 15:02 Escrito por

Congresso espera votar proposição até novembro deste ano

 

Por Rute Moraes

 

 

Proposto pelo relator do Orçamento 2025, senador Ângelo Coronel (PSD-BA), o projeto de lei complementar, que pretende disciplinar o empenho das emendas parlamentares, deve controlar o pagamento por municípios e limitar o empenho dos recursos aos estados de origem.

 

Mais cedo, Ângelo Coronel se reuniu com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para apresentar o texto que propõe uma solução para o empenho das emendas parlamentares impositivas, atualmente suspensas por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal).

 

O Congresso pretende votar a proposição até novembro deste ano a fim de ter tempo de incluir os ajustes na Lei de Diretrizes Orçamentárias de 2025. O senador informou que deve protocolar a matéria até a segunda-feira (28). Até lá, eventuais sugestões por parte de Lira podem ser feitas.

 

Além disso, o senador deve se encontrar com o ministro do STF Flávio Dino, relator da ação sobre emendas na Suprema Corte.

Na proposta, há nove pontos a serem considerados para garantir o empenho mais transparente e igualitário. Um dos destaques, por exemplo, é a destinação de, no mínimo, 50% dos recursos das emendas de comissão para ações e serviços públicos de saúde.

 

Outro ponto ressaltado pelo senador baiano na proposta é que, quando um parlamentar destinar recursos a uma cidade, vai ser enviado um comunicado à câmara de vereadores e aos tribunais de contas para garantir total transparência. O município será responsável por monitorar a execução das obras.

O texto ainda proíbe os parlamentares de destinarem emendas para estados que não sejam suas bases, salvo em casos de projetos de interesse nacional, como hospitais que atendem em todo o país.

 

Confira outros trechos da proposta:

 

Transparência garantida: todos os dados sobre a alocação e execução das emendas parlamentares estarão disponíveis no Portal da Transparência, assegurando acesso público às informações;

Prioridade para obras inacabadas: as transferências especiais priorizarão a conclusão de obras já iniciadas, garantindo a otimização dos investimentos públicos;

Atendimento a calamidades: recursos destinados a entes federativos em situação de calamidade ou emergência terão prioridade, assegurando respostas rápidas a situações de vulnerabilidade;

 

Foco na saúde pública: é obrigatória a destinação de, no mínimo, 50% dos recursos das emendas de comissão para ações e serviços públicos de saúde;

Fiscalização rigorosa: a execução das emendas será fiscalizada pelo TCU e outros órgãos competentes, garantindo a correta aplicação dos recursos;

Limites de emendas: cada bancada estadual poderá apresentar até 10 ou 12 emendas, além de igual número de emendas discricionárias, evitando a dispersão excessiva de recursos;

Participação da sociedade civil: comissões temáticas promoverão audiências públicas e debates, permitindo a participação de especialistas e da sociedade civil na elaboração das emendas coletivas;

Prestação de contas obrigatória: os entes beneficiados devem prestar contas detalhadas sobre a utilização dos recursos, incluindo relatórios de execução e avaliação de resultados;

Desenvolvimento regional sustentável: as emendas de bancada estadual e de comissão visam projetos estruturantes que contribuem para o desenvolvimento regional e a sustentabilidade;

O empenho dos pagamentos impositivos está suspenso há dois meses e o projeto a ser protocolado também precisa passar pelo crivo do Palácio do Planalto.

 

 

 

Posted On Quarta, 23 Outubro 2024 06:24 Escrito por

Petista também tem registrado aumento da desaprovação na capital paulista

 

 

Por Pleno News

 

 

A taxa de aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) registrou queda na cidade de São Paulo a seis dias do segundo turno das eleições municipais. No levantamento do instituto Atlas divulgado nesta segunda, 21, o índice de eleitores paulistanos que aprova a gestão do petista à frente do Executivo nacional chegou a 40%, dois pontos porcentuais a menos do que a última pesquisa, de 5 de outubro. O valor estava estabilizado em 42% há dois levantamentos.

 

Já seu índice de desaprovação apresentou alta de três pontos porcentuais, somando 57%. 3% dos eleitores não souberam responder. É a segunda pesquisa seguida do instituto Atlas que mostra um aumento na insatisfação com a gestão do atual presidente. A taxa não registra queda desde o final de agosto, quando passou de 51% para 50%.

 

O instituto Atlas entrevistou 2.000 eleitores da cidade de São Paulo entre os dias 15 e 21 de outubro. A margem de erro do levantamento é de 2 pontos porcentuais para mais ou para menos, e o índice de confiança é de 95%. A pesquisa está registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) sob o número SP-02116/2024.

 

A avaliação positiva da gestão de Lula também caiu entre os eleitores paulistanos. No levantamento anterior, 31% considerava sua maneira de governar como ótima ou boa. No atual, são 26%. O índice de quem avalia seu governo como ruim ou péssimo subiu de 44% para 48%. O cenário é parecido entre os eleitores que consideram a gestão petista como regular: de 25%, no começo do mês, para 26%, agora.

 

Avaliação da gestão de Nunes à frente da capital paulista melhorou, mas mantém desaprovação acima de taxa de aprovação

 

Em contrapartida, Ricardo Nunes (MDB), prefeito de São Paulo, registrou melhora nos índices entre o eleitorado paulistano. Em 5 de outubro, o atual prefeito somava 27% de aprovação. Desta vez, o emedebista chegou a 42% – 15 pontos porcentuais de crescimento. Sua taxa de desaprovação passou de 64% para 50%, ainda maior que a aprovação, entre as duas pesquisas. Os que não souberam responder eram 9% e, agora, são 8%.

 

A avaliação “ótima ou boa” para a gestão de Nunes também registrou aumento. No início do mês, eram 12% que avaliavam seu governo desta maneira. Agora, são 24%. Eram 40% os que consideravam como “regular” a forma de governo do emedebista em 5 de outubro, ante 37% em 21 de outubro. Já os eleitores que disseram que é “ruim ou péssima” a gestão do prefeito são 39%; eram 48% na pesquisa anterior.

 

Tarcísio também melhora índices de governo entre eleitores paulistanos

 

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), também testemunhou melhora em seus índices no levantamento atual do instituto Atlas. No início do mês, 46% dos eleitores paulistanos aprovavam seu desempenho, e outros 46% desaprovavam. Hoje, os valores estão em 55% e 40%, respectivamente. Os que não souberam responderem passaram de 8% para 5% entre os dois levantamentos.

 

Antes, os eleitores que consideram a gestão de Tarcísio como “ótima ou boa” eram 38%; o índice passou para 42% no levantamento desta segunda, 21. Os que declararam que acham “ruim ou péssima” a forma de governar do chefe do Executivo estadual somavam 34% no começo do mês, ante 32% atualmente. A avaliação “regular” também caiu dois pontos porcentuais entre as duas datas: de 28%, para 26%.

 

 

Posted On Terça, 22 Outubro 2024 14:36 Escrito por

Radicalização política "não contribui em nada com as soluções que precisamos dar aos sérios problemas que a população brasileira enfrenta", afirma o deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB)

 

 

Com Estadão e  InfoMoney

 

 

Pré-candidato à presidência da Câmara dos Deputados, o líder do Republicanos, Hugo Motta (PB), defendeu que a agenda dos parlamentares não seja de “radicalização”.

 

A declaração foi dada após o deputado participar da 24ª Conferência Internacional Datagro sobre Açúcar e Etanol, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (21).

 

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), também estava no evento.

“A nossa candidatura é uma candidatura a favor da Casa. É uma candidatura que tem que representar o sentimento dos parlamentares. E, nesse sentimento dos parlamentares, está o diálogo com os outros Poderes, com o Executivo, com o Judiciário”, afirmou Motta.

 

“Podemos ter uma agenda propositiva, que se preocupe com o país, que possamos discutir os verdadeiros problemas da população e, com isso, possamos sair de uma agenda de radicalização que, ao meu ver, não contribui em nada com as soluções que precisamos dar aos sérios problemas que a população brasileira enfrenta”, prosseguiu o parlamentar.

 

“Temos confiança de que construiremos essa candidatura de consenso, da extrema-direita à extrema-esquerda, para que tenhamos a casa funcionando bem, os partidos respeitados, e que cada um possa defender a pauta que entende ser importante para o País”, afirmou.

 

Em discurso na solenidade, Lira cortejou Motta e afirmou que a condução da presidência da Câmara “se deve à qualidade dos seus líderes”. A jornalistas, ele disse que deve se posicionar oficialmente sobre o seu sucessor após o 2º turno das eleições municipais.

 

A cerimônia homenageou os 100 anos do etanol no Brasil e as personalidades “pivôs” no avanço do setor. Lira foi reverenciado por projetos como o Combustível do Futuro, Hidrogênio Verde e o Programa de Aceleração da Transição Energética (Paten).

 

Quem é Hugo Motta

Desde 2011 na Câmara dos Deputados, Hugo Motta pode se tornar o mais jovem presidente da Casa – ele completará 35 anos no dia 11 de setembro. Caso vença a eleição, marcada para fevereiro de 2015, Motta superaria o ex-deputado Luís Eduardo Magalhães (1955-1998), que assumiu o comando da Câmara em 1995, aos 39 anos.

 

Motta sempre circulou bem entre diversas correntes políticas em Brasília e é considerado próximo de todos os últimos presidentes da Câmara: Eduardo Cunha (2015-2016), Rodrigo Maia (2016-2021) e o próprio Lira (desde 2021).

 

O deputado paraibano também tem boa relação com o senador Ciro Nogueira (PI), presidente nacional do PP e uma das principais lideranças do “centrão” no Congresso Nacional.

 

Política desde o berço

 

 

Hugo Motta é apontado como um prodígio da política na Paraíba. Ele foi o deputado federal mais jovem eleito em 2010, então com apenas 21 anos, e é herdeiro de uma família muito conhecida e poderosa no município de Patos (PB), o quarto mais populoso do estado.

 

O pai de Hugo Motta, Nabor Wanderley (Republicanos), é o atual prefeito da cidade e concorrerá, nas eleições de outubro deste ano, a mais um mandato – que seria o seu quarto.

 

Além do pai, a avó de Hugo, Francisca Motta, foi prefeita da cidade, entre 2013 e 2016. No período da ditadura militar, um tio do deputado comandou o município.

 

“Cunha boy”

Hugo Motta começou a se destacar mais na Câmara dos Deputados em seu segundo mandato, obtido após a vitórias nas urnas em 2014. Ele integrou o grupo conhecido nos corredores da Casa como “Cunha boys” – por causa da proximidade com o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (RJ).

 

Na época, Motta e Cunha integram o PMDB (atual MDB) e o então presidente da Câmara fez do jovem deputado presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, que investigou a relação entre o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT) e a companhia.

 

Em 2016, em meio à conflagração política do país, Hugo Motta acompanhou Cunha e votou a favor do impeachment de Dilma. Meses depois, quando Cunha teve o mandato cassado na Câmara sob suspeita de ter mentido a respeito de dinheiro mantido no exterior, Motta preferiu se abster na votação.

 

Base de Temer, Bolsonaro e Lula

Em 2018, ao disputar e conquistar o terceiro mandato como deputado, Hugo Motta ingressou no Republicanos. Foi quando o parlamentar se tornou mais próximo de Marcos Pereira, presidente da legenda, que agora abre mão de sua candidatura ao comando da Câmara em prol de Motta.

 

O deputado do Republicanos da Paraíba fez parte da base de apoio dos governos de Michel Temer (MDB), de 2016 a 2018, e Jair Bolsonaro (PL), entre 2019 e 2022.

 

Desde 2023, com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Hugo Motta também passou a integrar o bloco governista na Câmara – embora o Republicanos tenha várias lideranças que fazem oposição, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, potencial candidato ao Planalto em 2026.

 

A legenda comandada por Marcos Pereira está representada no primeiro escalão do governo Lula pelo ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (PE).

 

Nas eleições de 2022, quando obteve o quarto mandato consecutivo na Câmara, Hugo Motta foi o deputado federal mais votado da Paraíba. O parlamentar está em seu terceiro ano consecutivo como líder do Republicanos na Casa.

 

Antes de surgir como possível nome de consenso para a sucessão de Arthur Lira na Câmara, Motta vinha sendo cotado para concorrer a uma vaga no Senado ou disputar o governo da Paraíba em 2026. A depender do que ocorra até fevereiro de 2025, esses planos devem ser adiados.

 

 

Posted On Terça, 22 Outubro 2024 04:24 Escrito por
Página 7 de 908