Por Edson Rodrigues
Em um cenário nacional ainda marcado pela polarização, um gesto de aproximação entre diferentes forças pode ter impacto muito maior do que aparenta. A agenda da senadora Professora Dorinha com o ministro Fernando Haddad, voltada ao Orçamento de 2026, demonstra que a política ganha relevância quando se transforma em espaço de construção conjunta, e não de rivalidade. Até porque ambos têm um longo histórico voltado para a educação. Haddad já foi Ministro da Educação e Dorinha Secretária de Educação do Tocantins por quase dez anos.
O orçamento como ferramenta de prioridades
Senadora Dorinha e p Ministro da Fazenda Fernando Haddad
O debate sobre o orçamento federal não é apenas uma questão técnica. Trata-se da definição de quais áreas terão recursos para sustentar escolas, hospitais, estradas e projetos de desenvolvimento. Para o Tocantins, estado ainda em processo de consolidação institucional e econômica, cada negociação em Brasília representa a possibilidade de ampliar investimentos estruturantes e assegurar a continuidade de serviços essenciais.
Uma postura que fortalece a representação
Ao buscar interlocução com o Executivo, a senadora reforça sua imagem de liderança comprometida que vai além da disputa partidária e mostra que a boa política se constrói na capacidade de dialogar, ouvir e articular soluções conjuntas. É justamente essa postura que amplia a relevância de um representante, tanto dentro do Congresso quanto junto aos cidadãos que dependem de políticas públicas eficazes.
Cooperação como estratégia de desenvolvimento
O Tocantins tem diante de si o desafio de equilibrar crescimento econômico com inclusão social. Para alcançar esse objetivo, não basta apenas a ação isolada de parlamentares ou gestores locais: é necessária a soma de esforços entre União, estado e municípios. O diálogo político, nesse sentido, funciona como ponte para transformar demandas regionais em prioridades nacionais.
Superar a lógica do embate
A política do confronto permanente pode até mobilizar bases, mas pouco contribui para a resolução de problemas concretos. Ao contrário, a busca por entendimento cria espaço para que temas relevantes avancem. Ao optar por uma agenda de cooperação, a senadora sinaliza que o futuro do Tocantins passa pela capacidade de seus representantes em articular, negociar e conquistar recursos em benefício da coletividade.
Defesas afirmam que dinheiro foi transferido para a compra de um imóvel
Por Sarah Teófilo e Eduardo Gonçalves
O empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, repassou à publicitária Danielle Miranda Fonteles R$ 5 milhões entre novembro de 2023 e março de 2025
As informações constam em um Relatório de Inteligência Financeira (RIF) elaborado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e enviado à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS. Danielle já prestou serviços a campanhas eleitorais do PT, como a eleição da ex-presidente Dilma Rousseff, em 2010.
De acordo com as defesas de Antunes e Fonteles, o pagamento foi parte da compra de um imóvel, em uma negociação que acabou não se concretizando. O caso foi revelado pela revista "Veja" e confirmado pelo GLOBO.
O Coaf elabora relatórios quando encontra transações que são consideradas suspeitas, de acordo com parâmetros definidos em lei. A identificação de uma movimentação do tipo não representa ilegalidade, mas um indício que pode ou não ser confirmado em uma investigação.
Em sessão da CPI nesta quinta-feira, o senador Sergio Moro (União-PR) afirmou que vai apresentar um requerimento pedindo a quebra de sigilo bancário e fiscal da publicitária e, posteriormente, defenderá a convocação dela.
O relatório destaca que Fonteles foi sócia da Pepper Comunicação Interativa, empresa que foi investigada pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, que apurou esquema de lavagem de dinheiro para campanhas eleitorais. A empresa foi fechada em julho de 2023.
O Coaf destaca que uma verificação de antecedentes feita pelo banco em que a publicitária tem conta identificou que Antunes "apresenta histórico de envolvimento em fraudes previdenciárias, figurando como parte em investigação por irregularidades no INSS contexto que, por si só, já acende alerta relevante”.
A empresária disse em nota que o dinheiro é parte da negociação por um imóvel em Trancoso, distrito de Porto Seguro (BA). Ela acrescentou que o contrato de compra e venda previa o pagamento em 13 parcelas de R$ 1 milhão, mas a quitação total não chegou a acontecer porque Antunes teve as contas bloqueadas, o que ocorreu no curso da investigação sobre as fraudes. Assim, a rescisão do acordo ocorreu em maio deste ano.
“Os valores pagos e recebidos por Danielle Miranda Fonteles estão declarados à Receita Federal e os impostos pertinentes foram devidamente recolhidos. Portanto, o repasse refere-se a uma transação comercial devidamente documentada. Cabe acrescentar que Danielle Miranda Fonteles não tem relações comerciais com o Partido dos Trabalhadores desde 2015, portanto há pelo menos 10 anos”, completou. Segundo ela, o distrato prevê que os valores pagos serão devolvidos quando a casa for vendida.
A defesa de Antunes também afirmou que as transferências eram relativas a uma compra que não foi concretizada. O contrato prevê que os R$ 5 milhões já pagos por ele serão devolvidos quando a casa for de fato vendida.
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Delação premiada
A Pepper, agência que tinha Fonteles como sócia, foi alvo da Operação Acrônimo, que foi deflagrada em 2015 e investigou um esquema de repasse de caixa dois a campanhas políticas.
No inquérito, a Polícia Federal concluiu que a agência de comunicação foi usada para captar ilegalmente R$ 1,5 milhão via caixa dois para a campanha do ex-governador Fernando Pimentel (PT) ao Senado em 2010. Na ocasião, ele negou as acusações.
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Fonteles chegou a fechar uma delação premiada no âmbito da Operação. Em sua colaboração, ela declarou que chegou a pagar propina para obter contratos de publicidade em ministérios.
Em depoimentos ao Ministério Público Federal, dirigentes de uma empreiteira afirmaram que pagaram despesas de fornecedores da campanha eleitoral de Dilma em 2010, sem que os gastos tenham sido devidamente registrados na prestação de contas apresentadas à Justiça Eleitoral. Entre as empresas beneficiárias, estava a Pepper Comunicação.
Lance inicial equivale à metade do valor cobrado ao senador em disputa judicial, que se arrasta há duas décadas na Justiça do Rio
Com Agência O Globo
A Justiça do Rio autorizou a ida a leilão de uma mansão, uma lancha e três carros atribuídos ao senador Romário (PL-RJ), com o objetivo de quitar uma dívida que é alvo de disputa judicial há mais de duas décadas. Os leilões dos cinco bens (veja as imagens e mais detalhes abaixo) estão marcados para ocorrer no próximo dia 23, e os lances iniciais, somados, chegam a R$ 10,8 milhões.
O valor é cerca de metade do que é cobrado de Romário judicialmente, devido à quebra de contrato com uma empresa que prestava serviços em uma boate na Barra da Tijuca, Zona Oeste do Rio, que pertencia ao hoje senador. A cobrança começou em 2001, quando Romário, à época jogador de futebol, encerrou as atividades do Café do Gol, no qual era um dos sócios.
Na última estimativa apresentada pelos advogados da empresa à 4ª Vara Cível da Barra da Tijuca, onde corre o processo, a dívida de Romário estava estimada em R$ 24,3 milhões.
Parte desses bens já foi levada a leilão em 2021, mas o Superior Tribunal de Justiça (STJ) suspendeu o procedimento à época. Os bens, embora não estejam em nome de Romário, foram usados de forma recorrente pelo senador nos últimos anos.
Como mostrou reportagem do GLOBO, o senador ocultou patrimônio em nome de familiares, um dos expedientes que dificultaram as cobranças de credores. Em setembro, Romário foi condenado pela Justiça do Rio, em outro processo, por fraudar a execução de uma dessas dívidas.
Procurada pelo GLOBO, a defesa de Romário afirmou, em nota, que entrou com recurso contra a decisão que levou os bens a leilão.
“Cabe destacar que o processo em questão foi iniciado há mais de 20 anos, marcado por cobranças absolutamente desproporcionais e exorbitantes. A defesa de Romário seguirá atuando para que prevaleçam a razoabilidade e a justiça, confiando na reversão desse cenário”, diz a nota.
Veja a seguir os bens do senador que vão a leilão:
Casa na Barra da Tijuca
O imóvel, localizado em um condomínio na Barra da Tijuca, foi avaliado em R$ 9 milhões para a primeira chamada do leilão, marcado para a manhã do dia 23 de outubro. Se não houver nenhum comprador, haverá uma segunda chamada, na mesma data, com lance inicial pela metade do valor — neste caso, de R$ 4,5 milhões.
Em 2018, na primeira vez em que foi penhorada para pagamento de dívidas, a casa de Romário foi avaliada em R$ 5,8 milhões.
Segundo o edital do leilão, a mansão de Romário tem 896 m² de área edificada, em um terreno de 1,5 mil m² que beira a Lagoa da Tijuca. Imagens aéreas mostram que o local conta com piscina e campo de futebol.
A casa foi comprada por Romário há cerca de dez anos junto à antiga proprietária, Adriana Sorrentino, que é ex-mulher do também ex-jogador de futebol Edmundo, mas o senador não passou o imóvel para seu nome.
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Após a compra, as cotas de IPTU do imóvel foram quitadas pela irmã de Romário, Zoraidi de Souza Faria, através de uma conta bancária da qual o próprio senador tinha procuração para movimentar seus recursos.
Lancha
A embarcação “All Mare”, construída em 2010, está em nome de Zoraidi, irmã de Romário, mas é atribuída pela Justiça ao senador. O lance inicial no leilão do próximo dia 23 é de R$ 1,1 milhão.
Segundo o edital, a lancha tem 15,5 metros de comprimento, foi construída com fibra de vidro e conta com dois motores de 435 cavalos cada um. Atualmente, a embarcação está ancorada na Marina da Glória.
Carros
Três veículos ligados ao senador também vão a leilão no próximo dia 23. Um deles é da marca Porsche, modelo Macan Turbo 2015, avaliado em R$ 267,8 mil para o lance inicial.
O veículo também aparecia em nome da irmã do senador, Zoraidi, antes de ser apreendido pela Justiça do Rio em 2018.
Outro veículo atribuído a Romário e listado para leilão é um Audi RS6 Avanti 4.0 TFSI, de 2015, avaliado em R$ 391,5 mil.
Formalmente, a proprietária do Audi, segundo a base de dados disponibilizada pelo Detran/RJ, era a mãe de Romário, que faleceu em 2024. O carro também foi apreendido pela Justiça em 2018, para penhora.
O terceiro carro que será leiloado é um Peugeot 2008 Allure AT, modelo de 2017, movido a álcool e gasolina. O veículo, que está avaliado em R$ 53 mil para o leilão, estava em nome de Zoraidi, irmã de Romário.
O presidente da Associação Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA), Joseph Madeira, concedeu entrevista exclusiva ao Observatório Político do Paralelo 13. Em um bate-papo detalhado, ele falou sobre o crescimento da entidade, as ações de capacitação, as obras estruturais realizadas na sede e também respondeu às críticas dirigidas à sua pessoa
Por Edson Rodrigues
Logo de início, Madeira fez um balanço do número de associados desde que assumiu a presidência. “Quando chegamos, tínhamos pouco mais de 300 associados. Hoje somos mais de 1.600. Esse crescimento não veio por acaso, foi fruto de um trabalho de fortalecimento, de estar perto dos empresários e mostrar que a ACIPA é a casa de todos”, ressaltou.
Sobre os programas de capacitação, o presidente destacou o ACIPA Quadri, voltado à qualificação de trabalhadores. “O empresário precisa estar preparado, mas o colaborador também. Criamos o ACIPA Quadri para melhorar a qualidade do comércio em Palmas. Esse programa tem transformado não só o lado profissional, mas também o lado pessoal do trabalhador, porque todo profissional é, antes de tudo, alguém que sonha, que busca crescer e ser feliz”, afirmou.
A entidade também investiu na sua infraestrutura. “Concluímos o terceiro piso da sede, modernizamos os espaços, instalamos um estúdio de podcast e estamos resolvendo a questão da acessibilidade com a compra e a instalação de um elevador. Além disso, demolimos o antigo auditório e estamos construindo um novo, com capacidade para 200 pessoas, à altura da casa do empresário palmense”, explicou.
Madeira fez questão de destacar a saúde financeira da entidade. “Todas essas obras foram feitas e pagas. O elevador já está quitado, o auditório está em construção sem dívidas, e a ACIPA tem caixa suficiente para honrar todos os compromissos. A independência financeira dá dignidade à nossa entidade e nos permite crescer com responsabilidade”, disse.
As críticas
Nos últimos meses, Madeira foi alvo de críticas pessoais ligadas a seu nome em uma investigação da Polícia Federal. Questionado sobre o tema, respondeu que recebe as críticas com serenidade. “Há um pequeno grupo que chegou a defender meu afastamento, mas o processo ainda está na fase inicial. Ninguém foi julgado, ninguém foi condenado, ninguém é réu. O estatuto da ACIPA é claro e só pode haver afastamento após trânsito em julgado, o que não é o caso”, afirmou.
Para o presidente, parte desses ataques tem origem política. “Alguns desses que hoje nos atacam foram derrotados na eleição da ACIPA. É compreensível que estejam inconformados, mas não podemos aceitar a tentativa de interferência político-partidária dentro da entidade. Nossa diretoria está unida, fortalecida e não se intimidará”, garantiu.
Uma ACIPA para todos
Joseph Madeira encerra em 2026 o seu segundo mandato à frente da associação. Para ele, a principal marca da gestão foi democratizar o espaço. “Sempre lutei para que a ACIPA não fosse apenas dos grandes. Os pequenos de hoje serão os grandes de amanhã, se tiverem apoio e incentivo. Muitos dos nossos diretores começaram em treinamentos da própria associação e hoje são lideranças consolidadas”, afirmou.
Ele também ressaltou sua história de vida como motivação: “Sou de origem humilde, comecei de baixo. Nada na minha vida foi fácil. Por isso sempre defendi uma ACIPA para todos, inclusiva, que abraça o pequeno empreendedor e dá voz a todos os empresários”, concluiu.
Quem é Joseph Madeira
Joseph Ribamar Madeira nasceu em 15 de novembro de 1966, em Penalva, no Maranhão, em uma região conhecida como Pantanal Maranhense. De origem humilde, foi criado pela mãe e pelos avós, ouvindo desde cedo que Deus tinha um propósito para sua vida.
Ainda jovem, trabalhou em hotéis e descobriu a vocação para o jornalismo, profissão que o trouxe a Palmas no início dos anos 1990. No Tocantins, foi repórter do Correio Tocantinense e do Jornal do Tocantins. Em 2001, fundou sua primeira empresa, a Fênix, e depois criou o Grupo Jorima, atuante na terceirização de serviços e que hoje gera mais de 1.200 empregos nos estados do Tocantins e Pará.
Em 2018, assumiu a presidência do Sindicato das Empresas de Segurança Privada do Tocantins (SINDESP/TO) e do Sindicato das Empresas de Asseio e Conservação (SEAC/TO). No ano seguinte, tornou-se presidente da ACIPA, entidade que havia conhecido como repórter no começo da carreira.
Casado com Adriana Rodrigues Santos e pai de uma filha, Joseph Madeira é também palestrante e figura conhecida no meio empresarial. Ao longo da trajetória, recebeu diversas homenagens, como o Troféu Destaque Empresarial (2018) e os títulos de Cidadão Portuense e Cidadão Tocantinense (2019).
De origem humilde e trajetória marcada pela fé, Joseph Madeira se tornou uma das lideranças empresariais mais influentes do Tocantins.
Reunião destacou a importância da cooperação entre as instituições para ampliar a efetividade das políticas públicas no Estado
Por Jarbas Coutinho
O governador do Tocantins, Laurez Moreira, realizou na tarde desta quinta-feira, 2, uma visita institucional ao Ministério Público do Tocantins (MPTO). O governador foi recebido pelo procurador-geral de Justiça, Abel Andrade Leal Júnior. Durante o encontro, foram debatidas possibilidades de colaboração e fortalecimento da parceria entre o Executivo estadual e a instituição.
Na ocasião, o governador Laurez Moreira destacou a importância de manter uma relação harmoniosa e cooperativa com todos os poderes e instituições. “O diálogo com o Ministério Público é essencial para garantirmos uma gestão transparente e eficaz. Compartilhei com o procurador-geral de Justiça as diretrizes do nosso trabalho e reforcei o convite para que possamos atuar em parceria, fortalecendo ainda mais a colaboração entre as instituições”, afirmou.
O procurador-geral de Justiça, Abel Andrade Leal Júnior, reforçou que a instituição está à disposição para colaborar, fiscalizar e orientar
O procurador-geral de Justiça, Abel Andrade Leal Júnior, expressou satisfação em receber o governador Laurez Moreira e reforçou que a instituição está à disposição para colaborar. “É uma honra recebê-lo para este diálogo. O Ministério Público continuará atuando ao lado do Governo do Estado, para que possamos construir políticas públicas eficazes e voltadas especialmente para aqueles que mais precisam: os cidadãos tocantinenses”, destacou.
Governador Laurez Moreira pontuou a importância de manter um bom relacionamento com todos os poderes e instituições -
Também participaram da reunião o subprocurador-geral de Justiça, Luciano Casaroti; o assessor do procurador-geral de Justiça, Celsimar Custódio, o chefe de gabinete da Procuradoria-Geral de Justiça, Juan Aguirre; a secretária-chefe da Casa Civil, Irana Coelho, e o secretário-chefe da Controladoria-Geral do Estado (CGE/TO), Murilo Centeno.