Ações de prevenção e repressão acontecem em todo o Estado
Por Sara Cardoso
Até o próximo dia 29 de novembro as forças de segurança do Tocantins estarão empenhadas em ações de combate a crimes de violência praticados contra crianças e adolescentes em todos os municípios do Estado. A operação nacional denominada Hagnos, que significa Sagrado em grego, é coordenada pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, e no Tocantins, pela Secretaria da Segurança Pública, através do Centro Integrado de Comando e Controle Estadual (CICCE).
Como parte do planejamento para este período, a Polícia Civil tem realizado ações educativas que visam conscientizar os menores e a sociedade em geral sobre como identificar sinais de abuso e maus-tratos e orientá-los sobre formas de denúncia. Nesta quarta-feira, 7, o delegado Anderson Casé, diretor do Sistema Integrado de Operações (SIOP) , acompanhado do agente Renato Arantes e do escrivão Rodrigo Barbosa, estiveram em São Félix falando às crianças na Escola Municipal Cantinho do Céu e no Centro de Convenções da cidade.
“Muitas pessoas não têm consciência do que configura a violência contra a criança e adolescente, que vai além do abuso físico, incluindo o psicológico, a negligência e a exploração sexual. As palestras trazem informação e ajudam a desmistificar temas delicados. Assim, conseguimos aproximar a Polícia Civil da comunidade o que contribui para a prevenção de novos casos e para a promoção de uma rede de apoio segura e acolhedora”, afirmou o delegado
A Operação Hagnos acontece de forma integrada e, no Tocantins, reúne a SSP/TO, Polícia Civil, a Polícia Militar, Polícia Penal, Corpo de Bombeiros, Guarda Metropolitana, Polícia Rodoviária Federal e Conselho Tutelar.
Novo projeto da Mosaic será implementado no município de Palmeirante e deve gerar 162 empregos diretos, fortalecer o agronegócio e aumentar a produção de soja no estado
Por Guilherme Lima
O Governo do Tocantins formalizou, nesta quarta-feira, 6, o contrato de concessão de incentivos fiscais para a multinacional Mosaic, que implementará uma unidade de produção de fertilizantes no município de Palmeirante. A parceria, firmada por meio da Secretaria de Estado da Indústria, Comércio e Serviços (Sics), projeta um investimento de R$ 400 milhões e a geração de 162 novos empregos diretos na região. O contrato representa um passo significativo para o desenvolvimento do setor agrícola e a unidade ficará localizada no Terminal Integrado de Palmeirante (TIPA), ligado à Ferrovia Norte-Sul.
Equipe do Governo do Tocantins acompanha a apresentação da nova unidade da Mosaic
Ao representar o governador do Tocantins, Wanderlei Barbosa, o secretário-chefe da Casa Civil, Deocleciano Gomes, demonstrou otimismo com mais um investimento, destacando os avanços que o estado tem experimentado, em especial nas áreas de logística, recuperação de estradas e incentivo à instalação de empresas. “Isso é reflexo direto dos investimentos que o governador Wanderlei Barbosa tem promovido. O Governo do Tocantins tem se destacado na área logística e, além disso, o governador tem uma grande preocupação com a geração de empregos. Toda sua equipe está sempre atenta e otimista, trabalhando para atrair mais investimentos para o estado”, ressaltou.
Investimentos
Com esse novo investimento, o Tocantins projeta aumentar sua produção anual de soja em 31%, passando de 5,477 milhões de toneladas para 7,174 milhões de toneladas. No primeiro ano de operação, previsto para 2025, a unidade da Mosaic deverá produzir 500 mil toneladas de fertilizantes, com capacidade para alcançar a marca de 1 milhão de toneladas anuais até 2028. O Tocantins, atualmente, é o maior produtor de soja da Região Norte do Brasil.
O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima, destacou o papel estratégico do investimento para fortalecer o agronegócio tocantinense
O secretário de Estado da Indústria, Comércio e Serviços, Carlos Humberto Lima, enfatizou o importante avanço na gestão do governador Wanderlei Barbosa, salientando o trabalho conjunto da pasta com a Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan), e a Secretaria de Estado da Fazenda (Sefaz), na criação de um ambiente de negócios mais atrativo para o Tocantins. “Após mais de dois anos de negociações, conseguimos um grande investimento da Mosaic, maior player mundial em fosfato e potássio, o que trará benefícios diretos para o agronegócio do nosso estado. Esse investimento reduzirá custos para os produtores, o que permitirá aumentar a produção e fortalecer ainda mais a cadeia do agronegócio tocantinense”, explicou o secretário.
Mosaic
O projeto da Mosaic, uma das maiores empresas no segmento de produção e comercialização de fosfato e potássio combinados, fortalece a logística e distribuição de insumos, em linha com o Plano Nacional de Fertilizantes, e reforça o potencial da região do Matopiba, que responde por aproximadamente 10% da produção nacional de grãos. A operação também beneficiará o Vale do Araguaia e o norte de Goiás, regiões estratégicas para o crescimento agrícola do país.
O representante da Mosaic, Eduardo Monteiro, enfatizou a importância da nova unidade no Tocantins para ampliar o acesso às tecnologias sustentáveis no agronegócio
A unidade será integrada com a ferrovia, o que permite uma logística eficiente e segura para o abastecimento, com capacidade de armazenagem de mais de 100 mil toneladas e uma conexão direta da ferrovia ao armazém. “Estamos fazendo um importante investimento no Tocantins, que é uma das regiões de maior crescimento do mercado de fertilizantes no Brasil. Com essa planta moderna, queremos fortalecer nossa presença na principal fronteira agrícola do país, oferecendo aos produtores acesso às melhores tecnologias que aumentam a produtividade e promovem a sustentabilidade”, destacou o representante da Mosaic, Eduardo Monteiro.
O início da operação está previsto para 2025 e irá fortalecer a produtividade e sustentabilidade da região, além de gerar empregos, apoiar as comunidades locais e promover inclusão e diversidade. A previsão é de que, entre 2025 e 2032, o volume total de entregas de fertilizantes da unidade atinja 9,3 milhões de toneladas, contribuindo significativamente para a autossuficiência nacional de insumos agrícolas e reforçando o papel do Tocantins como polo de inovação e produção no setor.
Anúncio depende de reunião de Lula com Lira e Pacheco
POR WELLTON MÁXIMO
O pacote de medidas de corte de gastos obrigatórios será anunciado após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva explicar as propostas aos presidentes da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, e do Senado, Rodrigo Pacheco. Caso as conversas ocorram até o início da tarde desta quinta-feira (7), as ações podem ser anunciadas no mesmo dia, disse agora à noite o ministro da Fazenda Fernando Haddad.
Segundo o ministro, faltam apenas dois detalhes jurídicos para fechar o pacote, antes de o presidente Lula tomar a decisão definitiva sobre as medidas. O encontro final, que ocorreria nesta quarta (6) à tarde, foi adiado para esta quinta, às 9h30, porque uma reunião para discutir ações de combate às mudanças climáticas atrasou e durou até o fim da tarde.
“Eu creio que a reunião de amanhã é uma reunião que pelo nível de decisão que vai ter que ser tomada por ele [presidente Lula], são coisas realmente muito singelas para decidir”, disse o ministro. Haddad ressaltou que a equipe econômica e o presidente Lula reuniram-se com todos os ministérios envolvidos nas medidas: Previdência, Desenvolvimento Social, Trabalho e Emprego, Saúde e Educação.
Sem adiantar medidas, Haddad afirmou que o pacote será composto por uma proposta de emenda à Constituição e um projeto de lei complementar. O ministro admitiu que alguns pontos foram retirados porque gerariam economia pequena sobre o Orçamento. “Não adianta levantar uma proposta com uma bandeira polêmica que tenha baixo impacto fiscal”, declarou ao sair do Ministério da Fazenda.
Haddad não comentou a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que elevou a Taxa Selic (juros básicos da economia) em 0,5 ponto percentual, para 11,25% ao ano. O ministro afirmou não ter tido tempo de ler o comunicado emitido após a reunião e disse que esperará a ata, que só sairá na próxima terça-feira (12), para opinar sobre a decisão do Banco Central.
Decisão do Comitê de Política Monetária atende às expectativas do mercado, que projetam Selic encerrando 2024 em 11,75%
Por Gabriel Sponton
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil voltou a elevar a taxa Selic nesta quarta-feira (6), desta vez em 0,5 ponto percentual, chegando em 11,25% ao ano.
O aumento consecutivo da taxa básica de juros básica da economia brasileira, que já era previsto pelo mercado financeiro, é o primeiro desde 2022. Segundo o boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira (4), além do aumento de 0,5 ponto percentual, também é projetado que o país encerre 2024 com a taxa Selic em 11,75%.
A elevação nos juros acontece em meio a uma escalada do dólar. Nesta quarta-feira (6), a moeda estrangeira chegou a ser negociada a R$ 5,86, por volta das 9h da manhã. Também nesta quarta, o republicano Donald Trump foi eleito presidente dos Estados Unidos, outro fator de pressão para a moeda, devido às promessas de medidas protecionistas durante a campanha, freando as importações e diminuindo a entrada de divisas no Brasil.
A decisão do Copom também é ancorada em na pressão do mercado de trabalho brasileiro, assim como na última alta, em setembro, segundo o texto que acompanha a decisão do comitê. Confira o texto na íntegra:
O ambiente externo permanece desafiador, em função, principalmente, da conjuntura econômica incerta nos Estados Unidos, o que suscita maiores dúvidas sobre os ritmos da desaceleração, da desinflação e, consequentemente, sobre a postura do Fed. Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo, também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes.
Em relação ao cenário doméstico, o conjunto dos indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo. A inflação cheia e as medidas subjacentes se situaram acima da meta para a inflação nas divulgações mais recentes.
As expectativas de inflação para 2024 e 2025 apuradas pela pesquisa Focus encontram-se em torno de 4,6% e 4,0%, respectivamente. A projeção de inflação do Copom para o segundo trimestre de 2026, atual horizonte relevante de política monetária, situa-se em 3,6% no cenário de referência (Tabela 1).
O Comitê avalia que há uma assimetria altista em seu balanço de riscos para os cenários prospectivos para a inflação. Entre os riscos de alta para o cenário inflacionário e as expectativas de inflação, destacam-se (i) uma desancoragem das expectativas de inflação por período mais prolongado; (ii) uma maior resiliência na inflação de serviços do que a projetada em função de um hiato do produto mais apertado; e (iii) uma conjunção de políticas econômicas externa e interna que tenham impacto inflacionário, por exemplo, por meio de uma taxa de câmbio persistentemente mais depreciada. Entre os riscos de baixa, ressaltam-se (i) uma desaceleração da atividade econômica global mais acentuada do que a projetada; e (ii) os impactos do aperto monetário sobre a desinflação global se mostrarem mais fortes do que o esperado.
O Comitê tem acompanhado com atenção como os desenvolvimentos recentes da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. A percepção dos agentes econômicos sobre o cenário fiscal tem afetado, de forma relevante, os preços de ativos e as expectativas dos agentes, especialmente o prêmio de risco e a taxa de câmbio. O Comitê reafirma que uma política fiscal crível e comprometida com a sustentabilidade da dívida, com a apresentação e execução de medidas estruturais para o orçamento fiscal, contribuirá para a ancoragem das expectativas de inflação e para a redução dos prêmios de risco dos ativos financeiros, consequentemente impactando a política monetária.
O cenário segue marcado por resiliência na atividade, pressões no mercado de trabalho, hiato do produto positivo, elevação das projeções de inflação e expectativas desancoradas, o que demanda uma política monetária mais contracionista. Considerando a evolução do processo de desinflação, os cenários avaliados, o balanço de riscos e o amplo conjunto de informações disponíveis, o Copom decidiu, por unanimidade, elevar a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual, para 11,25% a.a., e entende que essa decisão é compatível com a estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego.
O ritmo de ajustes futuros na taxa de juros e a magnitude total do ciclo de aperto monetário serão ditados pelo firme compromisso de convergência da inflação à meta e dependerão da evolução da dinâmica da inflação, em especial dos componentes mais sensíveis à atividade econômica e à política monetária, das projeções de inflação, das expectativas de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos.
Votaram por essa decisão os seguintes membros do Comitê: Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente), Ailton de Aquino Santos, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Gabriel Muricca Galípolo, Otávio Ribeiro Damaso, Paulo Picchetti, Renato Dias de Brito Gomes e Rodrigo Alves Teixeira.
Segundo analistas, políticas propostas pelo republicano podem provocar efeito na valorização do dólar, na pressão inflacionária e na alta dos juros
Por Ana Vinhas
A vitória de Donald Trump, que conquistou o segundo mandato de presidente dos Estados Unidos nesta terça-feira (6), deve trazer mais desafios para a economia brasileira. Segundo analistas, as políticas propostas pelo republicano podem provocar um efeito na valorização do dólar, na pressão inflacionária e na alta dos juros.
“A vitória contundente de Donald Trump, acompanhada pelo fortalecimento significativo dos republicanos, reforça a percepção de um cenário marcado por políticas mais protecionistas e uma tendência de aumento da pressão inflacionária, o que pode resultar na elevação das taxas de juros nos Estados Unidos”, afirma Gesner Oliveira, sócio da GO Associados e professor da FGV.
Segundo ele, a expectativa é de que isso leve a um fortalecimento do dólar e, por consequência, a uma desvalorização das moedas de países emergentes, incluindo o real.
No Brasil, explica, essa conjuntura externa projeta uma pressão sobre a moeda local, elevando as expectativas de desvalorização do real e, por tabela, aumentando a pressão inflacionária. “Esse contexto reforça a necessidade de uma política fiscal mais rigorosa e cuidadosa com o equilíbrio das contas públicas, para controlar a inflação e evitar aumentos significativos nas taxas de juros”, acrescenta.
A moeda norte-americana registrou recuo de 1,82% em novembro, mas, no ano, acumula ganhos de 16,95%. Nesta semana, a expectativa do mercado é que o governo federal anuncie pacote de corte de gastos, para manter as contas públicas dentro do arcabouço fiscal.
No mesmo dia da vitória de Trump, o Copom (Comitê de Política Monetária), do Banco Central, anunciou aumento de 0,5 ponto percentual da taxa básica de juros, a Selic, que passou de 10,75% para 11,25%. Os juros altos combatem a alta dos preços, mas dificultam o crédito, afetando a atividade econômica.
Investimentos
Para o professor Diogo Carneiro, da Fipecafi (Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras), o desfecho da eleição norte-americana pode trazer diversas consequências para o Brasil, sendo algumas delas mais diretas e imediatas e outras mais indiretas e com desdobramentos de longo prazo.
O possível aumento na taxa de juros norte-americana também seria ruim para o Brasil, enquanto atrairia divisas internacionais para títulos do governo americano, contribuindo para minguar investimentos em outras partes do mundo, sobretudo mercados emergentes como o Brasil.
“Ou seja: do ponto de vista do investidor, é melhor deixar o dinheiro ‘emprestado’ para o governo norte-americano a uma taxa de juros alta do que investir no Brasil, que é considerado muito mais arriscado. Isso deve prejudicar investimentos no Brasil e tornar o dólar mais caro”, explica Carneiro.
Ele destaca ainda que a imposição de tarifas “lineares” de importação afetará as vendas do Brasil para os EUA, e isso deve ser particularmente ruim para as commodities (e os EUA são um importante mercado para o Brasil).
“Ainda que não haja expectativa de que um governo Trump adote medidas diretas contra o Brasil, as possíveis medidas adotadas devem prejudicar o país indiretamente. Isso deve ocorrer por meio de restrições nas importações norte-americanas, de efeitos na taxa de câmbio e também pelo arrefecimento do mercado internacional global, além do enfraquecimento de relações multilaterais”, acrescenta.
Pressão inflacionária
O entendimento de que vitória de Trump tende a fortalecer o dólar no longo prazo também é defendido por Fernando Moulin, partner da Sponsorb, professor e especialista em negócios e transformação digital.
“O câmbio deve aumentar, o que traz mais pressão inflacionária e também, por outro lado, faz com que o governo, economicamente, tenha que trabalhar mais forte seus fundamentos para poder evitar que o dinheiro, que vai para os mercados emergentes, fuja dos capitais, isso é importante para fechar as contas públicas”, afirma Moulin.
Ele diz que é possível imaginar, em termos de balanço de comércio exterior, não haver tanta mudança, uma vez que os Estados Unidos, historicamente, a despeito de republicanos ou democratas, tendem a ter uma agenda econômica ou comercial muito pragmática. Nesse sentido, o Brasil é um grande parceiro comercial de alguns produtos, sobretudo do agronegócio, avalia o analista.
“Vemos uma valorização do dólar contra moedas dos países emergentes, a valorização do bitcoin e das criptomoedas porque foram defendidas publicamente por Trump. Portanto, é um cenário com muito espaço para desdobramentos”, acrescenta.