Presidente norte-americano justificou tarifaço afirmando que "pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada"

 

 

Por Paulo Sabbadin

 

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que está disposto a dialogar com o presidente Lula. "Ele pode falar comigo quando quiser", disse o norte-americano em entrevista coletiva nesta sexta-feira (1°).

 

Sobre os motivos que levaram ao tarifaço sobre produtos brasileiros, Trump afirmou que "as pessoas que estão comandando o Brasil fizeram a coisa errada".

 

 

O presidente norte-americano ainda deixou em aberto a possibilidade de reverter sua decisão: "vamos ver o que acontece, mas eu amo o povo do Brasil".

 

O governo brasileiro recebeu as declarações com surpresa. A avaliação inicial é de que houve uma abertura inicial por parte de Trump.

 

Lula aberto ao diálogo

Em entrevistas recentes, o presidente Lula ressaltou a tradição do Brasil de ser um bom negociador "com o mundo inteiro", mas "sobretudo com quem quer conversar".

 

"Eu espero que o presidente dos Estados Unidos reflita a importância do Brasil e resolva fazer o que aquilo no mundo civilizado a gente faz. Tem divergência? Tem. Coloca a divergência de lado e vamos tentar resolver, e não de forma abrupta, individual, decidir que vai taxar o Brasil em 50%", disse Lula.

 

 

Posted On Sábado, 02 Agosto 2025 05:10 Escrito por

Com Estadão 

 

 

O ex-presidente colombiano Álvaro Uribe foi condenado nesta sexta-feira, 1.º, a uma pena de 12 anos de prisão domiciliar por suborno e fraude processual. A decisão torna Uribe o primeiro ex-presidente da história da Colômbia a ser condenado e privado de liberdade.

O ex-chefe de Estado, de 73 anos, também está inabilitado de exercer cargos públicos por mais de oito anos, segundo a decisão judicial. Uribe é líder do partido conservador Centro Democrático, de direita, e governou a Colômbia entre 2002 e 2010.

 

No dia 28, ele foi considerado culpado de obstruir a justiça e subornar testemunhas para evitar que fosse vinculado a paramilitares, grupos criminosos que fazem parte do conflito armado do país, nascidos no combate a guerrilhas.

Além do processo em que foi condenado, Uribe também é alvo de outras investigações que o relacionam com os paramilitares, responsáveis por numerosos crimes contra civis na Colômbia. Os grupos são conhecidos por serem de ultradireita.

 

Horas antes de saber a pena, o colombiano assegurou na rede social X (antigo Twitter) que está com a família e “fundamentalmente na oração”.

A defesa de Uribe anunciou que apelará da decisão em um julgamento que consideram politizado e sob pressão dos setores esquerda no poder.

Após a apelação, o caso passará ao Tribunal Superior de Bogotá, que tem até 16 de outubro para ratificar a condenação ou revogá-la e absolvê-lo. Se exceder a data, o processo será arquivado.

 

“E tem que pensar muito mais na solução do que no problema. Por isso estou na preparação da argumentação para sustentar a apelação da minha defesa material”, escreveu o ex-presidente.

 

Demanda contra Petro

Em lados políticos opostos, Uribe e o atual presidente Gustavo Petro frequentemente entram em confronto em torno das investigações acerca do ex-presidente.

Nesta sexta, os advogados de Uribe apresentaram denúncia de assédio e calúnia contra Petro em uma comissão da Câmara baixa do Parlamento colombiano, que tem poder para investigar presidentes.

 

Os advogados afirmam que Petro fez acusações infundadas contra Uribe esta semana, atribuindo-lhe relação com o narcotráfico.

 

Entenda

O processo em que Uribe foi condenado decorre de uma ação iniciada pelo ex-presidente em 2012 na Suprema Corte de Justiça, contra o senador de esquerda Iván Cepeda. Uribe afirmou que paramilitares presos diziam ter laços com Cepeda.

 

Em 2018, a corte inverteu o alvo e começou a investigar o ex-presidente por manipular testemunhas para prejudicar Cepeda.

 

Dois anos depois, Uribe, então senador, renunciou ao Congresso em uma manobra que o fez perder o foro privilegiado, o que fez o caso parar na justiça comum.

 

O julgamento começou em 2024. A juíza determinou que Uribe estava por trás de uma estratégia para que as testemunhas mudassem suas versões sob pressão.

 

Impacto nas eleições de 2026

A condenação tem um impacto na eleição presidencial de 2026 na Colômbia, na qual o Centro Democrático busca recuperar o poder.

 

Segundo o professor de ciência política na Universidade do Rosário, Yann Basset, a direita mais radical e partidária de Uribe deve se mobilizar para defender a imagem do ex-presidente. “Faz com que haja uma espécie de reflexo legitimista de defender o legado de Uribe”, afirmou.

 

Para a esquerda, é a oportunidade de “tornar um pouco mais visível Iván Cepeda” diante da falta de um sucessor claro para Petro, acrescentou o professor.

 

Cepeda, de 62 anos, disse na semana ao canal do YouTube do jornalista Daniel Coronell que sempre foi “relutante” a ser candidato presidencial, mas os últimos acontecimentos o “obrigam a pensar nisso”.

 

Uribe assegurou que seu julgamento foi uma vingança da esquerda e das FARC, a guerrilha que combateu antes de sua desmobilização em 2017. /AFP

 

 

Posted On Sábado, 02 Agosto 2025 05:07 Escrito por

Por Fellipe Gualberto

 

 

A maior parte dos brasileiros é contra uma anistia para os condenados por tentativa de golpe de Estado, incluindo os participantes dos atos de 8 de Janeiro. Segundo pesquisa Datafolha publicada nesta sexta-feira, 1º, 55% dos entrevistados se posicionaram contrários a um possível perdão e apenas 35% apoiaram a medida. Os que não sabem opinar são 8% e os indiferentes 3%.

Apesar de a maioria rejeitar a anistia, o estudo identificou que 47% dos brasileiros apoiam a cassação do visto americano de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). Os que reprovaram a medida são 42%, enquanto outros 10% não souberam opinar e 1% não concordou nem discordou.

Tanto a anistia dos condenados na trama golpista quanto a cassação dos vistos de magistrados fazem parte dos crescentes atritos que ocorrem entre o governo dos Estados Unidos e o Brasil.

 

Autoexilado nos EUA, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) tem trabalhado pelas sanções a autoridades nacionais — como a cassação dos vistos — em busca da anistia para os condenados pela tentativa de golpe de Estado, dentre eles, seu pai, Jair Bolsonaro (PL).

EM meio aos debates, os EUA anunciaram a taxação de 50% dos produtos brasileiros vendidos nos Estados Unidos, a revogação do visto de oito ministros do STF, incluindo Moraes, e, recentemente, na aplicação da Lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes.

 

Apesar do temor gerado pelo tarifaço, compartilhado inclusive por políticos de direita, o apoio a uma anistia “ampla, geral e irrestrita”, defendida por Eduardo, tem crescido ligeiramente, segundo o Datafolha.

O instituto aponta que em março do ano passado, 63% eram contrários ao perdão e 31% favoráveis, enquanto outros 4% não sabiam opinar e 2% eram indiferentes. Após as sanções, os apoiadores chegaram a 35%, como consta na pesquisa divulgada nesta sexta.

 

O estudo da Datafolha ouviu 2.004 pessoas entre os dias 29 e 30 de julho. A margem de erro é de dois pontos percentuais.

 

 

Posted On Sábado, 02 Agosto 2025 05:05 Escrito por

Plataformas de hospedagem passaram a registrar valores inéditos para hospedagens em Belém durante a conferência

 

 

Por Victoria Lacerda

 

 

Faltando 100 dias para a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada entre 10 e 21 de novembro em Belém (PA), a capital paraense encara intenso esforço para garantir estrutura digna a quase 50 mil participantes.

 

Primeira vez que o Brasil sedia essa conferência ambiental e primeira vez realizada no coração da Amazônia, o desafio vai muito além de debates climáticos — reservar hospedagem tornou-se tarefa quase impossível.

Plataformas de locação passaram a registrar valores inéditos. Alguns anúncios por imóveis de luxo superam R$?2 milhões por pacote de 11 noites.

 

Em uma busca recente, imóvel com dois quartos e capacidade máxima de 16 pessoas foi ofertado por R$?2,2 milhões, com diária superior a R$?200 mil. A maior parte das ofertas gira entre R$?20 mil e mais de R$?500 mil por período equivalente, elevando críticas diplomáticas e logísticas.

Diversos países chegaram a solicitar oficialmente mudança da sede da conferência, alegando preços abusivos em hotéis e acomodações listadas por até 15 vezes acima do valor normal.

 

Essa situação assume caráter grave por envolver delegações do Sul Global, sociedade civil, povos indígenas e jovens ativistas. Sem opções acessíveis, existe risco claro de exclusão — em contradição com os princípios de representatividade do evento.

 

 

Ações do governo

Em nota recente, a Secretaria Extraordinária da COP30 reforçou diálogo permanente com a ONU, descartou plano alternativo de local e garantiu que todas as decisões centrais ocorrerão em Belém.

 

Segundo o secretário André Corrêa do Lago, “a COP será em Belém, inclusive o encontro de chefes de Estado; não há plano B.”

Nova reunião virtual programada para 11 de agosto juntará representantes da Convenção do Clima da ONU, governo federal e autoridades do Pará. Temas como hospedagem, transporte, segurança e alimentação estarão na pauta.

 

Plano de hospedagem prioriza delegações oficiais, com reservas para países listados como LDCs (Países Menos Desenvolvidos) e PEIDs (Pequenos Estados Ilhas), com diárias entre US$?100 e US$?200 por até 15 quartos individuais por delegação; demais países terão acesso a até 10 quartos por delegação, com tarifas entre US$?220 e US$?600.

 

O governo segue em negociações com redes hoteleiras e plataformas para estender essa oferta.

 

 

Outras iniciativas

Desde o fim de 2023, autoridades estaduais e federais firmaram memorando com plataforma Booking.com e promoveram workshops para regular cadastro de acomodações com tarifas condizentes.

 

Proposta de Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) também foi apresentada em abril, com objetivo de convencer hotéis a praticarem preços compatíveis — mas adesão permanece voluntária.

 

Para aumentar respostas à demanda, governo bloqueou mais de 30 mil leitos em hotéis, pousadas e imóveis temporários, priorizando delegações de países em desenvolvimento.

 

A União contratou três navios cruzeiro que funcionarão como hotéis flutuantes no porto, oferecendo cerca de 6 mil leitos com tarifas entre US$?100 e US$?220 por noite (R$?550 a R$?1.200). Essas cifras permanecem elevadas, porém mais próximas do razoável.

 

Atualmente, Belém reúne aproximadamente 36 mil leitos disponíveis. Considerado insuficiente para a demanda total, governo do Pará planeja uso emergencial de escolas públicas, motéis e barcos de turismo fluvial.

 

Mais de R$?4,5 bilhões já foram aplicados em infraestrutura — reformas em aeroporto, drenagem urbana, mobilidade e revitalização de edifícios públicos — com entrega prometida até setembro.

 

 

Posted On Sábado, 02 Agosto 2025 05:02 Escrito por

Prefeito Eduardo Siqueira Campos participou nesta sexta-feira, 1º de agosto, de missa e homenagem aos 97 anos de nascimento de seu pai, o ex-governador que liderou criação do Tocantins

 

 

Por João Lino Cavalcante

 

 

O prefeito de Palmas e filho do homenageado, Eduardo Siqueira Campos, participou do ato ao lado da esposa e primeira-dama, Polyanna Siqueira Campos, do filho Gael e de outros familiares. Ao longo da manhã, ele recebeu o carinho de amigos, admiradores e figuras históricas do Tocantins, como o primeiro vice-governador do Estado, Darci Coelho, o atual vice-governador, Laurez Moreira, o secretário de Cultura do Estado, Tião Pinheiro, além do conselheiro do Tribunal de Contas, Wagner Praxedes, idealizador do evento.

 

 

A programação foi iniciada com a missa celebrada pelo Frei Felisberto, seguida por apresentações musicais, declamações de poesia e depoimentos comoventes sobre o legado de Siqueira Campos. Entre os momentos de maior emoção, destacou-se o anúncio feito por Wagner Praxedes: a construção do Memorial Siqueira Campos aos pés do Cristo, ponto mais alto do Morro do Chapéu, na Serra do Lajeado — iniciativa que foi recebida com entusiasmo pelos presentes.

 

Em seu discurso, o prefeito Eduardo Siqueira falou como filho, mas também como testemunha da trajetória de seu pai. “O dia 1º de agosto é uma data para celebrar a vida. A vida do meu pai foi extraordinária, tudo nele era planejado, visionário. Sete meses após a proclamação da Constituinte, ele já lançava a pedra fundamental de Palmas. Era uma mente que via longe.”

 

Eduardo também compartilhou lembranças íntimas que reforçam a dimensão do estadista que foi Siqueira Campos. “Ainda no final da Constituinte, sobrevoando o Tocantins, ele pediu ao piloto para desviar o voo e mostrar o rio. Disse: ‘Aqui é o centro. Aqui é o lugar’. Mas pediu que nunca disséssemos isso, porque o Estado não podia nascer dividido. Palmas acabou se tornando uma unanimidade.”

 

 

Com o centenário de Siqueira Campos se aproximando (em 2028), Eduardo reforçou que a cidade e o Estado já se preparam para homenagens à altura de seu fundador. “Espero que até lá os sonhos dele estejam concluídos, como o próprio Cristo e o Memorial. No dia da morte do meu filho, ele pediu para ser enterrado ao lado do neto. Eu disse: você manda na sua vida, mas não na sua morte. É preciso que, daqui a 300 anos, um tocantinense possa visitar aquele lugar e entender quem foi Siqueira Campos.”

 

A cerimônia, repleta de símbolos e afeto, reforça não apenas a memória de um dos maiores líderes do Estado, mas também dá início à caminhada para o centenário daquele que, como definiu Eduardo, foi a “cereja do bolo” da criação do Tocantins.

 

Siqueira Campos

 

José Wilson Siqueira Campos nasceu em Crato, no Ceará, em 1º de agosto de 1928, e desde cedo enfrentou duras adversidades, como a perda da mãe na infância e uma trajetória de trabalho por diferentes regiões do Brasil até se fixar em Colinas, no então Norte de Goiás. Deputado federal por cinco mandatos entre 1971 e 1988, foi uma das principais lideranças do movimento que lutava pela criação do Tocantins, chegando a realizar uma greve de fome de 98 horas durante a Constituinte para dar visibilidade à causa. Seu esforço culminou na aprovação da Emenda Siqueira Campos, que oficializou a criação do estado em 1988. Foi o primeiro governador do Tocantins, exercendo quatro mandatos ao longo de mais de duas décadas, período em que deixou um legado marcante na história e na estrutura do novo estado. Faleceu em 4 de julho de 2023, aos 94 anos, em Palmas, onde recebeu amplas homenagens como líder visionário e símbolo da luta pelo Tocantins.

 

 

 

 

Posted On Sábado, 02 Agosto 2025 04:40 Escrito por
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