Movimento reflete preocupações com medidas do governo para compensar perda de arrecadação e com ameaças de Trump à China
Por Felipe Moreira
O dólar opera em alta ante o real, na contramão do exterior, com os agentes reagindo mal ao noticiário que trata do Orçamento do governo para 2026, em meio aos temores de que despesas sejam previstas sem a devida cobertura das receitas.
Qual a cotação do dólar hoje?
Às 12h43, o dólar à vista subia 2,05%, aos R$ 5,485 na venda. Na B3, o dólar para novembro — atualmente o mais líquido no Brasil — avançava 1,54%, aos R$ 5,489.
Dólar comercial
Compra: R$ 5,484
Venda: R$ 5,485
Dólar Turismo
Venda: R$ 5,418
Compra: R$ 5,598
O que aconteceu com dólar hoje?
A forte alta do dólar reflete preocupações com o cenário fiscal brasileiro e maior aversão ao risco após Donald Trump ameaçar elevar tarifas sobre produtos chineses, segundo Felipe Garcia, chefe da mesa de operações do C6 Bank.
Na mesma linha, Marianna Costa, economista da Corretora Mirae Asset, destacou que o desempenho da moeda norte-americana, reflete as incertezas sobre o cenário fiscal no Brasil. “Com a derrubada da MP 1303, há o entendimento que será necessário ao Governo buscar medidas alternativas para compensar a perda de arrecadação anteriormente prevista”, comenta.
Segundo Costa, entre as possibilidades está a elevação da alíquota do IOF, que poderia impactar operações de câmbio e crédito, especialmente após o STF confirmar que o governo pode aumentá-lo sem aprovação do Congresso.
No exterior, o dólar registrava perdas ante a maior parte das demais divisas, incluindo o iene e o euro, moedas que nos últimos dias foram pressionadas pelas turbulências políticas no Japão e na França.
Reportagem do jornal O Estado de S. Paulo indicou que o pacote de medidas para 2026 poderia somar R$ 100 bilhões, sem que as receitas estejam garantidas. Na conta há medidas como a ampliação da isenção do Imposto de Renda, a distribuição de gás de cozinha, a isenção nas contas de energia para uma parcela das famílias e o pagamento de bolsas para estudantes — todos os programas já anunciados anteriormente pelo governo.
Ainda que não haja novas medidas, os agentes demonstraram preocupação nesta manhã de sexta-feira que o ano de 2026 seja, de fato, marcado por ações para mudanças na reeleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, com impacto negativo para as contas públicas.
No Brasil, o governo anunciou nesta sexta-feira mudanças nas regras do crédito imobiliário, prevendo o fim gradual do direcionamento obrigatório dos depósitos nas cadernetas de poupança a essa modalidade de financiamento e também o fim dos depósitos compulsórios no Banco Central de parcela dessas aplicações.
O novo modelo deverá ter plena vigência a partir de janeiro de 2027, após um período de transição, segundo nota do Palácio do Planalto.
Atualmente, 65% dos depósitos da poupança precisam ser direcionados ao crédito imobiliário e outros 20% são obrigatoriamente recolhidos no BC. Durante a transição, o volume dos compulsórios será reduzido para 15%.
Em outra iniciativa, o governo anunciou a elevação do valor máximo do imóvel financiado pelo Sistema Financeiro de Habitação para R$2,25 milhões, de R$1,5 milhão em vigor atualmente.
Presidente da Caixa, Carlos Vieira, afirmou que ações dessa natureza, e de forma conjunta, estimularão o segmento de construção civil
Da CNN Brasil
O presidente da Caixa Econômica Federal, Carlos Vieira, anunciou nesta sexta-feira (10) que a instituição voltou a financiar cota de 80% no SBPE (Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo). Com a declaração, foi ovacionado durante a cerimônia de apresentação do novo crédito imobiliário, em São Paulo.
Ele também frisou que a Câmara dos Deputados - não por uma ação dela, mas por uma ação do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e com apoio do Banco Central - elevou para R$ 2,25 milhões o teto de financiamento do Sistema Financeiro de Habitação (SFH).
Vieira afirmou que ações dessa natureza, e de forma conjunta, estimularão o segmento de construção civil, que já acredita no governo e nas ações de bancos públicos e privados, a fazer seu papel no país.
O governo lançou nesta sexta um pacote para o mercado imobiliário: uma política que abre espaço para o financiamento de moradias para a classe média e um programa voltado a reformas e melhorias habitacionais.
O anúncio ocorre a um ano das eleições de 2026, quando o presidente deve concorrer às eleições. Esta é mais uma ação voltada a classe média — lançada pouco tempo após governo federal criar o "Faixa 4" do Minha Casa, Minha Vida, que oferece condições melhores de financiamento para quem ganha entre R$ 8 mil e R$ 12 mil.
Dupla é acusada de integrar o grupo responsável por ações para ‘sustentar a permanência ilegítima’ de Jair Bolsonaro (PL)
Por Priscila Thereso
O ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, determinou a destituição dos advogados que atuam na defesa dos réus Marcelo Câmara e Filipe Martins, do Núcleo 2 da trama golpista ocorrida no governo Jair Bolsonaro. Ambos acusados de pertencer ao chamado "gabinete do ódio".
Segundo a decisão, os advogados Eduardo Kuntz e Jeffrey Chiquini não apresentaram as alegações finais dentro do prazo, que terminou na terça-feira. O ministro ainda afirma que as defesas tiveram comportamento “inusitado” para realizar uma “manobra procrastinatória”.
Os dois advogados ocuparam assessorias durante o governo de Jair de Bolsonaro. Marcelo Câmara trabalhou junto ao ex-presidente e Filipe Martins ocupou o cargo de assessor de assuntos internacionais no Ministério das Relações Exteriores.
Com a decisão, o ministro determinou que a defesa dos réus seja feita pela Defensoria Pública da União.
Em nota à imprensa, Eduardo Kuntz disse que as alegações serão entregues até 23 de outubro, cumprindo o prazo de 15 dias, e que a defesa vai adotar as providências para permanecer nos autos.
Procurado, o advogado Jeffrey Chiquini não se manifestou.
Evento reúne sociedade civil e poder público para debater políticas de fortalecimento do Sistema Nacional de Direitos Humanos
Por Danilo Rodrigues
O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado da Cidadania e Justiça (Seciju), realizou nessa quarta-feira, 9, a abertura oficial da 9ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos, etapa estadual da conferência nacional, com o tema “Por um Sistema Nacional de Direitos Humanos”. O evento acontece no auditório da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/TO), em Palmas, e segue até esta sexta-feira, 10.
A solenidade contou com a presença de representantes do poder público, da sociedade civil, de instituições parceiras e de movimentos sociais. A conferência tem como principal objetivo debater e propor políticas públicas que fortaleçam a promoção, a proteção e a defesa dos direitos humanos no Tocantins e no país.
Durante a abertura, a secretária de Estado da Cidadania e Justiça, Estelamaris Postal, destacou a importância do diálogo e da participação social como pilares das políticas públicas.
“Sabemos que os desafios são grandes, das desigualdades históricas às novas formas de vulnerabilidade social, mas acreditamos que a resposta está justamente na união de esforços entre o Estado e a sociedade. É por meio de espaços como esta conferência que podemos ouvir as vozes da população, acolher suas demandas e transformar ideias em políticas públicas reais e transformadoras”, afirmou.
Autoridades e representantes da sociedade civil compõem a mesa de honra na abertura da 9ª Conferência Estadual dos Direitos Humanos
O presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos (CEDDH), Romeu Aloísio Feix, ressaltou a importância do processo participativo que antecedeu a etapa estadual, destacando o papel das conferências regionais na escuta ativa da população e na construção coletiva de propostas. “O principal nós já realizamos, que foram as conferências regionais. O mais importante é ir até a população, ouvir suas demandas e trazê-las para este espaço em forma de propostas concretas”, destacou o presidente”, destacou.
A segunda etapa do evento, que acontece nesta sexta-feira, 10, será marcada por mesas redondas temáticas, trabalhos em grupo e plenária final, com a apresentação das propostas e eleição de delegados que representarão o Tocantins na etapa nacional.
Por Júlio Edstron Secundino Santos[1]
O Tocantins não é apenas uma fronteira de recursos, mas o laboratório onde a nova mineração brasileira está sendo escrita. A riqueza em Terras Raras e Agrominerais impõe um caminho inegociável: domínio tecnológico, verticalização e excelência ESG para garantir o desenvolvimento sem onerar o Cerrado.
O Estado tocantinense se projeta como uma nova e decisiva fronteira da mineração sustentável, catalisando minerais de futuro — Terras Raras, cobre e ouro — e consolidando um papel estratégico na produção agromineral. A região do Sul, notadamente em Palmeirópolis, atrai a atenção global por seu potencial em Elementos de Terras Raras (ETR), insumos vitais para a tecnologia de ponta.
Em paralelo, o Tocantins guarda vastos depósitos de fosfato, potássio e calcário, fundamentais para a fertilidade do solo. Fomentar o agromineral é, portanto, uma questão de segurança alimentar nacional, capaz de reduzir a perigosa dependência do Brasil de fertilizantes importados, trazendo a solução para o campo diretamente do subsolo tocantinense.
A sustentabilidade e a proteção ambiental deixaram o campo da retórica e se consolidaram como o principal vetor estratégico da mineração moderna. O sucesso deste novo ciclo no Tocantins exige o domínio tecnológico, a verticalização industrial e, acima de tudo, a blindagem ambiental contra passivos.
A mineração, alicerce histórico da nação, vive um momento de inflexão estrutural. Longe da visão apenas extrativista, o setor é o insumo insubstituível para a transição energética global. Minerais críticos são os pilares materiais da meta Net Zero e da infraestrutura tecnológica.
Neste cenário, a sustentabilidade não é um custo, mas um ativo estratégico. Empresas que investem em excelência ESG (Ambiental, Social e Governança) não apenas avançam para a obtenção de sua Licença Social para Operar (LSO), como também minimizam o risco reputacional e acessam o capital internacional, que hoje opera sob um crivo ambiental implacável.
O rastro de passivos ecológicos deixado por desastres recentes expôs a urgência de reformar um modelo regulatório que, historicamente, externalizou o custo da degradação para a sociedade e o Estado. A preservação ambiental e a garantia da equidade intergeracional dependem da imediata instituição de mecanismos financeiros inexpugnáveis.
Uma solução estrutural é a adoção compulsória da Garantia Financeira de Fechamento de Mina (SuretyBonds). Este instrumento é a última linha de defesa, crucial para a proteção efetiva da natureza e da sociedade, pois vincula o recurso financeiro à recuperação integral da área. Ao internalizar o risco, o país força o cumprimento do Princípio do Poluidor-Pagador e impede o surgimento das "minas órfãs".
O futuro da mineração não se satisfaz com a exportação de matéria-prima bruta. Ela se constrói na verticalização estratégica da cadeia produtiva, transformando o minério em bens de altíssimo valor agregado.
Para isso, o investimento massivo em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) é inegociável, especialmente na aplicação do potencial tocantinense. Para as Terras Raras, o esforço deve ser cirúrgico:
Os desafios impostos ao desenvolvimento tocantinense são: harmonizar a riqueza geológica com a proteção de biomas críticos como o Cerrado. Isso exige a adoção de tecnologias de extração de baixo impacto e um forte investimento em pesquisa para beneficiamento, garantindo que o ciclo mineral contribua diretamente para o desenvolvimento regional sem onerar seu precioso capital natural.
A união inquebrável entre pesquisa, inovação industrial e um arcabouço regulatório moderno é a única via para que o Tocantins entregue a riqueza material de que o mundo precisa, sem comprometer seu tecido social e seu futuro ambiental. O Tocantins está pronto para extrair valor, e não apenas minério.
[1] Diretor Presidente da Mineratins. Advogado, graduado em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos (2008), Mestre em Direito pela Universidade Católica de Brasília (2014). Doutor em Direito pelo UniCEUB (2019), Membro da comissão de ensino jurídico da OAB/MG. Pesquisador do Centro Universitário de Brasília. Ex-assessor Especial no Tribunal de Contas do Estado do Tocantins. Professor do Curso de Direito da Fbr. Membro dos grupos de pesquisa Núcleo de Estudos e Pesquisas Avançadas do Terceiro Setor (NEPATS) da UCB/DF, Políticas Públicas e Juspositivismo, Jusmoralismo e Justiça Política do UNICEUB. Editor Executivo da REPATS. E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..