Por Giordanna Neves

O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou que a queda na popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pode levá-lo a repensar uma eventual candidatura à reeleição. Segundo Temer, Lula perdeu a prática de diálogo com o Congresso Nacional que marcou seus mandatos anteriores.

 

“Eu acho que o presidente Lula não tem feito uma coisa que ele fazia muito nos dois primeiros mandatos. Ele dialogava muito com o Congresso Nacional. Segundo ponto, caiu a popularidade dele, sem dúvida alguma. O que penso fará com que ele medite duas ou três ou dez vezes para ser candidato à Presidência pela quarta vez”, disse. A declaração foi dada ao programa Canal Livre, da Band. A íntegra da entrevista irá ao ar neste domingo, 11, às 20h30.

Temer disse ainda ver possibilidade de que, em 2026, a direita lance uma candidatura única à Presidência. “Eu vejo que, nas conversas que eu tive com alguns governadores, eles estão muito dispostos a uma coisa dessa natureza. Se saírem cinco candidatos deste lado e um único candidato do outro lado, é claro que o candidato do outro lado vai ter uma vantagem extraordinária”, avaliou.

 

As declarações de Temer ocorrem em um momento em que o governo enfrenta desgaste crescente na avaliação popular. No final de abril, levantamento do Paraná Pesquisas mostrou que 57,4% dos brasileiros desaprovam o governo do presidente Lula, a maior taxa desde o início do atual mandato. A aprovação ficou em 39,2%, enquanto 3,4% não souberam opinar ou não responderam. A pesquisa, feita desde agosto de 2023, também revelou o menor índice de aprovação registrado até agora.

 

Os dados confirmam uma tendência já apontada por outras pesquisas. No início de abril, o Datafolha mostrou que, apesar de o governo ter estancado a queda na popularidade após atingir o pior patamar de todos os seus mandatos, a reprovação ainda segue acima da aprovação.

 

Além disso, como mostrou o Estadão, Lula é o presidente que menos promoveu encontros oficiais com parlamentares em suas agendas públicas neste terceiro mandato, atrás de Jair Bolsonaro (PL), do próprio Temer e de Dilma Rousseff (PT), conhecida por sua relação difícil com o Congresso.

 

A articulação de Temer nos bastidores com vistas às eleições de 2026 tem chamado atenção não só entre políticos, mas também nas redes sociais. Como mostrou a Coluna Estadão, o ex-presidente “viralizou” após ser citado em um post do consultor eleitoral Wilson Pedroso como possível candidato ao Planalto.

 

A publicação, feita no Instagram, é uma “brincadeira” do consultor – que repetiu o formato com outros políticos –, mas o post de Temer já acumulou 2,8 milhões de visualizações, 121 mil curtidas e 46 mil compartilhamentos até a noite deste sábado, 10.

 

 

 

 

Posted On Segunda, 12 Mai 2025 11:23 Escrito por

Por Luiz Antonio Alves de Souza

 

 

Em uma passagem de “O Nome da Rosa”, magistral ficção de Umberto Eco, o aprendiz, Adso de Melk, indaga o protagonista, Guilherme de Basckerville, o que este mais temia. Surpreendente resposta: “a pressa”.

 

Paralelamente, o inquisidor, adicionado à legação papal, agia com urgência para impedir a possibilidade de algum consenso entre aquela e a Legação de Frederico da Baviera a respeito do processo de escolha do imperador romano-germânico. Conseguiu gerando fogueiras, nas quais foram queimados hereges.

 

Mais de uma vez já se disse que “a vida imita a arte”. É essa a imitação que se quer evitar quando se pleiteia que o projeto de lei, que modifica substancialmente o vigente Código Civil Brasileiro, promulgado em 2002, seja processado no Parlamento como um projeto de código, possibilitando ampla discussão com a sociedade civil, notadamente por seus setores acadêmicos e profissionais do direito, além, é claro, de ser submetido às várias comissões temáticas ligadas à vastidão das matérias a serem reguladas, ou a terem sua regulação modificada.

 

Entendeu-se necessário gerar propostas de alterações do direito comum, do direito do cidadão frente ao cidadão. Talvez porque, apesar de ter sido promulgado em 2002, o projeto original do Código Civil é bastante anterior, originado da redação de juristas capitaneados por Miguel Reale. Contudo, a redação foi atualizada antes de ser discutida e votada pelo Congresso Nacional. A velocidade das transformações sociais e tecnológicas certamente poderia justificar esta ou aquela modificação, episódica, mas não na quantidade proposta.

 

Experiência estrangeira

Rápida mirada na experiência estrangeira mostra a perplexidade de o Código de 2002, tido como grandemente inspirado no Código Civil Italiano de 1942, não encontrar similitude nas reformas deste. Em que somos mais perspicazes que nossos inspiradores peninsulares, que justifique essa proposta de reforma? Os italianos não produziram qualquer proposta como essa em curso no Senado do Brasil.

 

Aliás, poucos anos passados, no Brasil surgiram duas propostas de adoção de um novo Código Comercial, pois o nosso vetusto Código Comercial, de 1850, foi absorvido pelo Civil, tal qual ocorreu na Itália, em 1942. Até hoje, ou seja, decorridos 83 anos, a doutrina jurídica comercialista, naquele país, segue seu caminho sem propor um novo Código Comercial. Entre nós, felizmente, tais propostas foram rejeitadas (sem embargo de a proposta ora visada altear significativamente a disciplina empresarial contida no Código Civil).

Spacca

A chamada modernização do Código Civil Alemão, que alterou significativamente o direito das obrigações, foi iniciada em 1981, passou por alguns projetos e redações, processo que foi interrompido e retomado, até entrar em vigor em 1º de janeiro de 2002. O Código Civil Alemão (BGB) havia resultado de um processo legislativo que tramitou entre os anos de 1874 e 1896.

 

Reforma requer discussão ampla e democrática

Com essas reflexões não se quer — longe disso — propugnar um longo processo de tramitação do projeto, a exemplo do Código hoje vigente. O pleito é de tempo proporcional a uma discussão ampla, democrática e participativa, que resulte em um consenso possível, suficientemente maduro. Tempo proporcional, o que se pede lembrando que Miguel Reale inseriu, em seu precioso “Lições Preliminares de Direito”, a definição de Dante: “O Direito é uma proporção real e pessoal, de homem para homem, que, conservada, conserva a sociedade; corrompida, corrompe-a”. Não se pode cogitar de alteração legislativa que não seja para conservar a sociedade, razão suficiente para que seja devida e suficientemente debatida.

 

Por óbvio, não se pode confundir a pretensão de que o projeto seja debatido com o desejo de seu arquivamento, proposta feita por opositores da reforma, sem embargo de que é tão legitima quanto a pretensão de que seja adotado. Muito menos ver na adequada tramitação críticas à comissão de redação, no seu conjunto ou a dela integrantes, isoladamente. A comissão certamente não se opõe a debater a proposta que fez.

 

Encerra-se com uma anedota histórica, muito conhecida dos juristas. Napoleão Bonaparte, ao tomar conhecimento de decisões judiciais aplicando preceitos do Code Civil, teria dito: “On detruí mon Code”. Como se sabe, o Código Civil Francês, de 1804, portanto com mais de 200 anos de existência, também é denominado “Code Napoleon”, em referência ao seu propugnador. Sabendo que o imperador francês participou, inclusive, de debates sobre o então projeto, torna-se compreensivo que ele, o que aqui se diz parodiando Erasmo Carlos, “precisasse de um código para chamar de seu”.

 

Na República Federativa do Brasil, não soa exagerado pretender que o Estatuto da Vida Civil seja reformado com a participação de todos os que se interessarem em fazê-lo, e que o Parlamento, ao discuti-lo e votá-lo, tenha tido tempo suficiente para amadurecer a decisão, proporcionalmente às dimensões da proposta.

 

Luiz Antonio Alves de Souza  - é advogado, graduado pela USP, diretor administrativo do Instituto dos Advogados de São Paulo (IASP) e ex-secretário-adjunto da Segurança Pública do Estado de São Paulo (1995-1998).

 

 

 

Posted On Segunda, 12 Mai 2025 11:20 Escrito por

Corte também revisitará o processo sobre a validade de decisões trabalhistas que garantem pausas de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados para funcionários de empresas avícolas

 

 

Com Jovem Pan

 

 

O STF (Supremo Tribunal Federal) enfrenta uma semana agitada, com uma série de temas de grande importância para o cenário nacional em sua pauta. Entre os assuntos que serão discutidos, destaca-se a questão da contribuição sindical, que deixou de ser obrigatória em 2017. O tribunal julgará uma ação que questiona a destinação de 10% dessa contribuição para as centrais sindicais. O partido União Brasil, agora parte da Federação União Progressista, argumenta que os recursos da contribuição sindical têm uma finalidade específica e constitucional, não podendo ser usados para custear atividades fora dos limites das categorias profissionais.

 

Outro tema em destaque é a validade do teto para os valores de serviços funerários no município de São Paulo. O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) contesta duas leis municipais que permitiram à iniciativa privada explorar cemitérios, crematórios e serviços funerários. Segundo a legenda, essas normas violam a Lei Orgânica do Município de São Paulo, que atribui ao poder público municipal a responsabilidade pela administração dos serviços funerários. A decisão do STF sobre este caso poderá ter implicações significativas para a gestão de serviços públicos em outras cidades brasileiras.

 

Além disso, o STF revisitará o processo sobre a validade de decisões trabalhistas que garantem pausas de 10 minutos a cada 90 minutos trabalhados para funcionários de empresas avícolas. A Associação Brasileira de Proteína Animal propôs a ação, alegando que a jurisprudência trabalhista que permite essas pausas compromete o princípio constitucional da livre iniciativa. Segundo a associação, essa prática dificulta a flexibilização e adequação do processo produtivo e da estratégia negocial exigidas atualmente, impactando diretamente a competitividade do setor.

 

*Com informações de André Anelli

 

 

 

Posted On Segunda, 12 Mai 2025 11:18 Escrito por

ABERTURA AGROTINS DIA 15, NA PRAÇA DOS GIRASSÓIS

 

 

O Governo do Tocantins, por meio da Secretaria de Estado do Turismo (Sectur), fará a abertura oficial da Feira de Tecnologia Agropecuária do Tocantins (Agrotins 25 anos) em uma noite de grandes shows na quinta-feira, 15, na Praça dos Girassóis, em Palmas.
As apresentações começam às 20h com os artistas regionais Rafa do Piseiro e Rony Sertão. Bruno e Marrone devem subir ao palco por volta das 23h e logo em seguida a festa é comandada pela banda de forró Limão com Mel.
O evento terá entrada gratuita e a população poderá contribuir com a doação de 1 kg de alimento não perecível para o projeto Agrotins Alimenta Quem Precisa.

 

CAFÉ E BETO

 

 

A organização de toda a Agrotins tem a participação direta de dois competentes auxiliares do governador Wanderlei Barbosa. Os secretários Jaime Café, da Agricultura e Beto Lima, da Indústria, Comércio e Serviços.
Seguindo as orientações de Wanderlei Barbosa, os dois não têm medido esforços para que pela 25ª vez, o Tocantins realize com sucesso a maior feira de Agronegócios da Região Norte do Brasil.
A Agrotins 2025 conta, ainda, com a participação da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt) e da Tocantins Parcerias, em conjunto com empresas do agro, órgãos públicos e instituições de pesquisas e educacionais em sua organização.

 

EDUARDO SIQUEIRA E A HERANÇA MALDITA

 

O prefeit0o de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, em seu discurso na abertura da Agrotins, fez questão de esclarecer que recebeu uma herança maldita de mais de 200 milhões de reais da gestão anterior, de Cinthia Ribeiro, e ressaltou que demitiu “um bocado de fofoqueiros”.
Eduardo foi enfático ao afirmar que essa herança o vem impedindo de realizar e executar vários projetos da sua gestão.
Por outro lado, o prefeito de Palmas ressaltou o excelente relacionamento que vem tendo com o Executivo Estadual, na pessoa do governador Wanderlei Barbosa.

 

CARLOS BRAGA, O ÚNICO

 


Segundo fontes, ex-secretário da Agricultura de Palmas, Carlos Braga, foi o único da gestão de Cinthia Ribeiro a não deixar um centavo sequer a pagar.
Por isso, Carlos Braga não “vestiu a carapuça” de ter feito parte dessa herança maldita encontrada pela gestão de Eduardo Siqueira Campos.

 

FUSÃO PSDB/PODEMOS I

 

 

E, pelo visto, não haverá espaço físico dentro do partido que surgirá com a fusão do PSDB com o Podemos, para abrigar sob o mesmo teto Cinthia Ribeiro (PSDB) e Eduardo Siqueira Campos (Podemos).
Levando-se em conta essa situação da herança maldita e da transição comprometida por Cinthia Ribeiro com as “pressas” em nomeações de diretores de escolas e convocação de professores concursados, além dos atos anulados, corretamente, por Eduardo Siqueira Campos, o “aperto” tende a piorar...

 

FUSÃO PSDB/PODEMOS II

A situação encontrada por Eduardo Siqueira Campos em relação ao transporte público urbano de Palmas, que tem gerado muitas e constantes críticas do atual prefeito em seus pronunciamentos, parece ter sido a gota d’água para eliminar qualquer chance de “perdão”.
Tudo leva a crer que “a porta da frente será serventia da casa” para Cinthia Ribeiro após a fusão....

 

QUAL SERÁ O CAMINHO DE CINTHIA RIBEIRO???? I

 

A fusão, marcada para ser oficializada no início de junho, exigirá, portanto, uma decisão de Cinthia Ribeiro em relação à sua filiação partidária, tendo em vista que ela é a atual presidente nacional do PSDB Mulher e presidente da Comissão Provisória da legenda no Tocantins.
Será improvável que Cinthia escolha permanecer após a fusão e “brigar” por espaço com Eduardo Siqueira Campos, uma briga que já nasce perdida para a ex-prefeita...

 

QUAL SERÁ O CAMINHO DE CINTHIA RIBEIRO???? II

Vale lembrar que Cinthia Ribeiro é uma forte candidata a deputada federal e o novo partido que surgirá da fusão entre PSDB e Podemos já terá Tiago Dimas de volta à Câmara Federal, beneficiado pela mudança do STF em relação às sobras eleitorais.
Como as chances do novo partido se desenham para a eleição de apenas um deputado federal pelo Tocantins, o “espaço físico” tende a diminuir ainda mais para Cinthia Ribeiro, pois Tiago Dimas é o presidente estadual do Podemos....

 

CHEGADA DE ANTONIO CESAR RODRIGUES PÓVOA

 

Evely Póvoa e Dona Neide Rodrigues são só alegria com o nascimento de mais um herdeiro.
Ex-vereador e secretário municipal de Ipueiras, Evely agora, também, é pai de Antônio Rodrigues Póvoa, que nasceu no sábado, 10 de maio, em Porto Nacional, Capital da Cultura Tocantinense.
Que o mais novo herdeiro tenha muita saúde e seja muito bem-vindo!

 

GLEISI PEDIU AJUDA A BANQUEIROS PARA CONTER NIKOLAS I

 

A ministra Gleisi Hoffmann (PT), da Secretaria das Relações Institucionais, pediu ajuda ao presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), Isaac Sidney, para conter o impacto provocado pelo vídeo em que o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) afirma que o escândalo do INSS envolve empréstimos consignados e chega a R$ 90 bilhões.
O vídeo de Nikolas foi divulgado na última terça-feira (6/5) e ultrapassou 100 milhões de visualizações nas redes sociais no dia seguinte. A Controladoria-Geral da União (CGU) já rebateu o deputado, afirmando que a investigação da Polícia Federal (PF) mira descontos de mensalidade associativa que somam R$ 6,3 bilhões.

 

GLEISI PEDIU AJUDA A BANQUEIROS PARA CONTER NIKOLAS II

Durante a reunião na Febraban, na quinta-feira (8/5), Gleisi solicitou que os bancos divulguem números que o PT acha corretos sobre os valores de empréstimos consignados.
As investigações chegaram ao valor de mais de 9 bilhões de reais, mas, também, revelaram que o rombo poder ser muito maior já que a mesma quadrilha vinha operando outro método de golpe, além do investigado.
O caso dos empréstimos consignados é especialmente sensível para o governo porque o crédito fácil e barato é uma bandeira da gestão petista. O primeiro mandato de Lula (2003-2006) é considerado o período da grande expansão de consignados.

 

LULA E PT TRABALHAM PARA EVITAR INSTALAÇÃO DE CPI

 

Lula ficou sem reação, quando a Policia Federal revelou o espantoso roubo aos aposentados do INSS. Sequer conseguiu demitir o ministro enrolado, logo de cara. Mas se fixou no “culpado de sempre”: o antecessor. Logo surgiu a proposta de CPI e ele, mais que prontamente, deu ordens ao PT para impedir a todo custo a instalação da comissão.
A ordem de Lula e o desespero dos petistas foram interpretados como autêntica confissão de culpa: afinal, se “a culpa é do Bolsonaro”, eles nada teriam a temer.
A “confissão de culpa” turbinou a CPI, que recebeu 270 assinaturas, bem mais que o necessário. Mas tinha Hugo Motta no meio do caminho, e o empenho dele em tentar evitar a CPI acabou por revelar o “rabo preso” do presidente da Casa com o governo petista.

 

KASSAB DIZ QUE PSB NÃO FAZ PARTE DO GOVERNO LULA

 

O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab afirmou que “não é do governo Lula” e que o partido deseja ter candidato próprio à Presidência da República em 2026. Atualmente, a legenda tem três ministérios no governo federal.
“O que tem balizado a postura do PSD é a coerência. (…) Eu, aqui, fiquei com o Tarcísio [de Freitas, governador de São Paulo], não estou no governo Lula. Quando o governo me chamou para conversar, eu disse ao presidente: o nosso líder Antônio Brito [deputado federal, líder do PSD na Câmara dos Deputados] e o líder Otto Alencar [senador] apoiaram o senhor, converse com eles. Terá nossa compreensão”, disse Kassab durante evento de filiação do governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, ao PSD.

 

PAPA LEÃO XIV REVELA MOTIVO DA ESCOLHA DO NOME

 

Durante um encontro com cardeais, neste sábado (10/5), o papa Leão XIV revelou o motivo da escolha do seu nome papal. Segundo ele, a decisão se baseou em seu compromisso com as questões sociais diante dos desafios da nova revolução industrial e da inteligência artificial.
"Considerei adotar o nome de Leão XIV. Há várias razões, mas a principal é que o papa Leão XIII, com a histórica encíclica Rerum Novarum, abordou a questão social no contexto da primeira grande revolução industrial", disse.
"Hoje, a Igreja oferece a todos seu patrimônio de doutrina social para responder a mais uma revolução industrial e aos desenvolvimentos da inteligência artificial, que colocam novos desafios na defesa da dignidade humana, da justiça e do trabalho", acrescentou o pontífice de 69 anos.

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Posted On Segunda, 12 Mai 2025 04:58 Escrito por

A abertura da Agrotins 2025, maior feira do agronegócio da região Norte, foi muito mais que um evento técnico. Tornou-se, simbolicamente, o palco da nova engenharia política que começa a tomar forma no Tocantins. Em vez de ataques, vaidades e ruídos internos, os discursos das principais lideranças do Estado ecoaram acenos mútuos, apelos à unidade e recados milimetricamente calculados, tudo com a contundência que se insinua nas entrelinhas

 

 

Por Edson Rodrigues

 

 

Quem prestou atenção às falas das lideranças presentes percebeu que há um novo clima no ar. O tom combativo, agressivo que por décadas emperrou projetos e dissolveu alianças estratégicas cede espaço a uma tentativa, ainda inicial, de convivência madura. Cada qual segue seu próprio roteiro eleitoral para 2026, mas com um pacto de não agressão.

 

Eduardo Siqueira

 

O prefeito da capital não economizou nos recados. Acenou ao governador Wanderlei Barbosa, alfinetou a gestão passada sem citar nomes, mirando claramente a ex-prefeita Cinthia Ribeiro (PSDB) e mandou mensagens internas. Falou de um “rombo de mais de R$ 200 milhões” herdado da administração anterior e lamentou o impacto nas ações da prefeitura.

 

Deixou no ar que a máquina só começou a funcionar quando “fofoqueiros” e “gente que faz intriga” foram afastados. A fala soou mais como desabafo do que como protocolo. Eduardo exaltou o bom relacionamento com Wanderlei, chamou o governador de generoso e destacou que nunca teve uma parceria tão fluida. Fez ainda um alerta contra a “vaidade política” e defendeu a humildade como princípio de governo.

 

Eduardo Gomes

 

Um dos grandes viabilizadores de recursos federais para o Tocantins, o senador Eduardo Gomes, hoje no topo da hierarquia do Congresso como primeiro vice-presidente do Senado, não participou da abertura da Agrotins este ano, uma vez que cumpria outras agendas enquanto presidente do Senado em exercício. No entanto, no decorrer da semana, o presidente do senado em exercício participou da assinatura da Ordem de Serviço para a construção da Maternidade da Mulher em Palmas e da entrega de mais de 140 ônibus zero quilômetro para o transporte urbano na Capital. Nestas agendas, Eduardo Siqueira, Wanderlei Barbosa e Eduardo Gomes estavam juntos e falando a mesma língua.

 

Com trânsito privilegiado em Brasília, Gomes já garantiu, só neste mandato, mais de R$ 700 milhões em emendas e R$ 1,4 bilhão diretamente dos ministérios, valores que irrigaram as gestões de Mauro Carlesse, de Wanderlei Barbosa e dos 139 municípios.

 

Dorinha, Irajá e o tabuleiro de 2026

 

 

A senadora Professora Dorinha (União Brasil) segue pavimentando sua pré-candidatura ao governo. Com apoio do chamado G5+, que reúne cinco prefeitos das principais cidades do Tocantins, além do apoio de gestores da região do Vale do Araguaia, e boa articulação interna no União Brasil, Dorinha vem se apresentando como alternativa viável para a disputa majoritária. Um encontro com o Observatório Político de O Paralelo 13, na próxima terça-feira, pode revelar mais detalhes da estratégia e dos aliados que ela busca reunir.

 

Já o senador Irajá Abreu (PSD) escolheu outro caminho: oposição clara ao Palácio Araguaia. Sua atuação tem sido marcada por firmeza e por manter distância política do governador. Irajá tem liberdade para isso e a usa com estratégia. Mas, ao se afastar de um núcleo que busca agregar, corre o risco de perder centralidade. Mesmo assim, mantém apoio de mais de 20 prefeitos eleitos pelo PSD e ótimo relacionamento com gestores de Araguaína, Paraíso e Porto Nacional. Ainda não definiu se será candidato à reeleição ou à Câmara Federal. É uma carta no baralho sucessório de 2026 que ninguém deve subestimar.

 

Vicentinho, Laurez e Amélio: política sem trincas

 

 

O deputado federal Vicentinho Júnior (Progressistas), em sua fala durante a Agrotins, foi direto ao ponto: “briga e desavença não fazem parte do meu vocabulário”. Seu discurso reforçou o tom pacificador que tem marcado o ambiente político recente no Tocantins. Já o vice-governador Laurez Moreira (PDT), embora também adote uma postura de diálogo com diversas correntes, enfrenta um momento politicamente sensível. A crise nacional que atingiu o PDT, após a revelação de um rombo de mais de R$ 6,5 bilhões no INSS, provocou turbulência na sigla. A exoneração do presidente nacional do partido, Carlos Lupi, acusado de omissão mesmo após alertas do TCU em 2023, escancarou o desgaste. Embora o PDT tocantinense não tenha qualquer envolvimento no escândalo, o silêncio de Laurez, que preside o partido no Estado sobre o caso tem gerado desconforto entre aliados.

 

Enquanto isso, o presidente da Assembleia Legislativa, Amélio Cayres (Republicanos), segue numa linha estratégica e ambiciosa, quer ser candidato ao governo com o apoio direto do governador Wanderlei Barbosa já no início de 2026. Para isso, tem intensificado os diálogos com prefeitos, dirigentes partidários e lideranças da base aliada, buscando consolidar seu nome como opção viável dentro do próprio grupo governista. Amélio evita confrontos públicos e tenta pavimentar seu projeto com base na lealdade, na construção de alianças e no compromisso de seguir o caminho coletivo.

 

Wanderlei: maestro da sinfonia pela união

 

No centro de tudo está o governador Wanderlei Barbosa, que assumiu, por ora, o papel de maestro de uma orquestra onde todos querem tocar a mesma música: a da gestão, da entrega de resultados e da coesão política. Com mais de 80% de aprovação, o governador evita antecipar o debate de 2026. Reitera que não boicotará ninguém que deseje disputar o governo ou o Senado. “Este é o ano da gestão, não da disputa”, repete.

 

O recado da Agrotins

 

A Agrotins 2025 foi mais do que a abertura de uma feira: foi a abertura de uma nova temporada política. O tom do diálogo e da composição substitui, ao menos por agora, o ruído das intrigas. O Tocantins parece começar a experimentar uma política feita com responsabilidade, maturidade e menos combustão. Aos pré-candidatos ao governo e ao Senado é hora de colocar a mão na massa, manter o fogo médio e pé na estrada. O jogo já começou! E o eleitor tocantinense está mais atento do que nunca.

 

 

Posted On Segunda, 12 Mai 2025 04:44 Escrito por
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