Secretário de Estado norte-americano já foi rival de Trump, mas hoje é nome de confiança e tem proximidade também com nomes como Eduardo Bolsonaro

 

Por Jean Laurindo

 

Uma das principais definições da conversa entre o presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e dos Estados Unidos, Donald Trump, em videoconferência na manhã desta segunda-feira (6) foi a escolha de um nome para intermediar as negociações sobre o possível fim do tarifaço entre os dois governos. Trump escalou para a missão o secretário de Estado, Marco Rubio.

 

Do lado brasileiro, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), os ministros da Fazenda, Fernando Haddad, e das Relações Exteriores, Mauro Vieira, devem ser os responsáveis pela conversa que mira reverter sanções e medidas contra setores econômicos e autoridades brasileiras nos últimos meses. As informações são do portal g1.

 

O escolhido norte-americano é um dos secretários mais próximos de Donald Trump e responsável por comandar a diplomacia dos Estados Unidos — equivalente ao ministro das Relações Exteriores no governo brasileiro.

 

Quem é Marco Rubio

Rubio nasceu em Miami e é filho de imigrantes cubanos. Por conta disso, acompanha com interesse as questões ligadas à América Latina. É formado em Ciências Políticas pela Universidade da Flórida. Foi senador entre 2010 e 2025. Em 2015 e 2016, ele chegou a disputar a indicação do Partido Republicano para concorrer à Presidência dos Estados Unidos com o bilionário Donald Trump, que venceu a disputa interna. Na ocasião, ele chegou a ser alvo de ironias do atual presidente norte-americano, que o chamava de “little Marco”, em referência à estatura do político, e chegou a chamá-lo de “ambicioso demais”.

 

Anos depois, no entanto, os dois se reaproximaram, e Rubio conseguiu um dos principais cargos no segundo mandato de Trump. Na nomeação, o atual presidente definiu ele como um “amigo dos nossos aliados” e “guerreiro destemido”.

 

Rubio também é apontado como um dos interlocutores da dupla Eduardo Bolsonaro e Paulo Figueiredo, que está nos Estados Unidos desde o início do ano em busca de medidas do governo norte-americano para proteger o ex-presidente Jair Bolsonaro. Nesses últimos meses, o secretário de Estado dos EUA fez publicações nas redes sociais criticando o ministro Alexandre de Moraes e prometeu medidas como a aplicação da Lei Magnitsky, a “pena de morte financeira”, aplicada no mês passado contra o magistrado brasileiro.

 

Apesar da nova aproximação entre Trump e Lula, que causou desconfiança entre os apoiadores de Bolsonaro, a indicação de Rubio para negociar com o governo brasileiro foi comemorada pela ala bolsonarista. O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL na Câmara, afirmou à colunista do g1, Andreia Sadi, que a escolha teria sido uma “jogada de craque” de Trump, pelo fato de ele ser “mais ideológico” que o próprio presidente americano.

 

 

Posted On Terça, 07 Outubro 2025 03:50 Escrito por

Foco da conversa foi a economia e o comércio entre os dois países

 

 

Com SBT

 

 

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou como "muito boa" a conversa que teve por videoconferência nesta segunda-feira (6) com o presidente Lula. Trump disse que gostou da conversa e que os dois deverão se reunir em breve.

 

"Eu gostei da ligação — nossos países irão muito bem juntos!", disse o presidente norte-americano em postagem nas redes sociais.

 

"Nesta manhã, eu fiz uma chamada telefônica muita boa com o presidente Lula, do Brasil. Nós discutimos muitas coisas, mas a conversa focou principalmente na economia e no comércio entre os dois países", declarou o norte-americano. "Nós teremos futuras discussões e nos reuniremos em um futuro não muito distante, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu gostei da ligação — nossos países irão muito bem juntos!", escreveu Trump.

 

 

Posted On Terça, 07 Outubro 2025 03:48 Escrito por

 

Casos revelam que muitas práticas ainda vistas como comuns, como manter animais acorrentados, sem abrigo ou alimentação adequada, são consideradas maus-tratos pela Lei Municipal e passam despercebidas por tutores

 

 

Por : Diogo Paz

 

 

De fevereiro a outubro deste ano, a Prefeitura de Palmas, por meio da Secretaria Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal (Sebem), recebeu 123 denúncias de maus-tratos contra animais domésticos. A maior parte dos casos envolve cães e gatos. O atendimento às denúncias evidencia que, mesmo com avanços nas políticas públicas voltadas ao bem-estar animal, a negligência e a violência ainda são uma realidade preocupante na Capital.

 

Entre os principais tipos de ocorrências registradas estão abandono, falta de alimentação adequada, animais mantidos em espaços insalubres ou acorrentados por longos períodos, além de casos de agressões físicas. Muitas dessas situações, embora sejam naturalizadas por parte da população, configuram crime de maus-tratos conforme a Lei Federal 9.605/98 e é uma infração segundo a Lei Municipal nº 3.174/2025, que dispõe sobre a proteção e o bem-estar dos animais em Palmas.

 

A Sebem reforça que as denúncias devem ser feitas exclusivamente pelo telefone 153 ou https://www.palmas.to.gov.br/ouvidoria/ , canais oficiais para registrar ocorrências. “Recebemos muitas mensagens pelas redes sociais, mas é importante que a população saiba que elas não são meios oficiais para denúncia. Somente pelo 153 ou pelos contatos da Ouvidoria conseguimos acionar a fiscalização de forma imediata e garantir que o caso seja investigado corretamente”, explica a secretária Municipal de Proteção e Bem-Estar Animal, Gabriela Siqueira Campos.

 

Ainda há grande necessidade de conscientização da população sobre a guarda responsável e o cumprimento da legislação municipal. “Cada denúncia representa um caso em que a vida de um animal esteve em risco, seja por abandono, negligência ou agressão direta. Isso mostra que ainda temos um longo caminho pela frente na construção de uma cidade mais justa para os animais”, destaca a secretária da Sebem.

 

O que diz a lei

 

A legislação define como maus-tratos qualquer ato que cause sofrimento físico ou psicológico aos animais, incluindo práticas que muitas pessoas não percebem como ilegais. Deixar o animal sem acesso constante a água limpa e alimento, mantê-lo exposto ao sol e à chuva sem abrigo adequado, restringir sua locomoção de forma contínua com correntes curtas ou impedir seu convívio social são algumas das condutas consideradas infrações pela lei.

 

 

Posted On Terça, 07 Outubro 2025 03:43 Escrito por

 Por: Ives Gandra da Silva Martins 

 

 

Considero que a liberdade de expressão é, sem dúvida, a pedra angular da democracia. Para mim, ela é fundamental não só para que haja um debate público vibrante, mas também para garantir a pluralidade de ideias em nossa sociedade.

 

Apesar de todas as críticas que são feitas ao ativismo judicial e das diversas questões constitucionais em debate, eu defendo que o Brasil permanece uma democracia. E, nesse contexto, vejo a liberdade — em especial a liberdade de expressão e de defesa — como a principal arma para a manutenção do Estado de Direito. É por meio dela que podemos proteger o indivíduo da opressão e do silenciamento.

 

Homenagem e a Defesa da Liberdade

Recentemente, a Reunião do Conselho Superior de Direito da Fecomercio-SP foi dedicada à láurea de intelectuais brasileiros — incluindo juristas, economistas, jornalistas e profissionais de diversas áreas — fizeram homenagem aos meus 90 anos, com o lançamento do livro "A Constituição e a Liberdade".

 

A obra foi coordenada pelo jurista Professor Doutor Modesto Carvalhosa e pelo economista Professor Doutor Luciano de Castro. O livro reúne 54 artigos de expressivos intelectuais brasileiros, com contribuições de autores como o ex-presidente Michel Temer; o ex-candidato à presidência da República Luiz Felipe D’Avila; o deputado federal Luiz Philippe de Orléans e Bragança, um dos mais ativos da nossa Câmara Federal; Manoel Gonçalves Ferreira Filho, o maior constitucionalista do Brasil; os economistas Marcos Cintra e Paulo Rabello de Castro e os jornalistas J. R. Guzzo (in memoriam), Paula Leal e Ana Paula Henkel.

 

O lançamento contou com a presença e palestras de diversos autores, como Modesto Carvalhosa, Paulo Rabello de Castro, Manoel Gonçalves Ferreira Filho, Tiago Pavinatto, Luciano de Castro, Angela Vidal Gandra da Silva Martins, Luiz Philippe de Orléans e Bragança, Almir Pazzianoto e André Marsiglia, que, entre outros presentes, fizeram manifestações notáveis.

 

Em suas palestras, todos demonstraram que a liberdade de expressão é o alicerce fundamental da democracia. Comprovaram que não há democracia em um país onde existe o receio de falar. O cenário onde a palavra pode levar à prisão e a crítica às autoridades gera risco de detenção é característico de todas as ditaduras, o que impede a existência de uma democracia genuína.

 

Os oradores, cada um no seu estilo e campo de conhecimento específico, defenderam com firmeza a ideia de que só a ampla liberdade de expressão é prova de uma verdadeira democracia, na qual o cidadão não precisa ter medo de falar.

 

Reafirmaram que, se houver abuso, a punição deve ser posterior ao ato. Em consonância com o antigo artigo 19 do Marco Civil da Internet — e não com a versão modificada pelo Supremo Tribunal Federal — e com a própria Constituição, a responsabilização pelo abuso de manifestação deve ocorrer por meio de ações judiciais e indenização por danos morais posteriormente, mas jamais em controle antecipado. Afinal, sem liberdade de expressão, a própria democracia se fragiliza.

 

Lembraram, ainda, que os Poderes Executivo e Legislativo são representativos do povo, enquanto o Poder Judiciário, que representa a lei, não tem essa mesma representatividade popular. Por essa razão, o Judiciário deve obedecer às determinações do povo, manifestadas por meio de seus representantes.

 

A principal mensagem foi a de que não devemos criticar pessoas, mas sim ideias, sempre respeitando as opiniões divergentes. Eles defenderam a ideia de que, mesmo não concordando com as decisões de uma autoridade, a crítica deve ser direcionada à ação ou ao posicionamento, e não a ataques pessoais. Trata-se, pois, daquilo que eu sempre fiz na vida: respeitar opiniões diferentes, não atacar pessoas, mas defender ideias. Essa é a verdadeira democracia.

 

Nesta esteira, todos os oradores defenderam o direito à palavra e à livre expressão do pensamento, com a ressalva de que a divergência deve ser dirigida às ideias e não às autoridades, demonstrando a elas respeito.

 

A anistia, por exemplo, deve ser para a paz, e não um instrumento para o ódio ou para a manutenção de radicalizações.

 

O Poder Judiciário deve ser um agente de pacificação, e não o mantenedor de um clima de insegurança. Afinal, seus integrantes são grandes juristas, mas não são políticos.

 

Durante a reunião no Conselho, o Poder Judiciário foi respeitado, mas criticado por seu protagonismo excessivo e pela invasão da competência de outros Poderes. Foi defendida a ideia de que a luta de todos os brasileiros deve ser pelo respeito à Constituição, pela liberdade de expressão e pela verdadeira democracia, com pleno direito de defesa. Esse é o caminho para um país realmente democrático.

 

Essa postura é a mesma que eu vi durante os 20 meses de debates constituintes. Ao sairmos de um regime de exceção, os Constituintes de 1988 almejavam um regime de plena democracia, com absoluta harmonia e independência entre os três Poderes.

 

Senti-me profundamente honrado por, aos 90 anos, ver um grupo tão importante de pensadores e intelectuais manifestar publicamente as ideias que defendemos na reunião. Era isso que eu gostaria de trazer aos meus leitores sobre o lançamento da obra "A Constituição e a Liberdade".

 

Ives Gandra da Silva Martins é professor emérito das universidades Mackenzie, Unip, Unifieo, UniFMU, do Ciee/O Estado de São Paulo, das Escolas de Comando e Estado-Maior do Exército (Eceme), Superior de Guerra (ESG) e da Magistratura do Tribunal Regional Federal – 1ª Região, professor honorário das Universidades Austral (Argentina), San Martin de Porres (Peru) e Vasili Goldis (Romênia), doutor honoris causa das Universidades de Craiova (Romênia) e das PUCs PR e RS, catedrático da Universidade do Minho (Portugal), 

 

 

Posted On Terça, 07 Outubro 2025 03:39 Escrito por

O depoente Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti, ao lado de seu advogado, na CPMI do INSS: parlamentares questionaram conexão com envolvidos nas fraudes e origem da vida de luxo.

 

 

 

Da Agência Senado

 

 

O salto de um salário de R$ 5 mil para a condição de multimilionário foi o fio condutor dos questionamentos do relator da CPMI do INSS, deputado Alfredo Gaspar (União-AL), ao empresário Fernando dos Santos Andrade Cavalcanti nesta segunda-feira (6). Convocado para explicar o rápido enriquecimento — demonstrado pelos bens de luxo apreendidos pela Polícia Federal em sua mansão em Brasília, em nova fase da operação Sem Desconto — e as conexões com o advogado Nelson Wilians, com Maurício Camisotti e com Antônio Carlos Camilo Antunes, o "Careca do INSS", suspeitos de participação nas fraudes contra aposentados e pensionistas, Cavalcanti negou qualquer relação com o esquema.

 

Para a CPMI, o padrão de vida de Cavalcanti é incompatível com sua renda. Negando-se a informar seu patrimônio total, atribuiu sua fortuna ao trabalho na "gestão" do escritório de Wilians — de quem negou ser "laranja". O relator quis saber quantos carros de luxo estavam registrados na empresa de investimentos FAC, de propriedade de Cavalcanti. Em resposta, ele informou que são “21 ou 23” — como uma Ferrari avaliada em cerca de R$ 4 milhões, três Mercedes, dois Cadillacs, uma réplica de um carro de Fórmula 1 e motocicletas importadas. Os veículos foram apreendidos pela PF. Ele disse que entregou as chaves dos veículos à PF "de forma espontânea" e relatou que “a famosa Ferrari” está sendo paga em prestações até 2027. 

 

Carros, aviões, relógios e vinhos

Cavalcanti informou que a PF também apreendeu oito relógios de luxo seus e negou ocultar outros. Segundo o relator Alfredo Gaspar, apenas um dos relógios tem o valor de R$ 1,3 milhão. Cavalcanti também informou que seus vinhos mais valiosos foram entregues a um fiel depositário. De acordo com o depoente, o valor dos vinhos gira em torno de R$ 7 milhões. O empresário também reconheceu que teve obras de arte apreendidas, como um quadro do pintor Di Cavalcanti.

 

O relator disse ao depoente "não haver problema em ter sucesso, exibir carros de luxo ou ter dinheiro". Mas que a CPMI trabalha para saber a relação de Cavalcanti com Camisotti e Nelson Wilians e o quanto de seu patrimônio tem a ver com os descontos ilegais dos aposentados do INSS.

 

— O senhor está no epicentro da maior fraude contra os aposentados do Brasil — afirmou o relator.

 

O empresário negou ter sócios na empresa FAC. Disse que a PF apreendeu todos os seus carros de Brasília, mas disse não saber exatamente quantos carros seus foram levados em São Paulo. Ele negou que Camisotti ou Nelson Wilians usassem alguns dos seus carros de luxo e admitiu colocá-los em estacionamentos de shoppings.

 

— Na minha garagem só cabem três carros. É impossível colocar lá todos os carros que eu tenho — declarou Cavalcanti, admitindo que movimentou os carros um dia antes da operação da PF.

 

Ao mesmo tempo, disse estar em processo de "desassociação" com Wilians. Mas, em resposta ao relator, admitiu ter com o advogado cotas na propriedade de dois aviões.

 

"Governança corporativa"

Em um pronunciamento inicial, Cavalcanti disse que começou a trabalhar com Nelson Wilians em 2009 e que iniciou, pessoalmente, em 2018, um trabalho de "governança corporativa" do escritório. Segundo Cavalcanti, foi nesse trabalho que tomou conhecimento da ligação de Willians com o empresário Maurício Camisotti, também investigado no caso do INSS. Cavalcanti afirmou que sua saída do escritório de Nelson Wilians foi consensual e por motivo de saúde, por enfrentar uma depressão.

 

— Nunca fui laranja, operador ou beneficiário de qualquer esquema. Os pagamentos por mim recebidos sempre foram compatíveis com minha atividade empresarial — declarou.

 

Alfredo Gaspar também quis saber detalhes da atuação da empresa Valestra. Cavalcanti negou que sua empresa faça lobby em Brasília, mas disse que a Valestra tem um lucro aproximado de R$ 20 milhões por mês. Ele ainda negou que Anne Wilians, esposa de Nelson Wilians, tenha participação na empresa. O empresário também disse que está saindo da NW Corretora de Seguros, empresa que tem Wilians como sócio.  

 

Cavalcanti entregou à CPMI uma série de cópias de mensagens de funcionários de Camisotti e de contratos de empréstimos entre Camisotti e Nelson Willians. Ele disse saber de uma dívida entre os dois empresários, mas negou ter conhecimento de detalhes sobre possíveis contradições entre os valores informados na compra de um terreno. Cavalcanti ainda admitiu já ter feito negócios com Camisotti, mas disse ter dificuldade em apontar todos os valores.

 

— Depois que eu o conheci, era comum a gente almoçar, encontrar em festas de fim de ano. Eu trabalhei num escritório que tinha mais de 1.300 advogados. É impossível lembrar de tudo o que foi feito — declarou.

 

Patrimônio

Questionado pelo relator, o empresário reconheceu que, em 2017, seu patrimônio não chegava a R$ 100 mil reais. Negou-se a informar seu patrimônio atual, mas disse que a CPMI tem acesso ao seu sigilo fiscal e que tudo foi declarado no Imposto de Renda. Ao responder ao deputado Alfredo Gaspar, ele disse que o trabalho do escritório de Nelson Wilians cresceu muito nos últimos anos, com apenas uma ação rendendo R$ 80 milhões.

 

— O escritório, no pós-pandemia, cresceu muito. Nelson Wilians cresceu e eu cresci junto.

 

O empresário negou que o seu crescimento patrimonial tenha a ver com a Associação de Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos (Ambec), entidade investigada por aplicar descontos indevidos em benefícios do INSS. Segundo o relator, a Ambec tem Nelson Wilians como advogado.

 

Conexões políticas

Fernando Cavalcanti reconheceu ter uma relação próxima com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, a quem definiu como “um gestor competente e amigo querido”. Ele confirmou que presenteou o governador com um Fusca de colecionador, no valor de R$ 70 mil. O empresário também ressaltou a amizade com o deputado distrital Joaquim Roriz Neto (PL).

 

Cavalcanti admitiu ter apoiado financeiramente candidatos a vereador e prefeitos.

 

— Como democrata, gosto de ajudar amigos e apoiar projetos. O interesse pessoal é zero — declarou, reconhecendo ter contribuído com R$ 200 mil para a campanha eleitoral da deputada estadual Maria Victoria Borghetti Barros, filha do deputado Ricardo Barros (PP-PR), à prefeitura de Curitiba.

 

Cavalcanti também informou ter colaborado com os partidos PP e PT nacionais — segundo ele sempre legalmente, de forma declarada — com a quantia de R$ 100 mil para cada um. Mostrado em vídeos pelo deputado Rogério Correia (PT-MG) participando de festas e encontros com empresários e políticos, como os governadores Ibaneis, do DF; Ratinho Jr., do Paraná; e Tarcísio de Freitas, de São Paulo — Cavalcanti disse que suas colaborações sempre foram feitas de forma legal.

 

Silêncio

O empresário compareceu à CPMI com o direito de ficar em silêncio, resguardado por uma decisão do STF, em caso de perguntas cujas respostas pudessem ser consideradas autoincriminatórias. Por orientação do seu advogado, Thiago Machado, ele preferiu não assumir o compromisso de falar a verdade. Após as perguntas do relator, Cavalcanti passou a fazer uso do direito de ficar calado.

 

A convocação do empresário, que atua no Distrito Federal e em São Paulo, foi solicitada em quatro requerimentos aprovados pela comissão (REQ 1.818/2025, REQ 1.822/2025, REQ 1.907/2025 e REQ 1.956/2025). O advogado Nelson Wilians já foi ouvido pela CPMI no dia 18 de setembro, quando também negou a participação nas fraudes e ficou em silêncio diante de várias perguntas.

 

Fonte: Agência Senado

 

 

 

Posted On Terça, 07 Outubro 2025 03:34 Escrito por
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