Foram realizados os primeiros dois casos de implante de válvula aórtica por método minimamente invasivo em um hospital público no Estado do Tocantins
Por Luciana Barros
Na terça -feira, 19 de novembro, foi realizado um procedimento inédito de TAVI (Transcateter Aortic Valve Implantation), no Hospital Geral de Palmas (HGP). Trata-se de um procedimento de implante percutâneo de válvula aórtica, uma alternativa menos invasiva à cirurgia cardíaca para tratamento de estenose da valva aórtica. A ação realizada no serviço de Hemodinâmica da unidade contou com equipamentos de alta complexidade, tecnologia de ponta e uma equipe certificada para esse tipo de procedimento.
É a primeira vez que a técnica é aplicada no SUS do Tocantins
O implante minimamente invasivo da válvula do coração é uma tecnologia reconhecida internacionalmente e o Tocantins se prepara para torná-lo rotina no Sistema Único de Saúde (SUS). O médico cardiologista intervencionista com certificação em TAVI, Andrés G. Sánchez, ressaltou que, "a Estenose da Válvula Aórtica é uma doença que ocorre quando esta válvula do coração, responsável por controlar a liberação de sangue para todo o corpo, não consegue abrir de forma correta. Essa condição reduz o fluxo do sangue oxigenado e provoca um aumento de pressão no órgão, que, sem tratamento, pode levar à morte súbita”.
O especialista acrescentou que “de acordo com estimativas, 5% da população mundial acima de 75 anos são acometidas pela doença. O principal fator de risco é o avanço da idade e está relacionado ao nível de gravidade. Focando na segurança do paciente, as vantagens são: um procedimento minimamente invasivo, sem necessidade de cirurgia com abertura do peito, com menores riscos, alta precoce e recuperação mais rápida”.
O Alisson Faustino acompanhou a tia, Maria Alves Faustino, uma das pessoas beneficiadas e afirmou que, “ eu acho sensacional realizar um procedimento desse pelo SUS, que é tão complexo e está sendo realizado no HGP, este procedimento inédito. Minha tia estava precisando muito.Só tenho a agradecer a Deus, aos médicos e a toda equipe”, declarou.
O turismo de vivência em comunidades negras tem crescido com apoio do Governo do Tocantins
Por Seleucia Fontes
O Tocantins é negro. Conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 70% da população é formada por negros e pardos. Já o número de comunidades quilombolas chega a 36, reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. O resultado é uma rica fusão cultural e um forte potencial para o desenvolvimento do Afroturismo.
“Nosso Estado do Tocantins não é rico apenas em belezas naturais, mas também em cultura, gastronomia e festas religiosas que receberam uma forte influência negra”, pontua o secretário de Turismo, Hercy Filho, ao ressaltar que a gestão Wanderlei Barbosa realiza um forte trabalho de valorização das comunidades negras, em especial as que já atuam com turismo de base comunitária.
Entre as ações desenvolvidas pela Secretaria de Turismo está a divulgação do turismo nas comunidades quilombolas do Prata e Mumbuca, no Jalapão, por meio de material descritivo e da aquisição de artesanato das associações comunitárias para exibição em feiras de turismo.
Para visitar
Diversidade é a tradução perfeita para a Região Turística das Serras Gerais, que reúne algumas das cidades mais antigas do Estado, erguidas há quase 300 anos, durante o Ciclo do Ouro. Este é o caso de Natividade, localizada a pouco mais de 200 km de Palmas, que tem como um de seus símbolos a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construção inacabada em pedra canga.
Outra atração de Natividade, que tem seu centro histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é o Grupo de Suça Tia Benvinda, projeto que envolve crianças, jovens e adultos do município com o objetivo de preservar a suça, dança afro-brasileira inspirada pelos tambores e ritmos africanos.
Festa da Rapadura na Comunidade do Prata
Berço do artesanato em capim dourado, Mumbuca, no município de Mateiros, é a mais conhecida das comunidades quilombolas da região do Jalapão. Todos os anos, recebe centenas de turistas que visitam o povoado para conhecer a cultura local e adquirir artesanato.
Também no Jalapão, a cerca de 20 km de São Félix do Tocantins, a Comunidade Quilombola do Prata é outro ponto de parada para quem busca peças artesanais genuínas, além de desfrutar da hospitalidade local.
A Barra da Aroeira está localizada em Santa Tereza do Tocantins, a apenas 73 km da Capital. A preservação de festas tradicionais e a presença de raizeiras, tocadores de viola de buriti e grupos folclóricos são os principais atrativos desta comunidade quilombola, que também realiza turismo de base comunitária.
Saiba mais
O turismo de base comunitária (TBC) é um segmento em constante avanço no Brasil. Sua proposta é levar o turista a vivenciar as comunidades e seu dia a dia, podendo incluir hospedagem em casas de moradores, sejam elas comunidades negras, indígenas, ribeirinhas ou periféricas.
Vertente mais recente do turismo tradicional, o Afroturismo busca a valorização da cultura negra nos locais visitados, colocando como prioridade fornecedores negros que atuam na cadeia produtiva. Outro objetivo é deixar viajantes negros mais confortáveis, acolhidos e seguros ao viajar.
O turismo de vivência em comunidades negras tem crescido com apoio do Governo do Tocantins
Por Seleucia Fontes
O Tocantins é negro. Conforme o último Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 70% da população é formada por negros e pardos. Já o número de comunidades quilombolas chega a 36, reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. O resultado é uma rica fusão cultural e um forte potencial para o desenvolvimento do Afroturismo.
“Nosso Estado do Tocantins não é rico apenas em belezas naturais, mas também em cultura, gastronomia e festas religiosas que receberam uma forte influência negra”, pontua o secretário de Turismo, Hercy Filho, ao ressaltar que a gestão Wanderlei Barbosa realiza um forte trabalho de valorização das comunidades negras, em especial as que já atuam com turismo de base comunitária.
Entre as ações desenvolvidas pela Secretaria de Turismo está a divulgação do turismo nas comunidades quilombolas do Prata e Mumbuca, no Jalapão, por meio de material descritivo e da aquisição de artesanato das associações comunitárias para exibição em feiras de turismo.
Para visitar
Diversidade é a tradução perfeita para a Região Turística das Serras Gerais, que reúne algumas das cidades mais antigas do Estado, erguidas há quase 300 anos, durante o Ciclo do Ouro. Este é o caso de Natividade, localizada a pouco mais de 200 km de Palmas, que tem como um de seus símbolos a Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, construção inacabada em pedra canga.
Outra atração de Natividade, que tem seu centro histórico tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), é o Grupo de Suça Tia Benvinda, projeto que envolve crianças, jovens e adultos do município com o objetivo de preservar a suça, dança afro-brasileira inspirada pelos tambores e ritmos africanos.
Festa da Rapadura na Comunidade do Prata
Berço do artesanato em capim dourado, Mumbuca, no município de Mateiros, é a mais conhecida das comunidades quilombolas da região do Jalapão. Todos os anos, recebe centenas de turistas que visitam o povoado para conhecer a cultura local e adquirir artesanato.
Também no Jalapão, a cerca de 20 km de São Félix do Tocantins, a Comunidade Quilombola do Prata é outro ponto de parada para quem busca peças artesanais genuínas, além de desfrutar da hospitalidade local.
A Barra da Aroeira está localizada em Santa Tereza do Tocantins, a apenas 73 km da Capital. A preservação de festas tradicionais e a presença de raizeiras, tocadores de viola de buriti e grupos folclóricos são os principais atrativos desta comunidade quilombola, que também realiza turismo de base comunitária.
Saiba mais
O turismo de base comunitária (TBC) é um segmento em constante avanço no Brasil. Sua proposta é levar o turista a vivenciar as comunidades e seu dia a dia, podendo incluir hospedagem em casas de moradores, sejam elas comunidades negras, indígenas, ribeirinhas ou periféricas.
Vertente mais recente do turismo tradicional, o Afroturismo busca a valorização da cultura negra nos locais visitados, colocando como prioridade fornecedores negros que atuam na cadeia produtiva. Outro objetivo é deixar viajantes negros mais confortáveis, acolhidos e seguros ao viajar.
O Ministério Público do Tocantins (MPTO) celebrou, nesta segunda-feira, 18, mais um marco significativo na prestação de serviços oferecidos aos cidadãos e nas condições de trabalho de seus integrantes, com a inauguração da nova sede das Promotorias de Justiça de Miracema do Tocantins
Da Assessoria
Com a nova unidade, somada ao novo prédio de Gurupi, além de outras 15 revitalizadas e ampliadas nos últimos dois anos, a instituição reforça sua atuação e seu compromisso com a cidadania.
MPTO acessível
Em seu discurso, o procurador-geral de Justiça, Luciano Casaroti, reafirmou a missão do MPTO de ser uma instituição acessível, moderna e sempre pronta para atender às necessidades da comunidade.
“Estamos proporcionando melhores condições de trabalho para os nossos membros e servidores e uma experiência digna para aqueles que nos procuram”, disse Casaroti, agradecendo a proatividade de todos os integrantes do MPTO, em nome dos promotores de Justiça da comarca Sterlane de Castro Ferreira, Juan Aguirre e Vilmar Ferreira de Oliveira; e dos servidores.
Ele também ressaltou a importância do município para a história da instituição ao ter sido, em 2000, a primeira comarca do Tocantins a contar com sede própria. “Após duas décadas, estamos aqui novamente reunidos com o objetivo de sempre oferecer um serviço de excelência”, concluiu.
Compromisso
“Esse marco não representa apenas um avanço estrutural, mas reafirma o compromisso do Ministério Público com a garantia dos direitos e com a promoção da justiça social”, acrescentou a coordenadora das Promotorias de Justiça de Miracema, promotora Sterlane de Castro Ferreira.
História
Em seu discurso, a primeira promotora de Justiça lotada na comarca de Miracema e atual diretora-geral do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional - Escola Superior do Ministério Público (Cesaf/ESMP), procuradora de Justiça Vera Nilva Álvares Rocha Lira, relembrou momentos marcantes dos primeiros anos de funcionamento da unidade na cidade entre 1990 e 1993.
Na oportunidade, ela parabenizou todos que contribuíram para a construção da obra, em nome do procurador-geral, Luciano Casaroti.
Cerimônia
A solenidade foi marcada por momentos solenes, como o hasteamento das bandeiras e o descerramento da placa inaugural.
Ao final, todos os presentes visitaram o novo espaço.
Atendimento e sustentabilidade
Com três Promotorias de Justiça, a sede atende, além de Miracema, os municípios Tocantínia e Lajeado, beneficiando cerca de 30 mil pessoas.
O prédio é adaptado às normas de acessibilidade e também conta com estrutura de energia solar, ambientes humanizados e foi projetado considerando a possibilidade de futuras expansões ou adaptações, de forma que o Ministério Público cresça junto com as necessidades da sociedade.
Presenças
Além da comunidade das cidades de Lajeado, Miracema e Tocantínia, participaram da cerimônia o corregedor-geral de Justiça do MPTO, Moacir Camargo de Oliveira; o chefe de gabinete da PGJ, promotor de Justiça Abel Andrade Leal; o presidente da Associação Tocantinense do Ministério Público (ATMP), Pedro Evandro de Vicente Rufato. Representando o governador do estado, o subprocurador-geral Nivair Vieira Borges; representando a presidente do Tribunal de Justiça do Tocantins, o juiz Marcelo Rodrigues de Ataídes; também estiveram presentes a vice-presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), juíza Julianne Marques; a presidente da Associação dos Servidores Administrativos do Ministério Público do Tocantins (Asamp), Alane Torres; além dos prefeitos Camila Fernandes, Júnior Bandeira e Márcia Enfermeira; representantes da Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e lideranças religiosas.
Operação da PF contra militares e explosão de bombas na Esplanada ameaçam tramitação de proposta na Câmara
Por Rute Moraes, do R7
Três semanas depois da criação de uma comissão especial para analisar o projeto de lei que pretende perdoar os responsáveis pelos atos antidemocráticos do 8 de janeiro, a ala governista na Câmara dos Deputados vê a proposta enterrada em função do atentado com bombas na Praça dos Três Poderes ocorrido há uma semana e da operação da Polícia Federal dessa terça-feira (19) contra um grupo de militares que planejou matar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.
“O presidente Arthur Lira tem que ver que não pode haver anistia. Esse projeto tem que ser arquivado. Anistia para quê? Para que atentem contra a vida do presidente? Para que queiram dar mais golpe na democracia? Basta", disse um dos vice-líderes do governo na Câmara, Rogério Correia (PT-MG).
Nessa terça, o PSOL realizou um ato na Câmara pedindo o arquivamento da proposta. Na semana passada, a legenda protocolou um requerimento pedindo a Lira que declare o projeto “impossibilitado” de tramitar e o remeta ao arquivamento. A decisão, contudo, cabe apenas a Lira.
A oposição, por outro lado, acredita que o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), vai cumprir com a promessa de pautar a análise da proposta até o fim deste ano.
Líder do PL na Câmara, o deputado Altineu Côrtes (RJ) considerou que as causas elencadas pela ala governista são “casos para jogar gasolina e fortalecer” suas posições. “O presidente Arthur Lira deu sua palavra. Esse processo vai ter o andamento na Câmara que o presidente Lira apalavrou e vai seguir”, disse.
Reservadamente, membros do partido, contudo, reconhecem que a proposta pode ficar para o próximo ano, sob a gestão do futuro presidente da Casa, que deve ser o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB).
As ponderações dão conta de que o adiamento da discussão do projeto pode ocorrer principalmente em virtude das explosões na Esplanada dos Ministérios. A interlocutores, contudo, Motta tem dito que não tem tratado sobre o projeto e que, portanto, não há nada alinhado.
A ala governista teme que a anistia alcance os investigados em tentativa de golpe de Estado, o que incluiria generais de altas patentes do Exército e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Líderes ainda não indicaram membros para comissão
O projeto da anistia tramitava na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Casa, mas Lira criou no fim de outubro uma comissão especial para analisar a proposta em virtude dos “impactos de ordem jurídica, política, institucional e social” do projeto.
Até o momento, contudo, líderes partidários relatam que não foi enviado um ofício para que eles indiquem os membros da comissão. Inicialmente, Lira havia prometido dar celeridade ao projeto antes do fim de seu mandato, que ocorre em 1° de fevereiro de 2025.
Relator do projeto na CCJ, deputado Rodrigo Valadares (União-SE), disse não acreditar que a proposta seja enterrada e alegou que há votos suficientes para aprovar a anistia na Câmara.
No entanto, ele ressaltou ao R7 haver uma “pressão” do Judiciário para paralisar o tema. O deputado disse que trabalhará em prol da comissão especial nos próximos dias. Ele ainda negou que o atentado na Esplanada tenha relação com o 8 de janeiro.
A comissão vai ser formada por 34 deputados, podendo apenas funcionar, na prática, quando a maioria dos integrantes for indicada. A criação do colegiado foi acordada com caciques do PL, incluindo Bolsonaro e o presidente nacional da sigla, Valdemar Costa Neto.
Com a nova comissão, Valadares pode deixar de ser o relator do texto, mas uma ala do PL defende a continuidade do nome dele. O objetivo é obter o apoio de partidos como União Brasil e “ter mais votos para aprovar” a proposição. O teor do relatório, porém, pode ser modificado para chegar a um consenso entre os líderes partidários.
Entenda o projeto da anistia
Em 8 de janeiro de 2023, manifestantes invadiram as sedes dos Três Poderes e depredaram as instalações. Eles não concordavam com a eleição nem com a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O texto da anistia perdoa “todos os que participaram de manifestações com motivação política e/ou eleitoral, ou as apoiaram, por quaisquer meios, inclusive contribuições, doações, apoio logístico ou prestação de serviços e publicações em mídias sociais e plataformas, entre o dia 08 de janeiro de 2023 e o dia de entrada em vigor desta lei”.
Conforme o projeto, o perdão alcança os “crimes com motivação política e/ou eleitoral”. A anistia abrange “quaisquer medidas de restrições de direitos, inclusive impostas por liminares, medidas cautelares, sentenças transitadas ou não em julgado que limitem a liberdade de expressão e manifestação de caráter político e/ou eleitoral, nos meios de comunicação social, plataformas e mídias sociais”.
O projeto ainda inclui no perdão todos que participaram de “eventos subsequentes ou eventos anteriores” ao 8 de janeiro, “desde que mantenham correlação com os eventos acima citados”.
O PL da Anistia gera discordância entre especialistas ouvidos pelo R7 quanto à constitucionalidade da matéria. Além disso, caso seja aprovado na Câmara, ele ainda precisará passar pelo Senado e pela sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.