O temor que a reforma seja desidratada

 

 

Regra de transição, que garante economia de R$ 200 bilhões, é maior foco de preocupação

 

A crise entre Bolsonaro e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), aumentou o temor entre técnicos do governo de que a reforma da Previdência sofra muitas alterações no Congresso. A maior preocupação é com a regra de transição para quem já está no mercado de trabalho, que garante uma economia de R$ 200 bilhões. Como a proposta para os militares prevê uma transição mais suave, a regra para os civis deve ser alvo de críticas. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse ontem em rede social que o Congresso no Brasil é forte e que “o presidente que não entende isso pode cair’.

 

Decreto cortará apenas 159 cargos

 

Promessa de campanha e nas redes sociais a medida que supostamente extinguia 21 mil cargos da União vai se restringir a eliminar adicionais que servidores recebem por funções exercidas além daquelas para as quais foram aprovados em concurso. Economia será de R$ 195 milhões por ano, valor considerado baixo por especialistas. O gasto com servidores em 2019 será de R$ 326 bilhões. Medida vai acabar com 16% dos cargos e funções comissionados.

 

Norte Sul

Novamente o presidente Jair Bolsonaro volta a usa o Witter para fala da privatização da ferrovia Norte Sul

Divisão da bolada

União dividirá com cidades e Estados R$ 17 bi do pré-sal. Equipe econômica decide socorrer entes federativos com verbas de fundo. Com a maioria dos Estados e municípios atravessando grave crise financeira, a União vai usar recursos do pré-sal para ajudar seus entes federativos. Conforme decisão da equipe econômica, parte de R$ 17 bilhões do Fundo Social abastecido com recursos do présal irá para cidades e Estados a partir de 2020. O fundo foi criado em 2010 para ser uma poupança do governo, que ajudaria a financiar o desenvolvimento do País quando o dinheiro do petróleo diminuísse. O valor do repasse é uma expectativa da Agência Nacional de Petróleo (ANP) para os recursos da exploração do óleo este ano, segundo o secretário de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues Júnior. Mas o fundo pode ter mais dinheiro, em função do leilão do petróleo da área da cessão onerosa e dos excedentes, cuja exploração deve criar receitas crescentes. O governo planeja leilão para 28 de outubro. As receitas do fundo pertencem 100% à União, mas a ideia é aumentar a parcela destinada aos demais entes até chegar a 70%.  As informações são O Estado de S. Paulo

 

Lenha na fogueira

Em forte recado ao governo, o vice-presidente da Câmara, Marcos Pereira (PRB-SP), diz que Jair Bolsonaro precisa “descer do palanque” e se colocar no papel de presidente da República. À frente do PRB com ascendência sobre a bancada, Pereira reclama da falta de atenção do Palácio do Planalto com os parlamentares, que não estão sendo recebidos nos ministérios. “O novo Brasil tem de começar de onde o Brasil estava dando certo, não do zero”, diz o dirigente partidário.  Após encontro com Bolsonaro, o líder do governo na Câmara, Major Vitor Hugo, usa rede social para atacar a “velha política”.

 

Espera para ver

O Jornal Estado de S. Paulo trás matéria mostrando que congressistas abrem mão de aposentadoria especial. Com a tarefa de aprovar mudanças na Previdência, a maioria dos deputados e quase a metade dos senadores escolheram abrir mão da aposentadoria especial que lhes permitiria receber até R$ 33,7 mil (salário parlamentar) a depender do tempo de contribuição, segundo mapeamento do Estado. Ao abrir mão do plano especial, o deputado ou senador fica sujeito às regras do INSS, ou ao regime dos servidores. Mas eles podem voltar a ter as benesses a qualquer momento.

 

Tá ficando Russo

Aviões russos desembarcam com militares na Venezuela. Ao menos dois aviões da Força Aérea Russa pousaram ontem no Aeroporto de Maiquetía, nos arredores de Caracas, com equipamentos e pessoal militar, em meio a ameaças do presidente Nicolás Maduro contra o líder opositor Juan Guaidó. Segundo diplomatas russos, a chegada do cargueiro e de um jato faz parte de acordos de cooperação militar assinados com a Venezuela. As autoridades locais não comentaram o assunto. E o povo continua sem comida, remédio direitos...

 

A tortura continua

A Folha de S. Paulo de Domingo traz caderno especial onde levantamento mostra que disparam denúncias de tortura em prisões de SP. Osasco tem 66 registros até fevereiro; gestão Doria nega irregularidades. Denúncias de tortura em presídios paulistas dispararam em janeiro e fevereiro. Até o dia 12 de fevereiro, 73 foram registradas, sendo 66 referentes ao Centro de Detenção Provisória 2, em Osasco, na Grande SP. Nos últimos dez anos, nenhum presídio teve tantas denúncias na ouvidoria da Secretaria de Administração Penitenciária. A recordista até então era a Penitenciária 1, de Potim, com 20 anotações em 2013. O total de 73 já é superior à metade do volume de reclamações (142) feitas em 2018. O pico deste ano coincide com a véspera da remoção de líderes do PCC para presídios federais. No período da operação, todas as unidades do estado foram revistadas para tentar inibir eventuais rebeliões. Segundo familiares de presos, com muita violência. Como no caso de Michael Jachson Araújo da Silva, 33, que não teria recebido assistência em Osasco após agressão e morreu. Para o secretário Nivaldo Restivo, ex-comandante da PM, as denúncias “não têm procedência”.

 

Para ministro Olavo é chulo

O ministro general Carlos Alberto dos Santos Cruz, da Secretaria de Governo, reagiu a ofensas de Olavo de Carvalho, guru de Jair Bolsonaro (PSL). “Com linguajar chulo, palavrões, inconseqüente, o desequilíbrio fica evidente”, disse. Tratado com deferência pelo presidente, Olavo afirmou, no último dia 16, que os militares do governo têm “mentalidade golpista” e são “cagões”.

Posted On Segunda, 25 Março 2019 09:56 Escrito por

Os filhos de Bolsonaro transformam redes sociais em campo de batalha e complicam relação com deputados federais e senadores. Candidato empresário pode ser surpresa em Palmas

 

BRASIL

 

Não é preciso fazer muita força para se entender o momento político brasileiro.  Um presidente da república que se valeu das redes sociais para se eleger, não consegue segurar a impetuosidade dos seus filhos que, em publicações em sequência, conseguiram irritar o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, a ponto de ele “lavar as mãos”, em entrevista, em relação à conquista dos votos necessários para aprovar a Reforma da Previdência e afirmar categoricamente que o governo de Jair Bolsonaro é um “deserto de ideias”.

 

O renomado colunista político, Josias de Sousa traçou um desenho claro do cenário que o governo criou para si mesmo, em artigo no site Uol:

 

“Jair Bolsonaro ainda não se deu conta. Mas os filhos e as redes sociais, que foram vitais para sua eleição, demonstram pouca serventia na hora de governar. Desnorteada, a oposição joga com o tempo e aposta nos erros do governo. E a Presidência de Bolsonaro, como que decidida a corresponder às expectativas dos rivais, fabrica polêmicas em série.

 

Para citar apenas as encrencas mais recentes, houve a crise que saltou do WhatsApp e do Twitter para degolar o ministro palaciano Gustavo Bebiano e o golden shower que levou para o ralo das redes sociais um pedaço da popularidade do presidente. Nos dois casos há as digitais do vereador Carlos Bolsonaro.

 

De repente, o filho 'Zero Dois' do presidente achou que seria uma boa ideia dar umas caneladas virtuais em Rodrigo Maia. Irritado, o presidente da Câmara informou ao Posto Ipiranga Paulo Guedes que, se é para apanhar, prefere se retirar da articulação política da reforma da Previdência. Bolsonaro que se vire para arranjar os 308 votos de que precisa na Câmara. O presidente acena para Maia, mas não consegue trazer na coleira as manifestações do seu 'Pitbull', como se refere ao filho.

 

No pior cenário, essa incapacidade do governo de estreitar inimizades fora da bolha levará a reforma da Previdência para o brejo. Nessa hipótese, os Bolsonaro decerto irão às redes para responsabilizar Rodrigo Maia e a velha política pelo mau estado das contas públicas e da economia nacional. Dilma Rousseff fez isso com Eduardo Cunha. Deu no que deu. Talvez seja mais simples constatar que filhos e redes sociais elegem, mas não governam. Ao contrário, desgovernam".

 

DESERTO DE IDEIAS

 

Atacado nas redes sociais pelo vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), o presidente da Câmara, Rodrigo Maia resolveu “lavara as mãos” em relação às articulações políticas para a aprovação da Reforma da Previdência. 

Mais tarde, em tom mais contido, advertiu que o presidente Jair Bolsonaro precisa deixar o Twitter de lado, além da “disputa do mal contra o bem”, e se empenhar para melhorar a vida da população e que, para isso, precisa apresentar um plano de governo que, segundo ele, até agora se restringiu à Reforma da Previdência.

 

“O governo é um deserto de ideias”, declarou Maia. “Se tem propostas, eu não as conheço. Qual é o projeto do governo Bolsonaro fora a Previdência? Não se sabe”. Na avaliação do presidente da Câmara, o ministro da Economia, Paulo Guedes, é “uma ilha” dentro do Executivo.

 

Ao ser lembrado de que Bolsonaro comparou possíveis dificuldades no relacionamento às brigas de um namoro, Maia disse que, se o presidente ficar sem conversar com ele até o fim do mandato, não haverá problema. "Não preciso falar com ele. O problema é que ele tem de conseguir várias namoradas no Congresso. São os outros 307 votos que ele precisa conseguir. Eu já sou a favor. Ele pode me deixar para o fim da fila", argumentou.

 

E Maia prosseguiu fazendo sua análise do governo de Bolsonaro:

“Ele precisa construir um diálogo com o Parlamento, com os líderes, com os partidos. Não pode ficar a informação de que o meu diálogo é pelo toma lá, dá cá. A gente tem que parar com essa conversa. Como o presidente vê a política? O que é a nova política para ele? Ele precisa colocar em prática a nova política. Tanto é verdade que ele não colocou que tem (apenas) 50 deputados na base. Faço o alerta: se o governo não organizar sua base, se não construir o diálogo com os deputados, vai ser muito difícil aprovar a reforma da Previdência. O ciclo dos últimos 30 anos acabou e agora se abre um novo ciclo. Ele precisa saber o que colocar no lugar. O Executivo precisa ser um ator ativo nesse processo político.

 

O Brasil precisa sair do Twitter e ir para a vida real. Ninguém consegue emprego, vaga na escola, creche, hospital por causa do Twitter. Precisamos que o País volte a ter projeto. Qual é o projeto do governo Bolsonaro, fora a Previdência? Fora o projeto do ministro (Sérgio) Moro? Não se sabe. Qual é o projeto de um partido de direita para acabar com a extrema pobreza? Criticaram tanto o Bolsa Família e não propuseram nada até agora no lugar. Criticaram tanto a evasão escolar de jovens e agora a gente não sabe o que o governo pensa para os jovens e para as crianças de zero a três anos. O governo é um deserto de ideias.

 

As pessoas precisam da reforma da Previdência e, também, que o governo volte a funcionar. Nós temos uma ilha de governo com o Paulo Guedes. Tirando ali, você tem pouca coisa. Ou pouca coisa pública. Nós sabemos onde estão os problemas. Um governo de direita deveria estar fazendo não apenas o enfrentamento nas redes sociais sobre se o comunismo acabou ou não, mas deveria dizer: "No lugar do Minha Casa, Minha Vida, para habitação popular nós estamos pensando isso; para saneamento, nós estamos pensando aquilo".

 

O certo é que enquanto Bolsonaro não colocar rédeas em seus filhos, quanto ao uso das redes sociais, seu governo estará sempre ameaçado de ruir.  Cada postagem tira “um tijolinho” na base da articulação, dificultando o trabalho dos líderes e vice-líderes.

 

Parece que os filhos tornaram-se oposição ao governo do pai, contaminando o relacionamento entre o Executivo e o Legislativo.

 

Ou esse sangramento estanca, ou o governo de Jair Bolsonaro pode ruir definitivamente, engessado nos próprios atos e correndo o risco de se transformar no “novo Collor”.

 

 

 

 

 

Posted On Domingo, 24 Março 2019 09:50 Escrito por

Frase foi dita minutos depois de Bolsonaro afirmar que presidente da Câmara 'está se comportando dessa forma um tanto quanto agressiva'

Por G1 SP

 

O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse neste sábado (23) que não usa as redes sociais para agredir ninguém. A afirmação foi feita após jornalistas informarem ao deputado que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse, minutos antes, que Maia “está se comportando dessa forma um tanto quanto agressiva”.

 

“Eu vivo num país democrático, e dentro daquilo que vocês me perguntam, e que a sociedade me demanda, eu falo o que acredito. Sem nenhum tipo de agressão a ninguém, né. Até porque eu não uso as redes sociais para agredir ninguém. Eu uso as redes sociais para dar informação aos meus eleitores, à sociedade brasileira. Assim tenho me portado desde que assumi meu primeiro mandato de deputado federal e na Presidência da Câmara”, disse Maia.

 

O deputado viajou a São Paulo para almoçar com o governador do estado, João Doria (PSDB), e seu vice, Rodrigo Garcia (DEM), na casa do tucano, nos Jardins, bairro nobre da capital paulista.

 

 

Minutos antes de Maia dar entrevista aos jornalistas, o presidente Bolsonaro disse, ao embarcar para o Brasil, em Santiago, que nunca criticou o deputado. “O Brasil é maior do que todos nós. O Rodrigo Maia, eu nunca o critiquei, eu não o critiquei. Nas redes sociais eu não o critiquei. Não sei por que ele de repente está se comportando dessa forma um tanto quanto agressiva”, disse.

 

Durante entrevista, Maia disse que não quer falar sobre desgaste que sua relação com o Palácio do Planalto sofreu nos últimos dias. "Estamos olhando para frente", disse.

 

Porém, ao ser informado por jornalistas da frase de Bolsonaro em Santiago, respondeu: “Você pode pesquisar os meus tuítes e os tuítes do presidente e do entorno do presidente para você ver quem está sendo agredido nas redes sociais. Aí você vai poder chegar à conclusão que há uma distorção na frase do presidente”.

 

Apoio de Doria

Após o almoço convocado pelo governador João Doria em sua casa neste sábado, o tucano afirmou que apoia “incondicionalmente” a conduta e a liderança de Maia no processo de aprovação da reforma da Previdência.

 

“Apoiamos e confiamos plenamente na conduta, trabalho e relevância do deputado Rodrigo Maia como presidente da Câmara Federal e como líder para a aprovação da Reforma da Previdência.”

 

Doria também disse que é importante que o governo Bolsonaro “compreenda a importância de uma relação harmônica com os poderes”. “Começando pelo poder legislativo, mas também com o poder Judiciário, e os membros do Executivo, onde se destacam os governadores do Brasil.”

 

'Terceirização'

Mais cedo, antes de uma reunião do PPS em Brasília, Maia afirmou que o governo Bolsonaro não pode "terceirizar a articulação" política com o Congresso para a aprovação da reforma da Previdência.

 

“É importante que o governo acerte na articulação. E ele não pode terceirizar a articulação como ele estava fazendo. Quer dizer, transfere para o presidente da Câmara e para o presidente do Senado uma responsabilidade que é dele e fica transferindo e criticando: 'Ah, a velha política está me pressionando, estão me pressionando'. Então ele precisa assumir essa articulação, porque ele precisa dizer o que é a nova política", afirmou Maia.

 

Questionado sobre a afirmação de Maia, Bolsonaro disse antes de embarcar para o Brasil que fez sua parte. "Encaminhamos a nossa proposta ao Parlamento. Eles vão com toda certeza aperfeiçoar e bola para frete. O que é articulação? O que está faltando eu fazer? O que foi feito no passado? Eu não seguirei o mesmo destino de ex-presidentes, pode ter certeza disso.”

 

 

Posted On Domingo, 24 Março 2019 09:34 Escrito por

"Cada um que responda pelos seus atos"

Foi o que declarou o presidente Jair Bolsonaro sobre o ex-presidente Michel Temer que foi preso na quinta-feira (21) pela Lava Jato acusado de ser líder de uma organização criminosa que fazia desvio de dinheiro público. Na opinião de Bolsonaro, acordos políticos em nome da governabilidade levaram à situação de Michel Temer. Para Bolsonaro, acordos políticos em nome da governabilidade levaram à situação de Michel Temer. Ao desembarcar em Santiago, no Chile, onde  participou da Cúpula Presidencial de Integração Sul-americana, Bolsonaro afirmou que “cada um deve responder por seus atos” e que a "Justiça nasceu para todos".

 

 

A prisao do Ex

Ex-presidente é acusado de desviar dinheiro de Angra 3

Defesa vê abuso de direito e pede habeas corpus ao TRF-2

Moreira Franco é 5º governador eleito do Rio a ir para a cadeia

 

Oitenta dias após deixar a Presidência da República, Michel Temer tornou-se o segundo ex-presidente desde a redemocratização a ser preso, acusado de liderar organização criminosa que desviava dinheiro de contratos de Angra 3. A prisão preventiva foi ordenada pelo juiz Marcelo Bretas, da Lava-Jato no Rio. Temer é alvo de mais nove inquéritos, remetidos pelo STF à primeira instância da Justiça Federal em São Paulo, Rio e Brasília, depois que ele perdeu o foro privilegiado. Também foram presos o ex-ministro Moreira Franco, 5º governador eleito do Rio a ir para a cadeia; João Baptista Lima, o coronel Lima, e sua mulher, Maria Rita Fratezi. Outros seis mandados foram expedidos. Para o MPF, a liberdade de Temer e dos demais ameaçava as investigações e permitia a continuidade de crimes, como a tentativa de Lima de depositar R$ 20 milhões em dinheiro na conta de sua empresa, a Argeplan. Temer disse que a prisão é “uma barbaridade”. Sua defesa alegou abuso de direito e pediu sua soltura ao TRF-2. Na Presidência, Temer foi denunciado três vezes pela PGR.

 

 

 

" MP e a PF não podem ficar fazendo espetáculo"

Para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta quinta-feira (21) que o objetivo da força-tarefa da Lava Jato com a prisão do ex-presidente Michel Temer (MDB) foi “desviar a atenção”. “A Lava Jato tenta desviar a atenção do descrédito em que estava caindo e do fundo de 2,5 bilhões que negociaram com os EUA. A Força Tarefa não precisa de pirotecnia para sobreviver, precisa de sobriedade”, disse Lula .

 

O ex-presidente petista se referiu ao acordo que previa a criação de uma fundação – cujos administradores seriam definidos pela força-tarefa da Lava Jato – que iria gerir recursos depositados pela Petrobras.

 

A estatal destinou R$ 2,5 bilhões para a criação dessa fundação no dia 30 de janeiro, visando evitar o pagamento de multa no Brasil (assim como já o fez nos Estados Unidos). No entanto, o acordo está suspenso por determinação do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

 

 

 

Prisão de Temer pode ser reação da Lava Jato

 

Procuradores dizem que decisão do STF de enviar para Justiça Federal parte das investigações enfraquece a Operação e o combate à corrupção

 

A prisão de Michel Temer é uma reação da Lava Jato num momento em que a Operação sofreu um duro golpe com a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de enviar parte das investigações da força-tarefa para a Justiça Eleitoral. Foram seis votos a cinco, o que também mostra uma divisão na Corte. Os ministros que votaram a favor da medida alegam que as apurações devem ser conduzidas pela Justiça Eleitoral quando houver suspeitas de crimes eleitorais, como o caixa 2, mesmo que os casos envolvem corrupção e lavagem de dinheiro, entre outros. Já os procuradores da Lava Jato acreditam que o STF tomou uma decisão que vai enfraquecer as investigações e poderá provocar até a anulação de condenações. A quem interessa o fim da Lava jato é a pergunta.

 

 

Reforma de militar é mais branda que a do INSS

 

As mudanças nas regras de previdência dos militares são mais brandas do que aquelas propostas para trabalhadores civis da iniciativa privada e do setor público. O projeto contraria promessa do governo de que a reforma traria igualdade entre os regimes de aposentadorias e pensões. Os militares argumentam que a profissão tem peculiaridades, como ausência de FGTS e hora extra. Além disso, eles têm de estar sempre disponíveis.

 

 

Regalias a militar atrasam reforma no Congresso

O deputado Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, adiou a escolha do relator da reforma da Previdência. Ele só apontará um nome após a equipe econômica explicar por que os militares tiveram privilégios na proposta de mudanças na aposentadoria. Para a liderança do PSL, Delegado Waldir (GO), do mesmo partido do presidente Jair Bolsonaro, afirmou que o anúncio do relator da proposta de reforma Previdência na Comissão de Constituição, Cidadania e Justiça (CCJ) foi adiado. "Depois de uma reunião com líderes partidários, ficou acordado que não haverá a indicação do relator até que o governo, através do Ministério da Economia, apresente um esclarecimento sobre a reforma e a reestruturação dos militares", diz a nota. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), havia dito que poderia indicar o relator nesta quinta-feira (21).

 

O império contra-ataca

STF inicia cerco contra internautas que o atacam, o ministro Alexandre de Moraes, ordenou buscas em endereços de São Paulo e Alagoas, numa tentativa de identificar autores de ataques que têm sido feitos à Corte. Em outra decisão, foram decretadas medidas para bloquear contas na internet que incitam o ódio contra o Supremo.

 

Já poderia pedir aposentadoria

O ex-presidente Michel Temer foi preso preventivamente ontem, quando saía de casa, em São Paulo, sob acusação de liderar organização criminosa que atuava “havia 40 anos”, segundo o MPF. A ação que levou o ex-presidente à cadeia é decorrente de investigação de supostos crimes de formação de cartel e pagamento de propina a executivos da Eletronuclear. Segundo os procuradores, ele estaria envolvido com o pagamento de propinas e desvio de recursos, no valor total de R$ 1,8 bilhão. A defesa chamou a prisão de “barbaridade”. Também foram detidos o ex-ministro e ex-governador do Rio Moreira Franco e João Baptista de Lima Filho, entre outros. Em sua decisão, o juiz da Lava Jato no Rio, Marcelo Bretas, cita que os acusados montaram “um braço de contrainteligência”, com o objetivo de vigiar responsáveis pelas investigações, destruíram provas e tentaram despistar a apuração do caso. Com todo esse tempo ele poderia pedir aposentadoria.

 

Maia ameaça

Rodrigo Maia avisou ontem ao ministro da Economia, Paulo Guedes, que deixará a articulação política da reforma da Previdência. O presidente da Câmara está irritado com a ofensiva contra ele nas redes – agravada por post de Carlos Bolsonaro com críticas –, com a falta de articulação do Planalto e com a tentativa de Sérgio Moro de impor a tramitação do pacote anticrime. “Se acham que sou a velha política, estou fora”, disse a Guedes.

Posted On Sexta, 22 Março 2019 08:33 Escrito por

O mandado de prisão preventiva (sem data para liberdade) foi expedido pelo juiz Marcelo Bretas, que também determinou a apreensão do ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco

 

Por iG São Paulo

 

A força-tarefa da Lava Jato do Rio de Janeiro prendeu, na manhã desta quinta-feira (21), o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB). O mandado de prisão foi assinado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro. Ele foi detido em São Paulo e será encaminhado para a sede da Polícia Federal do Rio. 

 

Além de Temer , o magistrado também determinou o encarceramento do ex-ministro de Minas e Energia, Moreira Franco, que também já foi detido. Outros seis mandados de prisão preventiva também foram expedidos. Um dos alvos é o coronel João Baptista Lima Filho, apontado pela PF como operador de Temer. Os outros são empresários.

 

Outros dois mandados de prisão temporária também foram expedidos. Agentes também cumprem 24 mandados de busca e apreensão nos estados do Rio de Janeiro, de São Paulo, do Paraná e também no Distrito Federal.

 

Os mandados são de prisão preventiva. O ex-presidente responde a dez inquéritos, cinco deles em primeira instância e cinco no Supremo Tribunal Federal. Segundo informações preliminares, a prisão teria envolvimento com a delação do José Antunes Sobrinho, dono da Engevix.

 

O empresário contou à Polícia Federal que, em 2014, pagou R$ 1,1 milhão em propina, a pedido do Coronel Lima e do ex-ministro Moreira Franco. Ainda segundo o delator, Temer tinha conhecimento do esquema. A Engevix fechou um contrato para realizar um projeto na usina de Angra 3.

 

O caso é investigado na Operação Radioatividade , desmembramento da 16ª fase da Lava Jato que foi para 7º Vara Criminal do Rio de Janeir em outubro de 2015.

 

O jornalista Kennedy Alencar conseguiu falar com o ex-presidente logo após a prisão. Temer disse que se tratava de uma "barbaridade". Também a Alencar, a defesa do emedebista afirmou que considera a prisão "abusiva" e "injustificada".

 

O ex-presidente ainda responde a outros nove inquéritos. Cinco deles no Supremo Tribunal Federal e outros quatro foram enviados à primeira instância.

 

Michel Temer foi o 37º presidente do Brasil e assumiu o mandato em agosto de 2016, após o impeachment de sua companheira de chapa, Dilma Rousseff (PT). Ele ficou no cargo até o final de 2018 e não disputou o pleito daquele ano.

 

Temer iniciou a carreira política como secretário de Segurança Pública de São Paulo, em 1985. No ano seguinte, elegeu-se deputado constituinte pelo PMDB e, após a constituinte, foi reeleito deputado federal.

 

Eleito três vezes presidente da Câmara dos Deputados, ele assumiu a presidência da República interinamente por duas vezes: de 27 a 31 de janeiro de 1998 e em 15 de junho de 1999.

 

Presidente do MDB (na época PMDB), Temer foi escolhido como vice na chama de Dilma Rousseff já no primeiro mandato da petista, que começou em 2011.

Quem Bretas mandou prender

Michel Miguel Elias Temer Lulia - prisão preventiva

João Batista Lima Filho (coronel Lima) - prisão preventiva

Othon Luiz Pinheiro da Silva - prisão preventiva

Wellington Moreira Franco - prisão preventiva

Maria Rita Fratezi - prisão preventiva

Carlos Alberto Costa - prisão preventiva

Carlos Alberto Costa Filho - prisão preventiva

Vanderlei de Natale - prisão preventiva

Ana Cristina da Silva Toniolo - prisão preventiva

Carlos Alberto Montenegro Gallo - prisão preventiva

Rodrigo Castro Alves Neves - prisão temporária

Carlos Jorge Zimmermann - prisão temporária

 

Posted On Quinta, 21 Março 2019 13:06 Escrito por
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