Por Lidiane Moreira
O Ministério Público do Tocantins (MPTO), por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi, expediu recomendação ao governo do estado para que, no prazo de dez dias, apresente medidas que corrijam as irregularidades nos serviços de radiologia do Hospital Regional de Gurupi (HRG).
A recomendação baseia-se em vistoria do Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM/TO) e em procedimento preparatório instaurado em julho deste ano para apurar possíveis falhas na escala médica do setor de ultrassonografia do hospital. As apurações revelaram ausência de médico radiologista no serviço de diagnóstico por imagem, inclusive durante exames com contraste, além de inconsistências nas inscrições dos profissionais no Conselho.
Entre as irregularidades identificadas, estão a aplicação de contraste sem prescrição do serviço pelo médico radiologista, a inexistência de termos de consentimento assinados pelos pacientes e o cadastro desatualizado dos profissionais no CRM.
O promotor de Justiça Marcelo Lima Nunes destacou também falhas graves no serviço de telerradiologia, como a falta de autorização expressa dos pacientes para transmissão de imagens e dados, a ausência de médico especialista responsável pela supervisão dos exames e a inexistência de registro da empresa prestadora de telerradiologia no CRM/TO.
“Os problemas constatados são graves, colocam os pacientes em risco e causam demora excessiva na emissão dos laudos”, afirmou o promotor Marcelo Lima.
A recomendação estabelece que a Secretaria de Estado da Saúde adote medidas imediatas para adequar o setor de radiologia do HRG, garantindo o cumprimento da carga horária pelos profissionais, a emissão dos laudos em tempo hábil e a transparência das informações ao público. O MPTO também orientou que o conteúdo da recomendação seja amplamente divulgado em local visível no hospital e no site da Secretaria.
O PARALELO 13 EM LUTO
O Paralelo 13 se despede, com profundo pesar, de um guerreiro histórico do Tocantins: José Carlos Leitão, ex-presidente da Conorte e um dos principais líderes do movimento popular que lutou pela criação do Estado do Tocantins.
Figura combativa, idealista e incansável, José Carlos Leitão foi protagonista de uma geração que sonhou e construiu o Tocantins. Sua atuação à frente da Comissão Norte Goiana para a Criação do Novo Estado (Conorte) foi decisiva para mobilizar a população, organizar caravanas, reunir lideranças e fazer ecoar o grito de independência política e administrativa do norte goiano, culminando na criação do Estado em 1988.
Mesmo tendo dedicado parte da vida à causa pública e ao fortalecimento do Tocantins, Leitão nunca recebeu o reconhecimento merecido dos governos que passaram pelo Palácio Araguaia. Seu nome, contudo, permanece gravado na história e na memória de todos que conhecem o verdadeiro significado da palavra pioneirismo.
José Carlos Leitão nos deixou na tarde deste domingo, partindo para os braços do Pai Celestial. Deixa um legado de coragem, fé e compromisso com o povo tocantinense, e uma saudade imensa entre amigos, familiares e companheiros de luta. Boa estada com Deus, amigo e irmão de jornada. O Tocantins agradece a sua entrega, sua voz e seu exemplo.
TRÊS MOSQUETEIROS DO TOCANTINS
O encontro de Laurez Moreira, Amélio Cayres e Eduardo Gomes no Bico do Papagaio foi mais do que um ato institucional, foi um gesto político calculado. Ali estavam, lado a lado, três das maiores lideranças em atuação no Tocantins o governador interino, o presidente da Assembleia Legislativa e o vice-presidente do Senado Federal.
Embora pertençam a correntes partidárias distintas, o simbolismo da imagem pública transmitiu a mensagem de que o Tocantins precisa de estabilidade e diálogo acima das disputas eleitorais. A postura madura e conciliadora dos três líderes repercutiu bem entre prefeitos e vereadores da região, que enxergaram no gesto um sinal de convergência de forças em torno do desenvolvimento regional.
Eduardo Gomes, experiente articulador político, tem atuado como ponte entre o governo estadual e Brasília, especialmente na liberação de recursos federais e no avanço de obras estruturantes. Amélio Cayres, por sua vez, tem buscado preservar o equilíbrio na Assembleia, garantindo que o Legislativo mantenha harmonia com o Executivo. Já Laurez, ciente da importância de construir maioria, aposta nesse diálogo tripartite para consolidar sua base política.
O episódio ficou conhecido, nos bastidores, como o momento dos “Três Mosqueteiros do Tocantins”, e pode ser o embrião de uma nova configuração política rumo a 2026.
SEM AMARRAS
O governador Laurez Moreira vive o momento mais decisivo de sua trajetória política. Com a recente decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF, garantindo-lhe a legitimidade plena no exercício do cargo, Laurez está, finalmente, sem amarras. Livre de questionamentos jurídicos e respaldado por um ambiente institucional mais estável, ele precisa mostrar que é capaz de governar com firmeza, diálogo e resultados concretos.
O desafio agora é de reconstruir a confiança do eleitorado tocantinense, ainda dividido pelos efeitos da crise política que afastou Wanderlei Barbosa, e reorganizar a máquina administrativa em tempo recorde. Há cobranças internas para que o governador interino monte uma equipe técnica mais afinada com sua visão de gestão, fortalecendo áreas como saúde, infraestrutura e desenvolvimento econômico.
Laurez tem diante de si uma janela curta, para mostrar à sociedade que tem projeto próprio e não é apenas um “governador interino consolidado”. Se comunicar bem, mostrar obra, resultado e coerência, será fundamental. O tempo é seu aliado, mas também pode se tornar seu adversário se não houver entrega rápida.
*WANDERLEI BARBOSA *
Após duas derrotas seguidas no Supremo Tribunal Federal (STF), o governador afastado Wanderlei Barbosa vive o que aliados descrevem como um processo de desgaste inevitável. O cenário jurídico é adverso e as possibilidades de reversão no STF são cada vez menores. A avaliação de interlocutores é que o afastamento tende a se prolongar e que o retorno ao cargo é altamente improvável.
Dentro desse contexto, há quem defenda que Wanderlei precisa “ligar o descongelante”, isto é, retomar o protagonismo político, sair do isolamento e percorrer o Estado em busca de reconexão com sua base. A crise o atingiu em cheio, e os efeitos se refletem no esvaziamento de antigos aliados, que já se movimentam em direção a novos polos de poder.
Com investigações ainda em curso, a recomendação de alguns aliados próximos é que ele pense estrategicamente em 2026, considerando até mesmo uma renúncia negociada e uma eventual candidatura a deputado federal ou senador. O raciocínio é simples, buscar um mandato no Congresso garantiria foro privilegiado e permitiria a ele preservar parte do capital político acumulado.
Por ora, Wanderlei assiste à reconstrução do governo que já foi seu, e precisa decidir se quer ser protagonista da própria narrativa ou apenas espectador do seu ocaso político.
PAULO MOURÃO NAS REDES SOCIAIS
O ex-deputado Paulo Mourão tem se mostrado cada vez mais ativo nas redes sociais, onde defende com convicção o legado do governo do presidente Lula e os avanços obtidos em áreas estratégicas como inclusão social, economia e infraestrutura. Com passagens marcantes pela Prefeitura de Porto Nacional, pela Assembleia Legislativa e pela Câmara dos Deputados, Mourão é reconhecido como um dos quadros mais preparados do Partido dos Trabalhadores no Tocantins, com sólida atuação política e administrativa.
Defensor das pautas que fortalecem o desenvolvimento regional e a presença do Estado nos 139 municípios tocantinenses, Paulo Mourão mantém um discurso coerente e alinhado aos princípios históricos do PT. No entanto, há quem avalie que o partido, agora sob novo comando no Estado, precisa valorizar mais lideranças experientes e representativas como Mourão, cuja trajetória combina fidelidade política, conhecimento técnico e compromisso com o povo tocantinense.
RETA FINAL
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro já admite, nos bastidores, que o início do cumprimento da pena é uma questão de tempo e curto. O cenário que se desenha aponta para o começo de novembro, com regime fechado já definido pelas instâncias judiciais, restando apenas a definição do local de custódia.
Depois de sucessivas derrotas em recursos, inclusive no Supremo Tribunal Federal, advogados próximos ao caso reconhecem que não há mais margem jurídica para protelar a execução da sentença. O caso, que envolve acusações de tentativa de golpe de Estado e ataque às instituições democráticas, chega ao seu desfecho num momento em que o país já discute os efeitos políticos da prisão de um ex-presidente eleito pelo voto direto.
Nos bastidores, a expectativa é de que o episódio tenha reflexos nas eleições municipais de 2026, dividindo a base conservadora entre os que ainda defendem Bolsonaro e os que buscam renovar o discurso da direita. O tom, até agora, é de resignação silenciosa entre aliados, e de prudência estratégica entre os que ainda orbitam o seu grupo político.
* JUSTIÇA*
O procurador-geral da República, Paulo Gonet Branco, manifestou-se na quinta-feira (10) defendendo que somente a Procuradoria-Geral da República (PGR) tem competência legal para propor pedidos de impeachment contra ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
A posição de Gonet foi encaminhada em parecer ao Supremo e busca reforçar o entendimento de que cabe exclusivamente ao Ministério Público Federal atuar nos processos que envolvem denúncias ou ações de responsabilidade contra membros da Corte. Segundo ele, qualquer tentativa de terceiros ou de parlamentares de protocolar pedidos desse tipo viola a separação dos Poderes e o devido processo legal.
A manifestação surge em meio a discussões políticas que têm colocado o STF sob críticas e tentativas de interferência de setores mais radicalizados. Gonet ressaltou que o modelo constitucional brasileiro garante a independência do Judiciário, e que o controle das ações dos ministros deve seguir os trâmites institucionais previstos na Constituição.
A defesa do PGR reforça a importância de preservar o equilíbrio entre os Poderes e de evitar o uso político de instrumentos jurídicos como forma de pressão sobre o Supremo.
PL DÁ CARTA BRANCA A BOLSONARO PARA DEFINIR CHAPA DE 2026
O Partido Liberal (PL), sob o comando de Valdemar Costa Neto, decidiu reforçar o peso político do ex-presidente Jair Bolsonaro na definição da chapa presidencial de 2026. Mesmo inelegível e com a possibilidade de cumprir pena em regime fechado a partir de novembro, Bolsonaro terá liberdade total para escolher tanto o candidato à Presidência quanto o vice, segundo reportagem da Veja. A decisão contraria setores do Centrão, mas é vista dentro do PL como um gesto de lealdade e reconhecimento à liderança do ex-presidente, que transformou a legenda em uma das mais fortes do país.
Já o Centrão prefere que a escolha do vice seja negociada entre partidos, de olho em tempo de TV e recursos do fundo eleitoral. Nomes como Ciro Nogueira, Tereza Cristina, Tarcísio de Freitas e Ratinho Júnior aparecem entre os cotados. Mesmo afastado da cena pública, Bolsonaro segue sendo o principal fiador da direita e deverá influenciar diretamente nas decisões estratégicas da campanha de 2026.
Aplicação das provas ocorre de 20 a 31 de outubro e envolve estudantes do ensino fundamental e ensino médio da rede pública estadual e municipal
Por Ana Luiza Dias
Entre os dias 20 e 31 de outubro, estudantes da rede pública estadual e municipal do Tocantins participarão do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), uma das mais importantes ferramentas para o diagnóstico e o aprimoramento da educação brasileira. Realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o Saeb mede o nível de aprendizagem dos alunos e oferece subsídios para que as escolas e os governos planejem políticas públicas baseadas em evidências.
Por meio de provas e questionários, o Saeb avalia o desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática, além de reunir informações sobre o contexto escolar, social e econômico das redes de ensino. Os resultados ajudam a compreender como os alunos estão aprendendo e orientam estratégias para fortalecer o processo de ensino-aprendizagem nas escolas.
O secretário de Estado da Educação, Hercules Jackson, destaca que a participação das escolas é essencial para o fortalecimento da rede pública de ensino.
“O Saeb é um instrumento de grande relevância para todo o país, e aqui no Tocantins ele tem sido um aliado na construção de políticas públicas mais assertivas. É fundamental que cada estudante participe com dedicação, pois os resultados refletem diretamente no Ideb e ajudam a garantir mais investimentos em infraestrutura, formação docente e novos projetos educacionais”, afirmou o secretário.
O que é o Saeb
Criado em 1990 e aplicado a cada dois anos, o Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb) é uma avaliação em larga escala que mede o quanto os alunos estão aprendendo nas escolas públicas e privadas do Brasil.
As informações coletadas permitem um diagnóstico da educação básica e ajudam a identificar fatores que influenciam o desempenho dos estudantes.
Quem participa
Ensino Fundamental: estudantes do 5º e 9º anos realizam as provas de forma censitária, ou seja, praticamente todas as escolas públicas participam.
Ensino Médio: alunos da 3ª série (e, no caso das escolas integradas, também da 4ª série).
2º ano do Ensino Fundamental: participa por amostragem, em escolas sorteadas.
Algumas escolas do 5º e 9º anos também realizam testes de Ciências Humanas e Ciências da Natureza, de forma amostral.
Não participam da avaliação:
Escolas com menos de 10 alunos por etapa;
Turmas multisseriadas, de Educação de Jovens e Adultos (EJA) e de Ensino Médio Normal/Magistério;
Escolas indígenas que não ensinam em Língua Portuguesa como primeira língua;
Escolas ou classes exclusivas de Educação Especial.
O que é avaliado
As provas do Saeb medem habilidades de leitura, escrita e raciocínio lógico, com foco na compreensão e na aplicação prática do conhecimento.
O conteúdo é alinhado à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e às matrizes de referência do Inep, que orientam quais competências e habilidades serão avaliadas em cada etapa da Educação Básica.
Como é feita a aplicação
Confirmação das turmas participantes pelas escolas;
Distribuição dos materiais de prova pela Fundação Getúlio Vargas - FGV;
Formação dos aplicadores, profissionais externos treinados pela FGV;
Realização das provas nas escolas, sob supervisão da gestão escolar;
Aplicação de questionários para estudantes, professores e gestores, que ajudam a entender o contexto da aprendizagem.
Uso dos resultados
Os resultados do Saeb, somados aos dados do Censo Escolar, formam o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), principal indicador da qualidade do ensino no Brasil.
Esses dados servem para:
Planejar ações pedagógicas;
Definir metas educacionais;
Direcionar investimentos e políticas públicas;
Identificar boas práticas e desafios das escolas.
A superintendente de Educação Básica da Seduc, Celestina Maria de Souza, ressalta o papel do Saeb como instrumento de melhoria contínua. “O Saeb nos permite enxergar, com base em dados concretos, onde estamos acertando e onde precisamos melhorar. A partir desses resultados, conseguimos direcionar ações pedagógicas, fortalecer a formação dos professores e aprimorar as práticas de ensino”, destacou.
Importância para as escolas
Os dados obtidos pelo Saeb ajudam cada unidade escolar a compreender o próprio desempenho e a comparar resultados com as edições anteriores, bem como outras unidades escolares das redes municipais, estaduais e nacionais. Essa análise contribui para o desenvolvimento de planos de ação, aprimoramento de metodologias de ensino e acompanhamento mais próximo da aprendizagem dos estudantes.
“A avaliação é um momento de diagnóstico, não de punição. Ela nos mostra o que nossos alunos já dominam e o que ainda precisa ser trabalhado. Com esse conhecimento, conseguimos avançar com responsabilidade e planejamento”, reforçou Celestina Maria de Souza.
Mobilização nas escolas
Em todo o Tocantins, a Secretaria de Estado da Educação está mobilizando as escolas da rede estadual para o Saeb 2025. As equipes escolares têm promovido ações motivacionais e pedagógicas que envolvem estudantes, professores e famílias, criando um clima de engajamento e entusiasmo em torno da avaliação.
Entre as iniciativas estão mutirões de estudos, gincanas do conhecimento, sorvetadas, aulões especiais, competições interativas e jogos educativos. Essas atividades têm o objetivo de revisar conteúdos, reforçar aprendizagens e, principalmente, mostrar aos alunos a importância de participar com empenho das provas.
Cronograma
Provas: 20 a 31 de outubro de 2025
Resultados preliminares: julho de 2026
Resultados finais: agosto de 2026
Presidente falou em Roma sobre a escolha do novo integrante da Suprema Corte após o anúncio da aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso
Por Murillo Otavio
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) declarou, nesta segunda-feira (13), que seu critério para a escolha de um novo ministro para o Supremo Tribunal Federal (STF) não é a amizade, mas sim ter um profissional "gabaritado" para o cargo.
“A escolha de um integrante do STF cabe ao presidente da República. Eu imaginava que o Barroso ia se afastar, mas achei que ia levar um tempo maior. Eu quero uma mulher, não sei se mulher ou homem, preto ou branco, quero uma pessoa que seja gabaritada para ser ministro. Não quero um amigo. Quero um ministro para a Suprema Corte”, afirmou o presidente.
A declaração do chefe do Executivo foi dada em Roma, na Itália, após participar de uma reunião do Conselho de Campeões da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um evento promovido pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
A vaga na Suprema Corte ficou em aberto após o anúncio da aposentadoria antecipada de Luís Roberto Barroso.
Em Brasília, o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), comentou sobre os cotados para a posição. Ele afirmou que o advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, é o nome que tem a maior proximidade com o presidente Lula.
O senador ressaltou que outras figuras, como o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e o ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União (TCU), também contam com a confiança do presidente. No entanto, ele destacou a relação mais próxima entre Lula e Messias.
Há, contudo, uma crescente pressão para o presidente indicar uma mulher para a vaga. Na história do Supremo, apenas três ministras ocuparam uma cadeira na Corte: Ellen Gracie, Rosa Weber e Cármen Lúcia, que, hoje, é a única mulher entre os 11 magistrados.
O candidato indicado pelo presidente precisa atender a alguns critérios constitucionais:
Ter mais de 35 e menos de 75 anos;
Possuir conhecimento jurídico reconhecido, o chamado notável saber jurídico;
Ter reputação ilibada, ou seja, ser pessoa idônea e íntegra.
Com a indicação do presidente, o novo possível ministro do Supremo Tribunal Federal não assume a cadeira automaticamente.
O nome representa uma indicação e ainda precisa ser submetido a uma sabatina na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, que é responsável por aprovar ou reprovar o indicado.
Por fim, o presidente Lula foi questionado sobre a situação da parlamentar Carla Zambelli. Ela está presa na Itália por ser considerada foragida internacional, após deixar o Brasil com a condenação do STF por tentar invadir o sistema do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Na resposta, Lula disse: “Não lembrava desse nome. Uma pessoa [Carla Zambelli] que não merece respeito. Ela vai pagar pelo que fez, aqui ou no Brasil, isso é uma questão da justiça”, pontuou.
Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou nesta segunda-feira (13) do Fórum Mundial da Alimentação 2025, realizado em Roma. O evento é o principal encontro anual da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Em seu discurso, Lula defendeu que as pessoas em situação de pobreza sejam priorizadas no orçamento dos principais países. Ele traçou um paralelo entre a falta de alimentos e os conflitos globais. “A fome é irmã da guerra, seja ela travada com armas e bombas ou com tarifas e subsídios”, declarou.
O presidente cobrou um maior investimento dos países para o combate à fome e afirmou que a questão transcende a esfera econômica, sendo, na verdade, um problema "político".
"A fome não é simplesmente um problema econômico. É, sobretudo, um problema político. Uma questão de opção, de saber para onde vai o dinheiro que o Estado arrecada", disse Lula.
Ele ainda afirmou que o combate à fome deve ser uma "luta perene" para evitar retrocessos. "É preciso colocar os pobres no orçamento e transformar esse objetivo em política de Estado, para evitar que avanços fiquem à mercê de crises ou marés políticas", finalizou o presidente.
Os arquivos da ATI – Associação Tocantinense de Imprensa já registravam, em 1959, em papel-jornal, folhas mimeografadas e manuscritos históricos — hoje amarelados pelo tempo e quase indecifráveis — que seus principais fundadores, Fabrício César Freire, Oswaldo Ayres e Feliciano Braga Machado, defendiam que o Estado do Tocantins deveria ser criado com base nos princípios da probidade administrativa, da moral, da dignidade, do desenvolvimento qualitativo e, principalmente, da responsabilidade para com as pessoas.
Assim também pensava, durante toda a sua vida de luta, JOSÉ CARLOS LEITÃO, que faleceu no último dia 10 de outubro, aos 76 anos, sem ter alcançado esse sonho — mesmo 37 anos depois da emancipação política do sofrido e abandonado norte goiano.
Por Edivaldo Rodrigues e Edson Rodrigues
JOSÉ CARLOS LEITÃO era um cidadão do mundo, forjado a ferro e fogo nas áridas terras de um Novo Acordo aguerrido — um dos campos de batalha da luta libertária do povo tocantinense. Foi nesse berço, de família simples e honrada, que se consolidou o idealismo desse jovem tocantinense que, tempos depois, abriu as portas do mundo para se consagrar como um respeitado publicitário, jornalista renomado e empresário de sucesso no universo mágico da comunicação.
Comprometido que era com a luta secular de sua gente, abraçou como bandeira de vida o ideário da divisão de Goiás para criar o Estado do Tocantins, levantando a voz na organização dos movimentos separatistas. Sua luta pela emancipação do povo do norte nasceu na juventude e ganhou força no seio da CONORTE – Comissão de Estudos dos Problemas do Norte, entidade formada por intelectuais libertos das correntes personalísticas e por milhares de jovens idealistas que defendiam um Estado do Tocantins sem os vícios que sempre afligiram um Brasil atolado em questões não republicanas.
JOSÉ CARLOS LEITÃO, por meio da CONORTE — entidade que presidiu até os últimos instantes de sua vida — mostrou os caminhos que o Tocantins deveria seguir após sua criação, para se constituir em um Estado forte, desenvolvido, probo e livre das amarras das conveniências e do lamaçal putrefato da corrupção e da política que se alimenta do poder pelo poder. Suas ideias e ações, no decorrer de sua luta libertária, desenhavam um Tocantins de direitos, de sonhos realizados e, sobretudo, um Tocantins de cidadania plena — acolhedor e consciente de sua existência como ato e resultado de um querer coletivo.
Por ser um intelectual liberto e por pensar um Tocantins criado por todos nós, ele pagou caro por suas contestações. Na companhia de outras figuras gigantes nas batalhas entrincheiradas de verdades e sonhos — como Totó Cavalcante, Zeza Maia, Goianyr Barbosa, entre outros de alma e sangue tocantinense — JOSÉ CARLOS LEITÃO foi lançado à margem do processo de implantação e governança da nova Unidade Federativa do Brasil.
Nessas últimas três décadas de governos tocantinenses, esses líderes que estudaram, pensaram e arquitetaram um Tocantins moderno — distante de conchavos e acertos nos calabouços do poder — foram removidos da história oficial, esquecidos no subsolo do que deveria ser uma conquista retratada como ato e ação de toda a coletividade.
Esse cidadão do mundo, que dedicou sua vida à causa tocantinense, não carregava mágoas por ter sido preterido, ao lado de tantos outros criadores do Estado do Tocantins. Isso porque possuía uma alma leve, carregava no peito um coração amoroso e sensível, e, ao abrir e fechar os braços, acolhia a todos, exalando a suavidade de quem cumpria os mandamentos da civilidade, do companheirismo e, acima de tudo, os preceitos daqueles que lideram uma causa cujo fundamento principal é a alegria do seu povo pela liberdade conquistada.
Ele, que deixa um legado extraordinário presente em todos os capítulos que descrevem a secular história de liberdade do Tocantins, jamais abandonou a trincheira da luta, contribuindo diuturnamente para que o Estado retomasse o caminho idealizado por muitos que tombaram imortais ao longo desse percurso.
JOSÉ CARLOS LEITÃO, homem de luta e de bravura ímpar, também tomba agora como um gigante — saindo da vida para ser exemplo de dignidade e cidadania. E, assim como todos nós que criamos o Tocantins, carrega abraçada ao corpo a imorredoura amargura da convivência com a política nefasta que degrada o Estado que tanto amamos.
Descanse em paz, amigo e irmão!
Essa é uma homenagem da Família Paralelo 13.